Pesquisadores da USP ganham prêmio IgNobel por estudo sobre problemas no sexo entre escorpiões que perdem a cauda

A edição deste ano da versão satírica do Prêmio Nobel, chamada adequadamente de Prêmio IgNobel, premiou pesquisadores da USP por um estudo sobre aspectos curiosos do sexo entre escorpiões. Em uma divertida cerimônia online, os organizadores do evento premiaram na categoria “Biologia” a colombiana Solimary García Hernández e o seu orientador no doutorado Glauco Machado.

O estudo premiado investigou o que acontece com escorpiões do gênero Ananteris, bem comum na América do Sul, após eles perderem a ponta da cauda quando capturados. Esse processo, apesar de não ser tão raro (como a gente pode ver nas lagartixas, por exemplo), afeta algo mais nesses escorpiões.

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Acúmulo de dejetos prejudicando a reprodução dos escorpiões

Ao perderem parte da cauda, os Ananteris também perdem o ferrão e parte dos órgãos e do sistema digestivo para sempre. Inclusive o ânus – e isso faz com que eles não consigam mais defecar, o que gera um acúmulo de dejetos na cavidade abdominal.

O problema gerado acaba atrapalhando muitos aspectos da vida desses escorpiões, inclusive o sexual. Apesar dos machos ainda poderem procriar e das fêmeas ainda poderem ter filhotes, isso acaba acontecendo em menor quantidade do que normalmente aconteceria antes da perda da cauda.

Os escorpiões também perdem capacidades de locomoção, ficando mais lentos e com mais dificuldade de obter suas presas (e mais fáceis de se tornar vítimas de predadores). Ao longo dos anos, os pesquisadores da USP foram apresentando seus estudos por meio de três artigos científicos e até de uma história em quadrinhos. Veja abaixo o vídeo do evento do IgNobel 2022 onde eles foram premiados:

Uma premiação bem humorada, mas importante

Em tom de muita brincadeira, a premiação IgNobel se propõe a destacar pesquisas científicas que façam rir, mas que também façam pensar. Como recompensa, os premiados recebem 10 trilhões na moeda do Zimbábue – ou seja, quase nada em valores convertidos para a nossa moeda.

Dentre os outros premiados na edição 2022 do IgNobel, há: um trabalho sobre as batidas do coração que ficam sincronizadas entre novos amantes; um estudo sobre o uso do sorvete como forma de prevenir inflamações na mucosa oral durante quimioterapia; uma pesquisa sobre como usar os dedos de forma mais eficiente para abotoar; a formulação de um algoritmo que indica quando é melhor para os fofoqueiros mentir ou contar a verdade; e a confecção de um manequim de testes para medir o impacto da colisão de alces em automóveis.

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Imagem: Reprodução/YouTube/Improbable Research

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