Aparelho de sonar subaquático revela um dos naufrágios mais antigos da Noruega

Durante uma pesquisa realizada no fundo de um lago na Noruega, focada em procurar por munições não detonadas na Segunda Guerra Mundial, arqueólogos descobriram os restos de uma misteriosa embarcação que pode ser um dos naufrágios mais antigos do país.

Imagens de sonar mostram o casco do navio de madeira de 10 metros de comprimento a uma profundidade de cerca de 410 m abaixo da superfície do Lago Mjøsa (pronuncia-se “Miossá”), a cerca de 100 km ao norte da capital Oslo.

Veículo autônomo subaquático equipado com sonar detectou navio que pode ter naufragado há 700 anos em um lago próximo de Oslo, capital da Noruega. Imagem: FFI/NTNU

“O que se sabe a respeito da construção do navio sugere que ele foi construído até 700 anos atrás, logo após a transição dos navios vikings para desenhos medievais com uma proa e popa distintas”, disse um dos autores do estudo, Øyvind Ødegård, arqueólogo marítimo da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), em entrevista ao site Live Science.

Segundo o pesquisador, as imagens de sonar mostram o esboço de algo que possivelmente poderia ser uma popa. “Se esse for o caso, então isso realmente não aparece até os anos 1300”.

Até o momento, o mau tempo e a baixa visibilidade impediram os arqueólogos de investigar o local do naufrágio com equipamentos de câmera, e parece que isso não será possível até que as condições melhorem, no próximo ano.

Ødegård diz que as imagens capturadas pelo ultrassom mostram claramente a estrutura diferente de um navio “construído com clínquer”, um método tradicional de construção de barcos nórdicos por meio do qual as tábuas do casco se sobrepõem, para torná-lo mais leve. Durante o período medieval, esse método foi substituído por tábuas suavemente unidas em navios mais fortes “construídos em carvela”, uma inovação mediterrânea.

O lago Mjøsa tem sido uma rota comercial vital entre comunidades produtivas desde pelo menos a Era Viking (séculos VIII a 11), o que atraiu os pesquisadores pela possibilidade de encontrar objetos culturais nas profundezas.

“Encontrar os destroços foi quase um subproduto da missão original de mapear munições despejadas”, disse ele. “Eu esperava encontrar algumas coisas – é por isso que eu estava participando do estudo”.

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Para mapear o lago, eles utilizaram o veículo subaquático autônomo Hugin (AUV), da Instituição de Pesquisa de Defesa Norueguesa (FFI). O AUV é equipado com sonar – navegação sonora e alcance – que usa os reflexos dos pulsos sonoros para fazer imagens acústicas detalhadas dos arredores, mesmo em ambientes quase sem luz, como as profundezas do lago. Várias imagens acústicas do AUV foram usadas para fazer um modelo tridimensional do naufrágio.

A equipe deduziu que a embarcação teria um único mastro com uma vela quadrada – muito parecido com um navio viking – mas que parece ter ostentado um leme central, em vez do tradicional leme viking no lado direito do casco.

Ødegård acha que pode haver destroços ainda mais antigos para encontrar no lago. “Se vamos encontrar um naufrágio viking na Noruega, então Mjøsa é provavelmente o lugar com mais potencial para tal descoberta”.

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