TikTok é o futuro do Cinema? Entenda como a rede social já influencia a sétima arte

O TikTok é a rede social do momento e influencia diversas áreas da sociedade, e o cinema não de fica fora disso. Recentemente, alguns filmes apresentam desempenhos além do esperado por causa da plataforma, que se apropria disso, fazendo parcerias com grandes festivais da sétima arte para ampliar sua influência neste meio.

Um grande exemplo desta influência é o filme “Marcas da Maldição”, uma pequena produção do Taiwan que ganhou o mundo por meio do TikTok. Além do sucesso alcançado fora de seu país, resultado da distribuição da Netflix, o filme se tornou o terror de maior bilheteria da história do Taiwan, e o filme com a maior bilheteria do ano no país entre todos os gêneros.

E por falar em gênero, o filme é considerado um found footage – que se passa por um documentário amador – e acompanha Li Ronan (Tsai Hsuan-yen), uma mãe que tenta salvar sua filha de seis anos de uma maldição – uma que a própria Ronan desencadeou seis anos atrás ao quebrar um tabu religioso.

Em entrevista ao Olhar Digital, Kevin Ko, o diretor de “Marcas da Maldição”, explicou de forma mais profunda sobre o que é seu filme. “‘Marcas da Maldição’ é sobre maldição e bênção, como dois lados da mesma moeda, abençoar a garotinha no filme é a maldição para os espectadores. Que perspectiva adotamos em relação a isso?”

“Então, em última análise, trata-se de dois lados da humanidade, você simpatiza com o personagem?” questiona ele. “Ou você culpa o personagem por ter te amaldiçoado? Há uma linha entre esses dois sentimentos, essa é a linha da natureza humana que eu quero tocar, para fazer os espectadores duvidarem de seus sentimentos e se perguntarem como moldamos nosso próprio mundo interior”, acrescentou.

Cartaz de divulgação do filme “Marcas da Maldição”. Imagem: Netflix

Como o assunto é amaldiçoar o próprio espectador, o filme ganhou o mundo pelo TikTok, com usuários passando a criar e participar de desafios, os chamados challenges, de assistir o longa até o fim.

Kevin Ko se mostrou surpreso com seu filme se tornar viral na plataforma e admitiu que o TikTok ajudou bastante na divulgação. “[Foi] a primeira vez que vejo o poder da influência do TikTok no meu projeto”, afirmou.

“Eu não esperava isso, então estou muito surpreso que ‘Marcas da Maldição’ viralizou no TikTok. ‘Marcas da Maldição’ continua me surpreendendo de várias maneiras,” disse Ko.

Ele fez questão de deixar claro que a popularidade na rede social chinesa foi algo totalmente natural. “Acho que essa é uma das melhores formas de interagir com o público, é tão orgânico, e não impulsionamos, mas as pessoas espalham a atenção pelo ‘boca-a-boca da internet’ no TikTok. Estou muito orgulhoso que ‘Marcas da Maldição’ tem a vibe para as pessoas quererem fazer desafios”, comentou.

Para finalizar, o diretor acredita que o cinema precisa se apropriar cada vez mais do TikTok. “Bem, os cineastas estão tentando de todas as maneiras se envolver com as pessoas, à medida que o TikTok está crescendo e crescendo. Acho que se tornou uma das principais plataformas que temos que explorar, e precisamos pensar em algo novo para interagir com o público.”

Os festivais de cinema, em diversos lugares do mundo, certamente concordam com Kevin Ko. Eles passaram a estabelecer parcerias com a plataforma, o que proporciona o crescimento do tema de cinema entre os usuários do app.

Ao pesquisar cinema no TikTok, um dos vídeos que você pode se deparar, assim como foi comigo enquanto escrevia esta matéria, é um publicado pela usuária Bárbara Favaretto (@bafavaretto), um divertido making off do curta-metragem “Terceiro Tempo” produzido em uma destas parcerias – neste caso, entre o TikTok e o Festival Internacional de Cinema de Cannes, um dos mais influentes do mundo.

Bárbara Favaretto, além de usuária ativa do TikTok, é estudante de Cinema e Audiovisual na PUC de Curitiba, e conversou com o Olhar Digital sobre a experiência de fazer o curta-metragem para o TikTok. Ela também compartilhou seus pensamentos sobre a relação entre cinema e a plataforma.

“Eu gostei muito de fazer porque é um formato diferente e o TikTok está abrindo muito essas portas para as pessoas conhecerem mais o cinema,” comentou Favaretto. “Tem muitas coisas que eles estão aproximando que, um tempo atrás, era muito difícil ou diferente de você ver.”

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“Agora você tem um pouco mais de noção de como as pessoas estão fazendo no cinema, nas grandes produções”, disse. Ela ainda comentou sobre como foi diferente fazer um curta-metragem na vertical, modelo utilizado em produções no TikTok, mas que isto também já não é novidade no mundo da sétima arte. Inclusive, como a própria entrevistada citou, existe um festival próprio apenas para longas filmados na vertical, o Vertical Film Festival, na Austrália.

Favaretto disse acreditar que a distância entre o cinema, algo mais clássico e tradicional, e o TikTok, uma rede social extremamente atual, diminui cada vez mais. Para ela, o motivo principal é o público.

“Eles [produtores de filmes] estão vendo que agora é o público jovem que vai para frente. Então [eles] têm que saber qual a nossa linguagem,” refletiu a estudante de cinema. “Eu acho que é muito possível sim nos próximos anos o TikTok ser uma plataforma para divulgar vários filmes”, concluiu.

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