Falha em foguete da Blue Origin: congresso americano pede transparência na investigação da FAA

Na última segunda-feira (12), um foguete New Shepard, da Blue Origin, apresentou uma falha no lançamento da missão NS-23, um voo não tripulado de transporte de cargas científicas para o espaço suborbital e além.

Momento em que a cápsula RSS HG Wells, que é dedicada a voos científicos não tripulados do foguete New Shepard, se desprende do propulsor em uma manobra de abortamento. Imagem: Blue Origin

De acordo com o projetado para esses casos, um sistema de abortamento separou a cápsula do propulsor, permitindo que ele voltasse para a Terra. A Blue Origin não divulgou detalhes da causa do acidente, nem a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), que está investigando a ocorrência.

Líderes do Subcomitê de Ciência sobre Espaço e Aeronáutica do Congresso americano emitiram uma carta pedindo mais transparência à FAA, já que a Blue Origin também usa os foguetes New Shepard para lançar passageiros em viagens suborbitais.

“Estamos aliviados por nenhum humano estar a bordo da missão New Shepard 23 (NS-23) e que o sistema de abortamento tenha funcionado como projetado. No entanto, há pouco mais de um mês, um veículo New Shepard realizou o sexto voo espacial suborbital humano da Blue Origin em pouco mais de um ano”, diz a carta, assinada pelo presidente do subcomitê Don Beyer, dos Democratas, e pelo membro dos Republicanos, Brian Babin. “Em um dia com uma missão diferente, a anomalia deste veículo poderia ter colocado vidas humanas em perigo”.

No lançamento em questão, o veículo reutilizável New Shepard decolou às 11h27 (pelo horário de Brasília), do Launch Site One, da Blue Origin, em Van Horn, no Texas, para transportar 36 cargas científicas, incluindo 18 financiadas pela NASA, em sua cápsula RSS HG Wells, que é dedicada a voos científicos não tripulados do foguete.

No entanto, algo deu errado 1 minuto e 5 segundos após o lançamento, quando o veículo estava se aproximando de 9 mil metros de altitude. Uma anomalia ativou seu sistema de abortamento, ejetando a cápsula de carga do propulsor antes de ser destruída.

“Durante o voo de hoje, o sistema de fuga separou com sucesso a cápsula do propulsor. O propulsor atingiu o chão. Não há relatos de feridos; todos os funcionários foram contabilizados”, relatou a Blue Origin em uma atualização do Twitter depois do incidente. 

During today’s flight, the capsule escape system successfully separated the capsule from the booster. The booster impacted the ground. There are no reported injuries; all personnel have been accounted for.

— Blue Origin (@blueorigin) September 12, 2022

Em sua carta, Beyer e Babin disseram que o subcomitê leva a sério seu papel de supervisão em voos espaciais comerciais. “Para isso, solicitamos que o Administrador Associado do Escritório de Transporte Espacial Comercial da FAA mantenha nossos membros informados dos planos e cronograma para a investigação da anomalia do voo NS-23, a causa raiz da falha uma vez determinada, e planeja garantir que as ações para lidar com a causa ou causas básicas sejam concluídas”. 

Eles também pediram um relatório que deverá ser apresentado ao subcomitê dentro de 10 dias a contar da data da carta, ou seja, para o dia 25 de setembro.

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O lançamento fracassado NS-23 foi a 23ª missão da Blue Origin e a segunda anomalia a bordo desde 2015. Na primeira ocasião, o propulsor New Shepard caiu em vez de pousar, mas, diferentemente do ocorrido na semana passada, sua cápsula não tripulada alcançou com sucesso o espaço suborbital e retornou em segurança.

Já nos voos tripulados, a Blue Origin não experimentou nenhuma anomalia desde julho de 2021, quando aconteceu o primeiro deles – que contou com a presença do próprio Jeff Bezos, CEO e fundador da empresa.

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