Dez anos de Tinder: Você ainda pode acabar com mais do que apenas um encontro ruim

O aniversário de dez anos do Tinder, comemorado em 12 de setembro, marca uma década de pessoas solteiras postando dados pessoais online na esperança de encontrar um parceiro ou uma parceira.

Desde seu lançamento, o aplicativo acumulou mais de 75 milhões de usuários, todos passando por um contato por minuto e fornecendo dados pessoais gratuitamente para a próxima pessoa na programação virtual.

Contudo, essa disposição de compartilhar em excesso, combinada com o anonimato da plataforma, cria o ambiente perfeito para cibercriminosos selecionarem sua próxima vítima.

Leia mais:

O match do voto: candidato usa o Tinder para fisgar eleitoresTinder atrasa planos de entrar no metaversoRússia multa dona do Tinder por violação da lei de dados

O Tinder está pleno de datas de aniversários, números de telefone, fotos de perfil e conversas privadas, possivelmente até contendo fotos íntimas ou informações compartilhadas em sigilo. Tais dados são atraentes para os atacantes, pois eles podem utilizá-los para cometer roubo de identidade, fraude, chantagem ou vender na Deep Web.

Aplicativos de namoro, como o Tinder, também estão cheios de usuários esperançosos desavisados, podendo ser vulneráveis a fim de estabelecer conexão verdadeira. Os hackers se aproveitam da relação de confiança da plataforma com o usuário, atacando os que geralmente estão mais preocupados em causar boa primeira impressão do que com a segurança digital.

Isto já foi visto quando a ferramenta Check Point Research (CPR) descobriu várias vulnerabilidades críticas no site e aplicativo móvel do OkCupid, um dos principais serviços de namoro online do mundo. No entanto, tais riscos à privacidade pessoal não são específicos da plataforma, mas refletem cultura crescente de “compartilhar primeiro, preocupar-se depois”.

Confira alguns riscos aos quais os usuários de apps de namoros podem ser expostos:

Dados podem ser vendidos na Deep Web (Imagem: Alexander Geiger/Shutterstock)

Do “sexting” ao “sextortion”

A série da Netflix “Black Mirror” tratou do assunto, que parece ter se tornado realidade. Um dos maiores riscos para os usuários que compartilham fotos picantes com seus namorados é a possibilidade de chantagem.

Ao se cadastrar em um aplicativo de namoro, grande quantidade de informações pessoais é revelada, a qual também pode ser utilizada por cibercriminosos para ganho financeiro.

Malware à espreita

Uma simples fotografia pode ser o gancho perfeito para obter acesso a um dispositivo inteiro. Uma das melhores técnicas que os cibercriminosos usam em aplicativos de namoro é criar perfil atraente, com o qual todas as vítimas gostariam de ser “combinadas”. No entanto, o arquivo de foto pode conter malware com spyware capaz de obter as senhas do usuário.

Romance falso

Em aplicativos de namoro, é comum que os cibercriminosos criem perfis falsos com imagens e descrições que atraem a atenção do usuário. Seu modus operandi é estabelecer interesse para iniciar uma conversa com a vítima com a intenção de roubar dinheiro.

Ao longo de dias, semanas ou até meses, o atacante ganha gradualmente a confiança da vítima. Inicia-se um relacionamento a distância. Na maioria das vezes, esse relacionamento começa sem que as partes realmente se vejam, mas há uma promessa de “encontrar-se em breve”.

O cibercriminoso, então, pede à vítima que envie dinheiro “para que possam viajar para se encontrarem” ou porque surgiu um “problema grave”.

Roubo de informações e falsidade ideológica são comuns (Imagem: fizkes/Shutterstock)

Falsificação de identidade

Embora esses ataques cibernéticos tenham maior probabilidade de atingir os usuários do aplicativo, há casos em que um estranho pode ser o alvo. Qualquer indivíduo com dados, documentos ou arquivos de outra pessoa é capaz de se passar por ela.

De fato, agora que a maioria dos usuários da Internet expõe muitos de seus dados na web, eles estão potencialmente acessíveis a todos. Com esses dados, os cibercriminosos são capazes de criar perfis falsos para obter ganhos financeiros e, ao mesmo tempo, causar danos à reputação da pessoa que estão imitando.

Roubo de conta

Ao acessar a Deep Web, é possível encontrar centenas de perfis de aplicativos de namoro hackeados disponíveis para compra por alto preço. Os dados incluem e-mails, senhas e outras informações de contas pessoais que podem ser vendidas e usadas para ataques subsequentes de phishing ou malware.
Existem quatro dicas importantes para evitar o problema:

Nunca forneça informações confidenciais a terceiros: Qualquer usuário que solicite informações confidenciais pode ser um cibercriminoso, por isso é essencial que você nunca forneça dados pessoais no Tinder ou em qualquer aplicativo de namoro para evitar correr o risco.

Não baixe imagens ou arquivos em seu dispositivo: Todos mostram suas fotos em aplicativos de namoro, mas é muito importante que elas sejam exibidas apenas dentro do aplicativo e não sejam baixadas, pois podem estar ocultando malware ou outro tipo de ataque cibernético, que pode colocar em risco todos os documentos e arquivos em seu celular ou computador.

Não confie e não tenha pressa: Essa é premissa básica, mas às vezes a coisa mais óbvia é a mais útil. Se algo parece estranho ou não parece real, é melhor desconfiar. Há muitos “peixes no mar”, então, não corra riscos desnecessários.

Verifique os perfis: Tenha cuidado com perfis recém-criados ou perfis com fotos que parecem anúncio. Se um usuário mostra muito interesse ou pede muitas informações pessoais, isso deve soar como alerta.

Há outro detalhe importante: A melhor maneira de se manter seguro em apps de namoro é abordar todas as conversas com cautela e reservar um minuto antes de tomar qualquer decisão instantânea.

Os cibercriminosos estão em toda parte, especialmente em plataformas onde as pessoas podem estar mais vulneráveis.

Imagem destacada: Ink Drop/Shutterstock

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

O post Dez anos de Tinder: Você ainda pode acabar com mais do que apenas um encontro ruim apareceu primeiro em Olhar Digital.

 

Você pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *