China critica programa Artemis e não confia em prazos da NASA

A agência espacial chinesa, que está trabalhando em seu próprio programa de exploração lunar, publicou, no último final de semana, um artigo em que ressalta alguns pontos curiosos a respeito das missões da NASA à Lua. Segundo a publicação, a agência espacial norte-americana está estabelecendo prazos irrealistas para efetuar a missão.

De acordo com o artigo, é incomum que empresas espaciais estabeleçam prazos específicos para realizar uma exploração de natureza tão complexa, como as missões no Espaço Profundo.

A NASA está prestes a lançar a missão Artemis I, que não é tripulada, entretanto, a empresa espera realizar, nos próximos anos, o lançamento da missão Artemis III, esta sim, tripulada. Quando o projeto foi anunciado, a agência havia estabelecido uma meta ambiciosa de pousar humanos na Lua até 2024, porém essa meta foi reajustada para 2025.

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O estabelecimento de metas, não é algo exclusivo da NASA, outras empresas espaciais, como Agência Espacial Europeia (ESA), também acordam prazos e metas de lançamentos de foguetes, espaçonaves e missões específicas. Essas datas podem ser inspiracionais, pois servem como uma forma de motivar funcionários e contratados a trabalharem por um objetivo comum.

Ambiente espacial hostil

Outro ponto levantado no artigo ressalta uma preocupação entre possíveis hostilidades entre a China e os Estados Unidos, no que poderia ser uma nova corrida espacial, já que, de acordo com a empresa espacial chinesa, os interesses entre as agências são distintos, pois a missão perpetrada pela China está mais alinhada com “princípios científicos”, enquanto a missão norte-americana quer manter sua liderança global no campo da exploração lunar.

Resta saber se o programa espacial da China está alinhado com os “princípios científicos”, já que o controle do espaço civil e militar do país está misturado dentro das mesmas organizações governamentais. Nos Estados Unidos, há uma demarcação bastante clara entre a agência espacial civil, a Nasa, e a recém-criada Força Espacial dos EUA.

Acordos entre agências espaciais

Quando a Nasa propôs a missão Artemis, aproximadamente 20 nações assinaram os acordos para integrarem o programa lunar, somente dois países não farão parte desta empreitada, a Rússia e a China. Apesar do contato da Nasa com a Roscosmos, a alta cúpula da agência espacial russa rejeitou a participação, e com a guerra entre Rússia e Ucrânia em curso fica ainda mais difícil qualquer tipo de cooperação. No caso da China, o congresso norte-americano impede qualquer tipo de colaboração espacial com o país asiático.

Essa situação levou a uma coalizão entre a China e a Rússia, que assinaram entre si, um acordo para cooperar nos esforços lunares. A China particularmente vê em seu programa espacial, cada vez mais robusto, um meio de aumentar seu prestígio no cenário mundial e avançar com seus interesses geopolíticos.

A cooperação internacional das agências espaciais em busca de uma exploração pacífica deveria ser o objetivo de todos os países envolvidos, o que significa que os Estados Unidos deveriam ser autorizados a cooperar com a China em questões importantes, como o rastreamento e a mitigação de detritos espaciais, por exemplo. Assim como a China precisaria ser mais transparente sobre seus programas.

Via: Arstechnica

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