Maior asteroide que caiu na Terra pode ser duas vezes mais massivo que o dos dinossauros

O maior asteroide a atingir a Terra pode ter sido ainda maior do que pensavam os cientistas. Ele colidiu com a nossa superfície há cerca de 2 bilhões de anos, deixando para trás a cratera de Vredefort, na atual África do Sul. Agora, um artigo recentemente publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets revela que este corpo massivo pode ter sido duas vezes maior que o asteroide que extinguiu os dinossauros.

A cratera de Vredefort fica a 120 km de Joanesburgo e é a maior cratera visível do mundo, com 159 km de diâmetro. Contudo, ela é menor que a cratera de Chicxulub, situada abaixo da Península de Iucatã, no México, que possui 180 km de diâmetro e foi deixada pelo asteroide que encerrou o período Cretáceo, varrendo os dinossauros de nosso planeta há aproximadamente 66 milhões de anos.

Mas, com o tempo, crateras sofrem erosão e recebem um acúmulo de novas rochas em seu local, o que as faz diminuir de tamanho. As mais recentes estimativas indicam que o buraco de Vredefort tinha, originalmente, entre 250 e 280 km de diâmetro. Assim, ele é considerado a maior cratera de impacto da Terra, mesmo que hoje seja menor que Chicxulub.

Correção de cálculos

No passado, os especialistas acreditavam que o tamanho original de Vredefort era muito menor, com cerca de 172 km de largura. Com base nessa estimativa equivocada, eles calcularam que o asteroide que a causou tinha aproximadamente 15 km de diâmetro e que colidiu com a Terra a uma velocidade de quase 54 mil km/h. Mas, à luz das novas conclusões sobre o tamanho inicial da cratera, os cientistas estão reconsiderando também o tamanho do asteroide.

No recente estudo, os pesquisadores recalcularam as suas proporções e concluíram que a rocha espacial que formou a cratera de Vredefort tinha, na verdade, entre 20 e 25 km de diâmetro, e teria viajava a uma velocidade de até 90 mil km/h quando atingiu o nosso planeta.

Cratera de Vredefort, na África do Sul, vista de cima | Crédito: Júlio Reis, via Wikimedia Commons.

“É crucial compreender a maior estrutura de impacto que temos na Terra, porque isso permite aos pesquisadores construir modelos geológicos mais precisos”, conta Natalie Allen, doutoranda no Departamento de Física e Astronomia da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. “Além disso, estimativas mais certeiras sobre o tamanho de pontos de impacto nos ajudam a compreender melhor outras crateras na Terra e espalhadas pelo Sistema Solar.”

Um asteroide devastador

Quando colidiu com a Terra, o asteroide que extinguiu os dinossauros causou uma destruição generalizada: causou incêndios florestais e chuva ácida, gerou um tsunami gigantesco que atravessou metade do planeta e formou nuvens de cinzas e poeira que subiram à atmosfera e mudaram drasticamente o clima. Tudo isso colaborou para ceifar 75% da vida na Terra.

Com base nos novos cálculos do tamanho original da cratera de Vredefort, os pesquisadores acreditam que o impacto que a causou tenha sido consideravelmente mais severo que o mencionado acima. De fato, esse foi, potencialmente, o maior evento de liberação de energia já ocorrido na Terra. Entretanto, devido ao fato de que ocorreu há muito tempo – até mesmo para os padrões do nosso planeta – há poucas evidências do poder devastador desse asteroide e dos efeitos de sua colisão na superfície.

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“Diferentemente do evento que formou a cratera de Chicxulub, o impacto de Vredefort não deixou para trás registros de uma extinção massiva ou de incêndios florestais já que a Terra, naquele momento, só abrigava seres unicelulares”, explica Miki Nakajima, cientista planetária na Universidade de Rochester (Nova York) e coautora do artigo. “No entanto, este asteroide pode ter afetado o clima global de uma maneira muito mais extrema que o impacto de Chicxulub.”

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