Vida alienígena? Investigação em sinal “Uau!” tem resultado desanimador

Em 15 de agosto de 1977, o radiotelescópio Big Ear, nos EUA, recebeu um forte sinal aparentemente vindo da constelação de Sagitário e trazendo marcas inesperadas de origem alienígena.

O astrônomo Jerry R. Ehman descobriu a anomalia alguns dias depois, quando estava revisando os dados registrados. Ele ficou tão impressionado que circulou a leitura na impressão do computador, “6EQUJ5”, e escreveu o comentário “Wow!” (“Uau!, em português) ao lado, dando ali o nome amplamente utilizado para o evento.

Jerry R. Ehman, astrônomo que descobriu a sequência de sinais, ficou tão impressionado quando estava revisando os dados registrados que circulou a leitura na impressão do computador, “6EQUJ5”, e escreveu o comentário “Wow!”. Imagem: Observatório de Rádio Big Ear e Observatório Astrofísico Norte-Americano (NAAPO)

Toda a sequência de sinais durou a janela completa de 72 segundos durante a qual o Big Ear conseguiu captá-la, mas nada mais foi detectado a partir daquela região desde então. Muitas hipóteses foram criadas para explicar a origem do sinal, incluindo formas naturais e marcas feitas por humanos, mas nenhuma delas foi comprovada.

Até hoje, o sinal “Uau!” continua sendo o candidato mais forte a uma transmissão de rádio alienígena já detectada.

O design único do Radiotelescópio Big Ear permitiu que a equipe o construísse investindo relativamente pouco, mas ainda sendo capaz de fazer avanços fundamentais na radioastronomia. Imagem: NRAO/John Daniel Kraus

No entanto, os resultados dos estudos mais recentes de varredura da área não são animadores. Após escanear a zona de onde a suposta transmissão alienígena teria se originado há 45 anos, os cientistas não conseguiram captar sinal algum.

Mesmo assim, a equipe de pesquisa disse que a colaboração se compromete em fazer outras buscas por vida alienígena inteligente. “Isso pode envolver examinar dados da espaçonave Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA) para encontrar mais estrelas semelhantes ao Sol na região do sinal”, disse o colaborador do projeto Wael Farah em entrevista ao site Space.com.

“Isso não inclui apenas o ‘Uau!’ como região de incerteza de sinal, mas se estende a áreas no céu onde as densidades estelares são altas, como o centro galáctico e o disco galáctico”, completou.

A zona alvo do estudo de Farah e sua equipe estava em torno de uma estrela semelhante ao Sol localizada a 1.800 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Sagitário. “Esta é a primeira vez que uma busca direcionada para o sinal ‘Uau!’ foi conduzida”, disse Karen Perez, estudante de pós-graduação da Universidade de Columbia, em um comunicado sobre a pesquisa, que ela liderou no Instituto de Busca de Inteligência Extraterrestre (SETI).

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Karen observou que a pesquisa estimulou a primeira colaboração entre dois telescópios financiados pelo SETI: o Green Bank Telescope (GBT) e o Allen Telescope Array (ATA). “Os telescópios fizeram suas observações no mesmo dia, em 21 de maio, com o GBT realizando duas observações de 30 minutos e o ATA fazendo seis observações de cinco minutos”, diz o comunicado do SETI. “Suas observações também se sobrepuseram por quase 10 minutos”.

Farah, pesquisador de pós-doutorado que trabalha no ATA, disse que o grande campo de visão do telescópio e outras capacidades (como colocar mais feixes de busca no céu) permitirão que “muito mais fontes sejam identificadas e estudadas simultaneamente com o instrumento”. 
Em outras palavras, mais áreas candidatas ao posto de área de origem do sinal “Uau!” podem aparecer em futuras varreduras na região. Um artigo que descreve a pesquisa foi publicado no Research Notes of the American Astronomical Society.

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