Há 16 anos, Plutão deixava de ser planeta. Por quê? E isso pode mudar?

O sistema solar hoje é composto de oito planetas, mas há 16 anos eram nove. Nenhum astro (até onde sabemos) foi destruído nesse período, mas Plutão, o nono e até então menor planeta do sistema solar foi rebaixado e hoje é considerado um “planeta-anão”.

A decisão foi anunciada em 24 de agosto de 2006, há exatos 16 anos pela União Astronômica Internacional (IAU) e foi bastante controversa. A medida, não foi criada especialmente para Plutão, e mudou todo o sistema de classificação de planetas. No entanto, o menor planeta do nosso sistema foi a “vítima” mais célebre da mudança.

Na ocasião, a IAU determinou três critérios básicos para que um astro seja considerado um planeta. Esses quesitos passaram a ser adotados em todo o mundo para esse tipo de classificação, sendo que passou a ser preciso:

Orbitar ao redor do SolSer uma forma esféricaSer grande o suficiente para que sua gravidade afaste quaisquer outros objetos de tamanho similar próximos

Bom, como já imaginamos pelo destino de Plutão, esse “pequeno” planeta não atinge todos esses quesitos. Na realidade, ele atende apenas dois, mas não é gravitacionalmente dominante, o que o faz ser classificado como planeta anão.

Mas lembra que eu disse que a decisão foi polêmica? Acontece que apenas 5% dos astrônomos no mundo votaram na classificação, o que tornou o processo bastante controverso. Apesar disso, 16 anos depois, é possível dizer que a nova nomenclatura foi aceita, mas não que Plutão foi esquecido. 

A revisão do status de Plutão seguiu uma série de descobertas de outros objetos espaciais próximos. Entre eles o planeta-anão Éris, que possui quase o mesmo tamanho de Plutão. A identificação do astro em 2005 foi um dos principais eventos astronômicos que contribuíram para o rebaixamento de Plutão.

Plutão em toda sua glória (Imagem: NASA)

Plutão pode voltar a ser um planeta?

Bom, apesar da decisão ter sido “consumada”, até hoje ela é motivo de debate. Um estudo do fim do ano passado afirma que a decisão que removeu Plutão do “cargo” de nono planeta do nosso sistema solar é “baseada em folclore, incluindo astrologia” e que, por isso, deve ser revogada.

Os pesquisadores da Universidade da Flórida (Central) argumentam, em um paper publicado no jornal Icarus, que as definições que fazem de um planeta um planeta estão concentradas em fatores errados, e que os motivos para isso não se justificam do ponto de vista científico.

Segundo o autor primário do estudo, Phillip Metzger, os parâmetros foram equivocados, e a IAU deveria mudar esse paradigma para um outro detalhe que, diz ele, é bem mais importante: se o corpo celeste em questão é ou já foi geologicamente ativo. E Plutão atende a esse requerimento.

Leia mais:

NASA declara teste da missão Artemis 1 foi um sucesso e se prepara para lançamento oficialNASA divulga possíveis datas de lançamento da missão Artemis 1NASA pretende lançar missão Artemis-1 até o início de setembro

Metzger baseia seu argumento no fato de que novas tecnologias estão descobrindo cada vez mais planetas dentro e fora de nossa galáxia, então um sistema de classificação mais robusto eventualmente se fará necessário: “há uma explosão no número de exoplanetas que descobrimos na última década, e isso só vai aumentar quando botarmos telescópios melhores no espaço. Então temos um motivo para criar uma taxonomia melhor, e temos que consertar esse problema antes de chegarmos mais longe com esses exoplanetas. Nós queremos uma ciência excelente pois esse grande influxo de dados é muito mais importante para definirmos corretamente as nossas descobertas”.

Nos últimos cinco anos, Metzger e sua equipe revisaram grande parte da nossa literatura planetária, descobrindo que a definição original de um planeta – aquela proposta por Galileo Galilei no século XVI, onde um planeta é um corpo geologicamente ativo – acabou esquecida com o passar dos anos, e entre as décadas de 1910 e 1950, estudos astronômicos deixaram de se voltar aos planetas e se concentraram em outros objetos.

Conheça o planeta anão Plutão

Plutão foi descoberto, em 1930, pelo astrônomo Clyde Tombaugh, integrante do Observatório Lowell, nos Estados Unidos. O nome do planeta-anão foi proposto por uma estudante de apenas onze anos, de Oxford, na Inglaterra.

A órbita do asteroide não é totalmente circular. Isso implica que a distância entre Plutão e o Sol muda com o tempo e o objeto espacial leva cerca de 250 anos terrestres para completar uma única volta em torno da estrela.

Em relação à Terra, Plutão encontra-se a aproximadamente 6 bilhões de quilômetros de distância. O planeta anão apresenta diâmetro de cerca de 2.250 quilômetros, ou quase dois terços do tamanho da Lua. Plutão conta com cinco satélites naturais: Caronte, Estige, Nix, Kerberos e Hidra.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

O post Há 16 anos, Plutão deixava de ser planeta. Por quê? E isso pode mudar? apareceu primeiro em Olhar Digital.

 

Você pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *