“Fonte tecnológica da juventude”: startup oferece reprogramação biológica contra o envelhecimento

Cada vez mais recursos são oferecidos pela indústria cosmética e farmacêutica para ajudar na luta contra o envelhecimento. Uma startup norte-americana dedicada a desenvolver terapias de extensão de vida capazes de interromper ou reverter esse processo foi além e diz ter descoberto a “fonte tecnológica da juventude”.

Startup Altos Labs, dedicada à reprogramação, biológica promete “fonte tecnológica da juventude”. Imagem: Kotin – Shutterstock

No entanto, segundo a revista MIT Technology Review, de responsabilidade do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), se por um lado a ferramenta representa um avanço indiscutível, por outro, os efeitos colaterais em quem passa pela experiência podem ser bem infelizes.

De acordo com Rick Klausner, fundador e cientista-chefe da startup de biotecnologia Altos Labs, a empresa promete “rejuvenescimento médico” por meio da reprogramação biológica, método usado para redefinir o epigenoma do DNA, essencialmente tornando as células individuais mais jovens. A desvantagem? Também pode provocar uma mutação imprevisível nessas células, causando câncer.

Outro problema com o método é que ele reverte as células de volta ao seu estado de células-tronco embrionárias, perdendo sua identidade epigenética no processo. E como o nome indica, as células embrionárias são próprias de embriões, não de adultos, o que levanta dúvidas sobre os efeitos dessa incompatibilidade.

Klausner diz que a empresa já testou a técnica em camundongos. A partir de seus dados ainda não publicados, ele afirma que a reprogramação curou algumas cobaias do diabetes e salvou outras de doses letais de analgésicos.

O cientista garante que a reprogramação “parcial” em camundongos contorna a possibilidade de incompatibilidade de células embrionárias em indivíduos adultos, permitindo que eles vivam mais tempo e muito mais saudáveis. “Você rejuvenesce as células, mas não perde a identidade”, disse ele à MIT Tech.

Um dos defensores da tecnologia, David Sinclair, que dirige um laboratório de pesquisa de envelhecimento na Universidade de Harvard, diz que isso poderia permitir que as pessoas vivam muito mais do que hoje. “Prevejo que um dia será normal ir a um médico e obter uma receita para um medicamento que o levará de volta uma década”, disse ele. “Não há razão para não vivermos 200 anos”.

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Bilionários patrocinam fonte da juventude prometida pela Altos Labs

Em setembro do ano passado, o Olhar Digital noticiou que, entre os investidores da Altos Labs, está o fundador da Amazon e da Blue Origin, Jeff Bezos.

Além dele, o russo-israelense Yuri Milner também é outro bilionário atraído pela empresa, que contratou alguns dos maiores cientistas do mundo oferecendo grandes salários e carta branca em suas pesquisas antienvelhecimento. 

Embora existam várias startups de reprogramação no mercado, nenhuma delas tem o apoio financeiro de peso que a Altos Labs já recebeu até agora. 

Não é nenhuma surpresa que os detentores das maiores fortunas do mundo tenham interesse em tentar viver o maior tempo possível – mesmo que, para isso, tenham que investir muito dinheiro (contrariando a célebre frase do Homem de Ferro que diz que “nenhuma quantia de dinheiro jamais comprou um segundo de tempo”).

E o motivo pelo qual a Altos Labs recebeu aportes tão significativos é claro: as pessoas não querem morrer. No entanto, o alcance da imortalidade ainda segue sendo uma incógnita. Talvez, um ponto de interrogação ainda mais assustador seja: quem exatamente terá acesso à “fonte tecnológica da juventude” se e quando ela for desbloqueada?

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