Microsoft: Relatório indica motivações para retomada do trabalho híbrido

Com a pandemia de Covid-19, muitas empresas foram forçadas a adotar o home office como forma comum de trabalho. Com a melhoria do quadro, enquanto algumas mantiveram o sistema, outras partiram para o formato híbrido.

O problema é que ambos os formatos ainda são muito debatidos no que tange sua efetividade. Com isso em mente, a Microsoft desenvolveu o relatório “Capacitando sua força de trabalho durante a incerteza econômica”.

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Para confeccionar o material, a empresa de tecnologia ouviu empregadores e funcionários e percebeu haver oposição nítida entre o que o empregador e o trabalhador esperam.

Estrutura do levantamento

A Microsoft ouviu 20 mil pessoas em 11 países, além de ter incorporado dados anônimos e agregados do LinkedIn e do Microsoft 365. Cerca de 87% dos funcionários afirmam se sentirem produtivos no trabalho, ao que 85% dos líderes não estão certos sobre isso.

O resultado revela que o ambiente híbrido diminuiu a capacidade de medição e de confiabilidade dos empregadores na produção de seu pessoal.

Jared Spataro, CVP da Modern Work na Micrsoft, explica melhor esse cenário. “O que estou começando a perceber é que os líderes contavam com ferramentas para medir a produtividade dos funcionários que haviam desenvolvido ao longo de suas carreiras. Mas, agora, sem espaço de trabalho físico, muitas dessas ferramentas são inacessíveis.”

“Logo, a questão que se coloca é: Como, nesta nova era, devemos avaliar a produtividade? Precisamos parar de olhar apenas para as atividades diárias e olhar para os resultados. Mas essa paranoia com a produtividade fica realmente muito focada nas atividades”, adiciona.

Momentos distintos

O contraste entre as classes vem ocorrendo desta forma porque cada uma enfrenta desafios diferentes no momento.

Os gerentes, por exemplo, continuam sendo cobrados por metas e resultados do mesmo jeito que eram até o início de março de 2020. Por sua vez, os trabalhadores passaram por sérias mudanças físicas e mentais, inclusive tendo que equilibrar sua vida e seu trabalho.

Esse desequilíbrio de perspectivas atrapalha também a viabilidade do retorno ao trabalho presencial. E o estudo da Microsoft captou essa questão.

84% dos entrevistados se sentem mais motivados a trabalhar mais frequentemente de forma presencial quando pensam que isso beneficiaria em seus relacionamentos com colegas de trabalho.

Contudo, muitos líderes se beneficiam de políticas corporativas para forçá-los a voltar ao trabalho, ao invés de se valer das conexões humanas.

“As conexões pessoais com os colegas com os quais a pessoa trabalha são o maior atrativo”, diz Spataro. “A ideia de que alguém pode realmente estabelecer relações de amizade com seus colegas de trabalho motiva a ida ao escritório.”

Como era no passado?

Em suma, muitos trabalhadores vêm exigindo o hibridismo. Contudo, Spataro crê que os escritórios terão aparência similar à de antes da pandemia, mas com muito mais flexibilidade.

Ele exemplifica sua opinião ao dizer que as empresas mais bem-sucedidas são as que vêm recuando quando o assunto é obrigar os trabalhadores a irem ao escritório em determinados dias da semana. Ao invés disso, criam momentos da semana para que seus empregados possam estar uns com os outros e incentivam que todos estejam presentes para desfrutar o momento.

Outra conclusão a que o relatório chegou é que os trabalhadores estão se “valorizando” mais ao questionarem: “Estou ficando mais valioso em meu emprego, ou estagnei?” Se chegam à segunda opção como resposta, então tendem a se demitir.

Essa “filosofia” força os líderes a darem oportunidades de aprendizado e crescimento a seus comandados. 76% dos entrevistados pela Microsoft disseram que frequentariam mais suas empresas se tivessem tais oportunidades. Para Spataro, “é uma mudança de pensamento”.

Com informações de Fast Company Brasil

Imagem destacada: eamesBot/Shutterstock

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