Vale a pena investir em um celular gamer?

O mercado não recebe mais tantos modelos de celular gamer como aconteceu nos últimos anos, mas este nicho ainda está vivo e com bons representantes apostando suas fichas. Afinal, ter um celular voltado para jogos é uma boa escolha? Vale a pena como aparelho mais forte, ou diretamente como plataforma para jogatina? Eu vou listar cinco motivos para você levar em conta na hora da compra – até pelo valor elevado destes dispositivos.

Leia também:

Dell anuncia notebook gamer G15 com novos processadores Ryzen Série 6000Samsung lança monitor gamer que não precisa de PC ou consoleMirando em gamers, LG anuncia TV com tela flexível

Jogar em celular tende a ser mais barato

Se você pensar em um smartphone como plataforma de jogos, é inegável que ela pode ser muito mais econômica do que um console de verdade. Este cenário é o mesmo tanto em versões de mesa como Xbox e PlayStation, como no portátil Switch. A maior parte dos games feitos para Android ou iPhone tem custo zero para jogar.

Celular gamer Rog Phone 6D. Imagem: Divulgação/ Asus

Este cenário é inversamente proporcional para os consoles, onde cada título pode ter o valor de até R$ 350 quando você considera apenas as versões tradicionais dos jogos e ignora os pacotes mais completos. Partindo do preço médio de um PlayStation, Xbox ou Switch e adicionando o custo por software, levar um celular gamer para casa entrega diversão e pesa consideravelmente menos para o bolso.

Claro que existem smartphones gamer de preços variados, com versões alcançando valores superiores aos R$ 6 mil e este custo tende a ultrapassar o que é cobrado por um PlayStation 5 ou Xbox Series X. Por outro lado, não é difícil esbarrar em alguns dispositivos mais econômicos.

Celular gamer fica obsoleto em pouco tempo

Se por um lado jogar em um celular gamer pode significar baixar e curtir um game sem pagar nada por isso, ou colocando muito menos dinheiro na hora de fechar negócio, por outro é sempre bom levar em conta a vida útil deste tipo de aparelho. Assim como qualquer outro celular do mercado, os modelos voltados para jogadores tendem a receber uma versão nova a cada ano – você pode ler: ficam obsoletos em alguns meses.

Black Shark 5 Pro (Imagem: divulgação/Black Shark)

Este cenário não acontece nos consoles, muito pelo contrário. A atual geração deles está no PlayStation 5 e nos Xbox Series S e X, todos lançados em 2019 e ainda distantes de uma renovação de modelo. Como comparação, este é o ano de lançamento do ROG Phone II, que chegou ao mercado com Android 9 e já não recebe mais updates de software – faz algum tempo.

O celular mais recente é o ROG Phone 6 e ele está quatro gerações na frente, entregando melhorias em todos os pontos. Focando esta vida útil em console portátil, o único disponível no mercado é o Nintendo Switch e ele foi lançado em 2017. São cinco anos de vida para ele, que ainda está recebendo diversos jogos novos, atualizações de software, segurança e atenção das desenvolvedoras.

Tudo bem que a Play Store não deixa de entregar o jogo para o celular quando outro mais novo chega ao mercado, mas você sempre terá a sensação de “estar atrasado” e atualizar anualmente para a versão mais recente do celular vai custar (muito) mais caro do que comprar um console de mesa, ou portátil, e seus jogos.

Smartphone para jogos faz outras coisas

O último PC que comprei foi um notebook gamer, mesmo com meu estilo de jogo sendo focado quase exclusivamente em console de mesa. O motivo: um computador montado para jogador vai durar mais tempo com bom desempenho. É ter mais hardware do que o necessário apenas para poder ficar mais anos com o produto, antes de pensar em comprar outro e atualizar a máquina.

Nos smartphones gamer a ideia é mais ou menos a mesma. Você pode escolher um não por rodar jogos em taxas de quadros por segundo tão elevadas, mas por ter um modelo que vai durar mais tempo. Digo isso por conta dos recursos extras que este tipo de produto tem, como melhorias no sistema de resfriamento e controle de software mais intenso para poder direcionar o desempenho para os jogos – ou apps do cotidiano.

Red Magic 7S Pro / Divulgação: Nubia

Celular gamer geralmente não tira fotos boas

Se você está realmente pensando em ter apenas um celular e ele já está como gamer na proposta, saiba que as fotos e vídeos feitos com este modelo vão perder qualidade para outros dispositivos, até em versão custando bem menos. Isso acontece pela matemática envolvida na hora de fechar os componentes: se você colocou o melhor possível em hardware, continuar adicionando apenas os periféricos de qualidade excelente vai tornar o smartphone extremamente caro.

Como o jogador que jogar, com algumas fotos das férias nos raros momentos onde não joga, colocar o melhor sensor do mercado, as melhores opções de lente ou as soluções mais avançadas em software para lidar com tudo isso, seria exagero. Geralmente empresas apostam suas fichas em câmeras boas para um grande número de situações, mas não excelente em todas.

Você certamente não compraria um celular gamer que custa mais de R$ 15 mil, certo? Com este valor é possível comprar um PlayStation 5 ou Xbox Series X e 35 jogos com custo de lançamento – o que não acontece, pois os games vão perdendo valor com o passar dos meses, então o número total passaria dos 40. Ou então um Nintendo Switch e praticamente todos os jogos disponíveis para ele.

Quase nenhum jogo pede hardware de celular gamer

Se você pensa em levar o melhor celular gamer para casa, saiba que praticamente nenhum game disponível vai pedir tanto poder de fogo assim. Os títulos mais populares já são feitos para rodar bem até em aparelhos intermediários mais simples. O motivo está no maior alcance possível, gerando a maior receita para a desenvolvedora.

Call of Duty Warzone Mobile para celulares Imagem: Divulgação/Activision

Mesmo os games mais pesados não podem exigir tanto do smartphone, por conta da bateria e da maior dificuldade para remover o calor gerado pelo chip. Mesmo nos raríssimos celulares gamer com entrada de ar para resfriar o conjunto, a solução de qualquer console é e sempre será superior para o mesmo objetivo.

Smartphones também fazem ligação, chamam um táxi, pedem comida e enviam mensagem para o crush, então consumir toda a bateria em poucos minutos em um jogo pesado não é uma opção.

Você precisa comprar um celular gamer?

A resposta mais direta é: muito provavelmente não. Seja pela quantidade pequena de opções no mercado, ou mesmo pela concorrência para fora deste nicho. Se você quer um smartphone muito potente para rodar jogos com maestria, saiba que um aparelho topo de linha faz a mesma coisa e vai fazer fotos melhores, além de filmar com muito mais qualidade.

Como o mesmo Snapdragon ou MediaTek tende a estar em um celular gamer ou em um celular topo de linha, é seguro dizer que ambos terão desempenho quase igual, vão durar o mesmo tempo e as diferenças entre ambos ficam apenas nos acessórios extras – que adicionam mais custo no cálculo final.

Tudo bem que um celular gamer tende a ter um desempenho bom por mais tempo (por conta das soluções extras para resfriamento interno), sempre oferecerá tela com maior taxa de atualização e pode receber acessórios dedicados. A questão é que você não precisa disso o tempo todo, a não ser que você viva de eSports em dispositivos móveis.

Para todo restante da população um celular topo de linha (ou até um intermediário mais forte) vai entregar exatamente a mesma experiência, mas melhorias em outras partes e vai rodar os mesmos jogos.

Imagem destacada: Dean Drobot / Shutterstock

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

O post Vale a pena investir em um celular gamer? apareceu primeiro em Olhar Digital.

 

Você pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *