Galaxy Z Flip 4: ele é um dobrável divertido, bonito e muito competente | Review

No Galaxy Z Flip 3 eu já olhava para o celular como um dos que mais me chama atenção, até por conta deste dobrável ter o formato que eu gosto: um smartphone grande que fica pequeno ao ponto de poder ser escondido na palma da mão. Agora, no Galaxy Z Flip 4 tudo segue exatamente no mesmo caminho.

O novo dobrável da Samsung é quase do mesmo tamanho, perdendo pouquíssimos milímetros, tem tela frontal com mais uso e mais controle, faz fotos consideravelmente melhores, tem todo poder de fogo esperado para um topo de linha e promete resolver um dos piores problemas da geração passada: a autonomia de bateria.

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Review do Galaxy Z Flip 4 em vídeo

Será que o Galaxy Z Flip 4 consegue tudo isso? Será que ele passa um dia longe da tomada? Eu sou André Fogaça e passei os últimos dias com esse dobrável no bolso para te contar a minha experiência nos próximos parágrafos.

Design e tela

Se você colocar o Galaxy Z Flip 4 logo ao lado do Flip 3, fica difícil saber quem é quem. Isso poderia ser um problema em muitos mercados ou tipos de produtos, mas eu acredito que não é por aqui. O novo dobrável da Samsung continua exatamente como esperado para seu segmento: lindo.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

A Samsung focou o novo Galaxy em refinamentos, melhorando tudo que já estava bom antes e tentando resolver problemas. Uma das melhorias está na proteção da tela exterior, agora com o novo Gorilla Glass Victus+ e ele recobre toda área de fora, para além do display. Ao toque, o local também está diferente ao adotar um material mais áspero e que não deixa o celular escorregar com tanta facilidade. Ficou mais bonito também.

A dobradiça está menos protuberante, mas em contraste as câmeras externas ganharam mais espaço para fora do corpo. Por dentro as bordas ficaram mais finas e a tela continua o mesmo OLED dobrável, então o Galaxy Z Flip 4 está um pouco, mas bem pouco menor que o modelo anterior.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Aqui ainda temos uma película que você não deve remover, mas que assim como na geração passada, adora acumular poeira com uma facilidade que eu não vejo em outros tipos de celular. A sorte é que o Galaxy Z Flip 4 tem certificação IPX8 para poder colocar o aparelho debaixo da torneira e limpar tudo que estiver sujo. O certificado garante a sobrevivência em profundidade de até 1,5 metro por meia hora de água doce.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Agora, as telas. A tecnologia das duas continua exatamente a mesma e isso também não é ruim – de certa forma. A externa é um Super AMOLED de 1,9 polegada e que tem resolução de 512 x 260 pixels. Parece pouco, mas não é. A quantidade de pontos é suficiente para os widgets exibirem muito bem o conteúdo e tudo isso sem parecer quadriculado.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Por aqui uma melhoria. A tela externa exibe mais widgets, permite responder notificações e é mais útil quando você tira foto usando ela como display de retorno. Os controles das lentes estão mais claros e você finalmente consegue ver toda a foto, como ela vai ficar e em resolução cheia. Eu sei que esses recursos são apenas adições via software e por isso eu sinto que eles devem, em algum momento, aparecer lá no Galaxy Z Flip 3 também. Nada de novo aqui exige hardware específico ou altera o local.

Já a interna é um Foldable Dynamic AMOLED 2X que vai até 120Hz, tem suporte para HDR10+ e o brilho alcança 1.200 nits. Eu não encontrei nenhuma situação, mesmo sob sol forte, onde a leitura ficou prejudicada. Toda essa sopa de letrinhas tem 6,7 polegadas, com resolução Full HD e, como disse antes, as bordas estão menores.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Como este é exatamente o mesmo display do Galaxy Z Flip 3, os mesmos elogios da geração passada aparecem mais uma vez: a tela é espetacular, seja em capacidade de ficar legível em qualquer situação, seja na reprodução de cores ou mesmo na hora de exibir corretamente os tons, mesmo em ângulos grandes ou com a tela dobrada.

Assim como o Z Flip 3, o Galaxy Z Flip 4 tem uma lombada bem pequena na área onde a tela dobra. Ela está lá, mas posso te garantir que você se acostuma e ignora por completo em poucas semanas. Eu fiz isso com o modelo anterior e sigo feliz.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Fechando a parte externa, a Samsung continua prometendo 200 mil dobradas para vida útil da dobradiça. Um leitor de impressões digitais fica na lateral, exatamente onde eu gosto e acho que todo celular deveria colocar este componente exatamente aí. Fica na altura do dedão dos destros, ou do dedo indicador dos canhotos.

Câmeras

A quantidade de lentes continua em duas, mas por dentro o sensor responsável pelas imagens da câmera principal foi atualizado e o resultado melhorou muito, mas muito mesmo e isso aparece bastante quando as luzes estão apagadas.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

A dupla ainda tem 12 megapixels e as escolhas continuam entre fotos normais ou ultrawide. Colocando gerações na balança, o Galaxy Z Flip 4 tem o mesmo sensor S5K2LD de 12 megapixels que os Galaxy S20 e S21 utilizam – o Z Flip 3 utilizava os componentes dos Galaxy S10. Parece ser antigo e é, mas ele é muito mais capaz até mesmo na hora do foco.

Foto da câmera ultrawide do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto da câmera principal do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

O resultado dessa sopa de letrinhas é: fotos durante o dia ficarão excelentes em qualquer lugar, mesmo quando sombras estão presentes e ao lado delas o sol brilha forte. O software utilizado pela Samsung sabe muito bem como lidar com o alcance dinâmico, então é só tirar a foto e ser feliz.

Foto da câmera ultrawide do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto da câmera ultrawide do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

As cores continuam vivas como em todo smartphone da Samsung, mas não de forma exagerada como já foi no passado. O sensor diferente não é superior só de noite, durante o dia ele garante mais detalhes em fotos com muitos pontos, como quando uma árvore aparece. As imagens feitas com a lente ultrawide também ficam boas e a distorção é muito bem corrigida.

Foto da câmera principal do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto da câmera ultrawide do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Como o Galaxy Z Flip 4 tem telinha externa, você deve usá-la sempre para fazer selfies. Todos os resultados ótimos que falei antes são replicados para esse tipo de foto, sempre. A câmera interna de 10 megapixels é boa sim, mas as externas usando o retorno como guia serão sempre melhores. A dica é: câmera interna serve apenas para chamadas de vídeo, nada mais.

Foto da câmera principal do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto da câmera ultrawide do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

De noite o novo sensor faz total diferença. A quantidade de vezes que o software inseriu o modo noturno foi muito inferior e as imagens ainda assim ficaram ótimas. Por aqui a Samsung promete 65% mais luz entrando e eu senti essa melhora sim. Detalhes ficam preservados em locais escuros, a redução de ruído trabalha bem também e esse elogio vai até para o alcance dinâmico.

Foto da câmera principal do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto da câmera ultrawide do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Nestes momentos onde o software sugere que o modo noturno não é necessário, eu ainda assim forcei o recurso e a diferença foi pequena demais para valer a pena os dois segundos de respiração parada, para exposição longa funcionar corretamente.

Foto da câmera principal do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto da câmera ultrawide do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Se no sensor principal o modo noturno não é exatamente um salvador para todos os momentos, já que a lente e o componente abaixo dela já são ótimos, na ultrawide o recurso é praticamente uma obrigação. De noite este tipo de registro sempre sofre por conta da abertura maior que deixa entrar menos luz, então o software e a longa exposição precisam estar na sua matemática – sempre.

Ultrawide sem modo noturno (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Ultrawide com modo noturno (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

O modo noturno remove muito do ruído, aumenta consideravelmente a luz na foto ultrawide e insere até mais cor nas imagens, mas em compensação a exposição longa geralmente é duas vezes maior que na câmera principal. Não é raro você segurar o celular firme nas mãos por algo entre cinco e seis segundos, mas no final o resultado vai compensar tudo isso. Acredite em mim, até luzes estouradas ficam corrigidas neste momento.

Selfie com a câmera principal do Galaxy Z Flip 4 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Resumindo: o Galaxy Z Flip 4 é muito bom nas fotos, melhorou bastante de uma geração para a outra, mas ele não é a melhor escolha para quem faz questão de imagens incríveis. Esse posto continua lá nos Galaxy S Ultra da vida, ou mesmo no Galaxy Z Fold 4 para quem quer um dobrável.

E tudo bem, a proposta do Flip é outra. Completamente diferente e para a proposta dele, as câmeras são excelentes.

Hardware e software

Tudo de bom que existia lá no Galaxy Z Flip 3 continua muito parecido aqui. A evolução fica no chip que passa de um Snapdragon 888 para um Snapdragon 8+ Gen 1, que tem litografia um pouco menor e promete melhorias no desempenho, junto de consumo de energia menor.

Olha, como qualquer topo de linha, o Galaxy Z Flip 4 voa. Não existe um aplicativo sequer da Play Store que vai fazer ele engasgar. O chip trabalha junto de 8 GB de RAM e isso garante a boa vida do celular por alguns anos. A memória interna em padrão UFS 3.1 ajuda bastante no desempenho também.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

De forma resumida: o chip no Galaxy Z Flip 4 é o mais veloz que você pode encontrar quando escolhe Android como seu sistema operacional. Não existe nada melhor e mais rápido no mercado, ao menos até novembro deste ano quando a Qualcomm atualiza seu processador.

O Galaxy Z Flip 4 só não tem o mesmo desempenho que um Galaxy S22 Ultra da vida, mesmo que com chip inferior neste modelo, por conta do tipo do celular dobrável. A Samsung tem muito mais dificuldade para lidar com calor nos dobráveis, já que ela tem metade do celular pra isso. Entende? Isso faz o dobrável esquentar com mais facilidade e ter mais dificuldade para lidar com esse detalhe.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Em software, o Galaxy Z Flip 4 roda o Android 12 abaixo da One UI 4.1.1, logo desde seu lançamento. Eu gosto muito dessa interface e ela continua bem competente por aqui, até oferecendo alguns recursos extras por conta do design dobrável do aparelho.

O primeiro é o uso da tela externa como já disse, mas existem outros. O que mais chama atenção tem nome de Flex mode. Nele, alguns apps funcionam de forma diferente quando o celular não está todo de pé, inserindo uma interface diferente na metade inferior.

O YouTube tem suporte e ele mostra controle de mídia de um lado e o vídeo do outro, podendo até exibir os comentários na parte inferior. Galeria e Calendário, ambos da própria Samsung, também entregam o Flex mode. Dá até para liberar um trackpad para usar mouse para “tocar” na tela de cima.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

É bacana, mas de verdade, eu não me imagino usando este recurso para depois do review, não me parece algo tão útil como as novidades de interface pro Galaxy Z Fold 4. No geral a One UI 4.1.1 continua limpa e sem exageros em algumas partes, seguindo até mais minimalista que a One UI 3 e suas variações.

Bateria

A bateria do Galaxy Z Flip 3 é realmente pequena. A Samsung disse que resolveu isso no Galaxy Z Flip 4 e eu posso garantir que a melhoria de cerca de 12% na quantidade de energia, junto de chip mais eficiente, fez pouca diferença.

Durante os dias que passei apenas com o Galaxy Z Flip 4 no bolso, eu cheguei a ficar pouco mais de 7 horas longe da tomada. Tirei o celular do carregador às 11h e fui para Santos (SP), tirei muitas fotos e quando o relógio marcava perto de 18h, eu tinha 7% de carga sobrando e já estava vendo a sugestão do modo de economia. Neste meio tempo eu usei bastante a câmera e o Telegram, mas não joguei e nem assisti qualquer vídeo.

Galaxy Z Flip 4 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Nos dias com menos fotos, eu cheguei neste mesmo momento com aproximadamente 15% de carga sobrando na bateria. Ao menos o Galaxy Z Flip 4 suporta até 25 watts e isso é muito mais que o Flip 3, mas você ainda precisa comprar esse carregador todo, já que não vem nenhum na caixa – infelizmente.

No carregador de 25 watts da própria Samsung, meia hora de tomada coloca cerca de 50% de energia na bateria mais uma vez.

Galaxy Z Flip 4: vale a pena?

Se você faz questão de um dobrável, é difícil não recomendar a Samsung em qualquer mercado justamente por ela ser praticamente a única marca criando estes modelos. Ao menos no Brasil ela está sozinha, mas na China existe concorrência com Huawei e Oppo, por exemplo.

Então a resposta rápida é: sim. Você não vai ficar desapontado com o Galaxy Z Flip 4, já que ele entrega muito de um smartphone muito competente e ainda faz bonito na mesa ao ser dobrável. Chama atenção e ele custa muito menos que o Fold 4. Se você está com a grana mais curta e ainda assim quer o novo modelo, considere levar o Z Flip 3 para casa.

Você só não vai tirar fotos ótimas de noite, mas isso não significa que o Z Flip 3 seja ruim nesses momentos. Ele só não é tão bom quanto o Galaxy Z Flip 4 e vai recarregar a bateria com mais tempo na tomada.

Galaxy Z Flip 4: ficha técnica

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