O que falta para o metaverso decolar?

Mark Zuckerberg ficou muito conhecido por revolucionar a internet mundial com a chegada do Facebook, rede social de sua criação. Anos depois sua empresa comprou outras plataformas, como WhatsApp e Instagram, e hoje se estabeleceu como um dos maiores conglomerados de tecnologia do mundo. E a nova aposta do empresário vai além de uma rede social, se trata de um universo digital: o metaverso. 

Não é nenhuma novidade que Zuckerberg está completamente focado neste projeto, tanto que sua empresa, há cerca de um ano, foi rebatizada como “Meta”. A vontade de fazer o metaverso dar certo é tão grande que bilhões de dólares estão sendo destinados ao mundo digital, o que espanta até mesmo outros acionistas da empresa. 

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Porém, se o projeto é tão grande e está sendo tão bem trabalhado, por que ele ainda não “decolou”? Responder essa pergunta é muito difícil, mas devemos estar atentos a diversos fatores que podem influenciar essa resposta. 

O que é o metaverso? 

Metaverso é uma realidade virtual imersiva e interativa. De certa maneira, é uma evolução de jogos como ‘The Sims‘ e ‘Second Life‘ no sentido de que as pessoas precisam de um avatar para conviver neste ambiente virtual. Porém, agora, de forma hiper-realista.

Outra maneira de entender o metaverso é vê-lo como uma extensão virtual da nossa vida atual, como se fosse outra dimensão. Daí, o nome “metaverso” que significaria além do universo.

O diferencial do metaverso

Assim como citamos, é possível imaginar o metaverso como a evolução de outros projetos, como o Second Life. O jogo virtual foi criado há quase 20 anos e também se tratava de um ambiente virtual 3D, completamente imersivo que visava conectar pessoas de diversos lugares do mundo. 

Na época, a plataforma fez muito sucesso, mas hoje é pouco lembrada, praticamente sumiu do mundo online. O metaverso chegou a ser muito comparado com esse jogo, mas será que ele será uma tendência passageira assim como Second Life? 

Imagem: Casimiro PT/Shutterstock

Em entrevista ao Olhar Digital, o especialista em Tecnologia e Inovação, Arthur Igreja, afirmou que para o metaverso não cair em desuso como o Second Life, a Meta deverá aprender com os erros do jogo. 

“É preciso evoluir com mais velocidade, conseguir ser mais inclusivo e ter muito mais gente usando. Tem que se disseminar de forma muito mais ampla, não pode ser algo nichado para alcançar a escala que o Mark Zuckerberg espera”, disse Igreja.

“Embora as propostas sejam muito parecidas, o Second Live fracassou sobretudo pois na época não havia infraestrutura de rede que permitisse uma boa experiência do usuário e também sobre a velocidade de conexão da época”, apontou o gestor de Inovação da UNISUAM, Diego Braga, em entrevista ao Olhar Digital.

O que falta para o metaverso deslanchar? 

Arthur Igreja apontou que um dos principais problemas para que as pessoas ainda não se interessem pelo metaverso é a falta de experiência com essa tecnologia. “Muita gente nunca usou um headset e se sente afastado disso”. 

“O metaverso da Meta não é um jogo igual muitos estão pensando, é realmente uma realidade alternativa como integração social”, afirmou Braga ao pontuar que a tecnologia ainda não está pronta e que a empresa de Zuckerberg ainda precisa trabalhar em experiências e hardwares que sejam acessíveis ao cliente final. 

Arthur Igreja reforçou que é necessário possuir um “ecossistema de tecnologias, softwares e plataformas” para atingir o ideal do metaverso, com a imersão e senso de comunidade esperados. 

Imagem: Gorodenkoff / Shutterstock

“Não é só ter headset, é preciso ter um ecossistema de apps, jogos e afins. Outro ponto é, não adianta você ter o headset e seu amigo não ter”, afirmou. “Tudo isso está em um estágio embrionário de amadurecimento”. 

Igreja disse acreditar que é possível esperar um prazo de três a cinco anos para que a tecnologia imaginada por Zuckerberg esteja completamente operacional, mas que é necessário levar em consideração uma série de fatores. 

O especialista citou como exemplo a inteligência artificial, que hoje está em sua “era dourada”, mas que é trabalhada desde 1956 e já passou por “dois invernos” – períodos em que se acredita que a tecnologia vai deslanchar, mas isso não acontece e acaba gerando um certo ceticismo apontando que aquilo deu errado. 

Igreja disse que ainda é difícil prever se o metaverso vai realmente acontecer agora, ou seguirá os passos do Google Glass, que foi visto como uma revolução da realidade aumentada, mas foi rapidamente esquecido.

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