Rússia e EUA se unem em missão espacial enquanto ameaça nuclear ganha força
As agências espaciais NASA (Estados Unidos) e Roscosmos (Rússia) realizaram uma missão conjunta nesta quarta-feira (21), na qual levaram uma tripulação de três pessoas à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A operação, batizada de Expedição 68, marca uma rara colaboração entre os dois países em meio a tensões crescentes desde o início da ofensiva da Rússia na Ucrânia. Hoje, inclusive, foi um dia marcado pela ameaça nuclear russa contra seus vizinhos.
O trio, composto pelo astronauta norte-americano Frank Rubio e pelos cosmonautas russos Sergey Prokopyev e Dmitri Petelin, decolou às 10h54 (horário de Brasília) do Cosmódromo Baikonur, no Cazaquistão, a bordo da espaçonave Soyuz MS-22, acoplada ao foguete Soyuz-2. A viagem durou pouco mais de 3 horas, com a espaçonave atracando no módulo Rassvet da Estação Espacial Internacional às 14h06.
A missão foi transmitida ao vivo e pode ser assistida abaixo:
Na seguinte fase da missão, as escotilhas entre a cápsula e a estação foram abertas, e o trio se juntou aos atuais habitantes da estação espacial, para uma temporada de aproximadamente seis meses. Segundo a NASA, este foi o segundo voo de Prokopyev para o espaço e o primeiro para Rubio e Petelin.
No início de outubro, a cosmonauta Anna Kikina também viajará à ISS, desta vez a bordo da missão Crew-5, da SpaceX, no que será a primeira ocasião em que uma pessoa de origem russa voa a bordo de uma espaçonave americana privada. Ela será acompanhada pelos astronautas da NASA Nicole Mann e Josh Cassada, assim como o japonês Koichi Wakata.
A Rússia e a estação espacial
Conforme reportado pelo Olhar Digital, a Rússia tem deixado claras as suas intenções de abandonar a Estação Espacial Internacional. O diretor-geral do programa espacial da Rússia, Yuri Bosov, chegou a declarar, no começo deste mês, que a ISS é “perigosa e inadequada para o seu propósito”. Os planos de sair são uma resposta às sanções que os Estados Unidos e a União Europeia impuseram à Rússia em decorrência da guerra na Ucrânia.
O país inclusive tenciona desenvolver e lançar sua própria estação espacial, que orbitará os polos da Terra e servirá para que a Rússia observe melhor o seu território e de demais países, além de coletar dados sobre a radiação cósmica.
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No momento, os russos estão procurando parceiros nesta empreitada e em outras futuras, que incluem missões de exploração lunar e do espaço profundo.
“A Rússia está buscando maneiras de interagir com seus colegas mais próximos, sobretudo a China”, afirmou Yuri Bosov.
Crédito da imagem destacada: NASA/Bill Ingalls.
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