Astrônomos encontram cometas “perdidos” no Cinturão de Asteroides

Estudos sobre o Cinturão de Asteroides, região circular do Sistema Solar repleta de detritos rochosos que fica entre Marte e Júpiter, descobriram que lá não existem somente asteroides. Aparentemente, foram encontrados cometas “perdidos” por ali.

Ao todo, dez cometas já foram vistos no Cinturão de Asteroides. Créditos: Marko Aliaksandr/Shutterstock

Através do Telescópio Isaac Newton, em La Palma, nas Ilhas Canárias, uma equipe da Universidade de Edimburgo, na Escócia, foi capaz de observar um desses corpos “forasteiros”. Entre 2018 e 2020, foram analisados 534 asteroides diferentes, com sinais de coma de um cometa – a parte nebulosa que se encontra acima do núcleo – ou cauda, que surge a partir de ventos solares.

Acredita-se que os cometas se originam nas bordas do Sistema Solar e mais além, por se tratar de regiões mais frias. A estudante de pós-graduação em astronomia Lea Farellec, uma das autoras deste estudo recente, alega que o desafio é explicar como o gelo sobreviveu durante tanto tempo nesse cometa descoberto no Cinturão de Asteroides.

Responder a essa questão terá repercussões nas pesquisas futuras sobre diversidade planetária, disposição do Sistema Solar e também poderá dar subsídio para responder uma das maiores questões da astronomia: a origem da água na Terra.

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Uma parte dos astrônomos suspeita que pelo menos parte da água da Terra veio de cometas. Missões de reconhecimento robótico e observações distantes demonstraram que impressões digitais químicas da água muitas vezes não correspondem às da Terra. “Isso significa que objetos como os cometas do Cinturão de Asteroides podem ser uma fonte de água da Terra”, declarou o coautor do estudo, Colin Snodgrass, também da Universidade de Edimburgo.

Novos estudos sobre cometas precisam ser feitos

Não é a primeira vez que cometas são vistos na região. O primeiro cometa do cinturão foi descoberto em 1996. Com o passar do tempo, outros oito foram detectados desde então.

Nesta nova abordagem, encontraram apenas um novo candidato: 2001 NL19. De acordo com Farellec, esse objeto poderia ter nascido da vaporização do gelo. Serão necessárias mais observações conforme ele se aproximar do Sol, momento em que é mais provável que a cauda apareça.

A existência desses cometas no Cinturão de Asteroides interfere na categorização desses fenômenos naturais. Especula-se que eles tenham surgido nos primeiros dias do Sistema Solar e que foram empurrados pela gravidade, mas isso é apenas uma das hipóteses. São necessários mais estudos sobre esse tema para resolver a questão.

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