Vale a pena? Pagar para desbloquear recursos com o carro na garagem já é realidade
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Com cada vez mais funções controladas por software, os carros modernos se transformaram basicamente em computadores potentes sobre rodas. No mesmo molde dos smartphones, que recebem atualizações que melhoram o desempenho e o consumo de bateria, as montadoras enxergaram um novo modelo e controverso modelo de negócio: a venda de pacotes que liberam mais funcionalidades ou simplesmente deixam o seu carro mais potente.
A alemã BMW chamou a atenção da mídia quando anunciou em julho a cobrança de assinaturas por meio do sistema ConnectedDrive para desbloquear certas funções dos seus veículos. Para usar o assento aquecido, por exemplo, o proprietário deve desembolsar US$ 18 por mês na Coreia do Sul (quase R$ 94 em conversão direta).
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Se preferir comprar o recurso de vez, o usuário deve desembolsar US$ 406 (praticamente R$ 2.114). A nova função antirroubo da marca também será vendida separadamente como opcional.
BMW cobra assinatura para desbloquear o uso de assentos aquecidos na Coreia do Sul. Imagem: BMW ConnectedDrive/Reprodução
A Mercedes-Benz também embarcou na ideia e anunciou recentemente que vai vender por US$ 1.200 ao ano, quase R$ 6.250 na cotação atual, um software que libera toda a potência dos motores elétricos das linhas EQE e EQS. A novidade está disponível desde o fim de novembro nos EUA.
Site americano da Mercedes mostra a opção para contratar a assinatura. Imagem: Merecedes-Benz/Reprodução
O upgrade liberado para os elétricos EQS e EQS SUV é instalado na central multimídia, que repassa os “ajustes finos” para o veículo, elevando os 360 cv de fábrica para 448 cv. A Polestar, a marca de carros elétricos da Volvo, também acaba de lançar uma atualização que oferece um salto de 68 cavalos para a versão de longo alcance e dois motores do Polestar 2.
A novidade está disponível nos EUA e Canadá e, diferente do plano adotado pela Mercedes, sai por uma taxa única de US$ 1.195, cerca de R$ 6,2 mil na cotação atual. O ajuste de software também é instalado remotamente e eleva a potência do Polestar 2 para 476 cavalos, reduzindo o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h de 4,5 s para 4,2 s.
Por fim, também vale uma menção honrosa a Tesla, a empresa que popularizou as atualizações remotas no meio automotivo e que também passou a cobrar taxas por serviços essenciais como o de navegação. Até então, o acesso a ao sistema era vitalício e gratuito. Agora, funcionará sem gerar cobrança por oito anos, contados a partir da entrega de veículos novos vendidos após o dia 20 de julho de 2022.
Depois disso, os proprietários serão obrigados a assinar o pacote “Premium Connectivity”, que sai por US$ 9,99 por mês ou US$ 99 ao ano.
Vale a pena gastar mais para ter mais?
A polêmica em torno desse novo formato é que o proprietário pode acabar pagando por funcionalidades que estão “adormecidas”, normalmente ligados a entretenimento, conforto ou automação. No fim da linha, resta ao comprador pesar no bolso se vale a pena investir ou não no “opcional”.
Um contraponto positivo é que os carros recebem essas melhorias de desempenho sem precisar trocar peças ou sair de casa para visitar a oficina. Para os próximos anos, a tendência é que a maioria das montadoras embarquem nesse formato, que também ganhou espaço no mundo dos games e serviços de streaming.
Também na Alemanha, quem também está de olho nisso é a gigante Volkswagen. A empresa também já deu indícios no ano passado de que pode lançar pacotes parecidos para a sua linha de carros elétricos ID, informou o The Truth About Cars.
Apesar dessa nova moda ainda não ter vingado no Brasil, é apenas questão de tempo, julgando pela quantidade de marcas que já está apostando na ideia no exterior.
Imagem principal: Kaspars Grinvalds/Shutterstock
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