Cicatrização mais rápida: ciência tem boa novidade. Confira!

Uma nova abordagem para o tratamento de feridas e infecções bacterianas na pele foi identificada por pesquisadores da Universidade de Calgary, indicando uma surpreendente relação entre dois hormônios, sistema imune e cicatrização.

O estudo foi publicado recentemente na respeitada revista Nature, e mostra um novo entendimento no tratamento de infecções e feridas na pele, que pode significar um grande avanço na Medicina e nas pesquisas nesta área.

Algo tradicionalmente visto como um paradigma entre cientistas é que, na existência de um local infectado na pele, dois grupos de células eram recrutados pelo sistema imune para fazer a limpeza de bactérias do local em questão: neutrófilos e monócitos. Juntos, estes grupos de células representam a primeira linha de defesa do sistema imunológico dos indivíduos.

No entanto, o estudo liderado pela Dra. Rachel Kratofil, ao lado do Dr. Paul Kubes e Dr. Justin Deniset, revela que os monócitos sozinhos são capazes de facilitar a cicatrização de feridas de forma mais rápida.

“Embora a tradução de nossa pesquisa da bancada para a beira do leito exija muito mais experimentos e envolva um modelo mais intimamente relacionado à doença humana, é empolgante que fizemos uma descoberta fundamental que poderia melhorar infecções e reparo de tecidos em humanos, especialmente em casos difíceis de tratar”, disse Kratofil via o Medical Express.

Os monócitos ajudam o processo de cicatrização regulando os níveis de leptina e o crescimento dos vasos sanguíneos, enquanto o corpo cuida do reparo de feridas. Este grupo de células também produz grelina, um hormônio que ajuda a curar feridas com mais eficiência.

Assim, o estudo aponta para uma conexão surpreendente entre hormônios metabólicos e a reparação de tecidos. A grelina é produzida no estômago quando o indivíduo sente fome, enquanto a leptina é produzida em células de gordura após uma refeição, quando a pessoa se sente satisfeita.

A relação e equilíbrio entre grelina e leptina é bastante estudada e considerada como crítica para o metabolismo e dieta. No entanto, não havia sido estabelecida uma conexão destes hormônios com mecanismos do sistema imune e reparo de tecidos feridos.

Para estabelecer esta conexão, foi utilizada a microscopia intravital, que possibilita que células vivas sejam observadas. A bactéria Staphylococcus aureus foi utilizada para testar a resposta imune em um modelo animal.

Tal bactéria é bastante comum na pele ou nariz de indivíduos saudáveis, mas pode causar diversas doenças relacionadas a infeção de pele e tecidos, como é o caso de abscessos ou furúnculos, podendo até mesmo causar pneumonia e endocardite, uma infecção no coração.

Com a infecção da Staphylococcus aureus, o corpo faz o recrutamento das células imunes citadas acima, neutrófilos e monócitos. Os neutrófilos removem as bactérias, enquanto os monócitos ajudam a reparar o tecido.

O estudo mostra que, na ausência dos monócitos, a produção de leptina é aumentada, o que leva ao crescimento dos vasos sanguíneos na infecção. Isto pode resultar em retardo na cicatrização e formação de cicatrizes. Por outro lado, monócitos produzem grelina no local da infecção, o que bloqueia a formação de crescimento excessivo de vasos sanguíneos, impulsionado pela leptina, o que leva ao reparo tecidual.

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Kratofil explicou que seu estudo “é importante porque indica uma mudança de paradigma, desafiando o pensamento atual de que neutrófilos e monócitos eliminam bactérias. Nosso estudo eleva o papel dos monócitos no reparo de feridas”.

O Dr. Paul Kubes vai além, e acredita que o estudo abre as portas para a introdução de hormônios metabólicos – caso da grelina e leptina – nos campos da imunologia e microbiologia.

“Será interessante, por exemplo, ver como a grelina e a leptina respondem em outros modelos de doenças, como lesão estéril ou câncer, e aprender como esses processos são alterados quando um paciente tem várias doenças ou condições simultâneas, como obesidade e diabetes”, diz Kubes.

O grupo de pesquisa em questão agora pretende entender as funções de células imunes como os neutrófilos durante uma infecção, averiguando como os neutrófilos são eliminados de uma infecção e se os eles assumem funções diferentes, além da eliminação de bactérias.

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