Fim de uma era: Boeing tira 747 de linha; conheça a história desse gigante da aviação

Foram mais de 50 anos de serviços bem prestados, mas que agora terminou. A Boeing liberou seu último 747 de sua fábrica em Everett, em Washington, nos EUA, no início deste mês.

A unidade será entregue à Atlas Air em janeiro, mas, antes, passará por pintura e testes;O 747 tem é apelidado de Jumbo e possui dois andares, tendo altíssima capacidade de transporte de diversas cargas;Por ser gigante, o 747 precisa de quatro motores; dois em cada asa, além de espécie de corcunda – uma elevação que acomoda o segundo andar.

Em meio século de serviços (bem) prestados, o “Queen of the Skies” (“Rainha dos Céus”) só teve o Airbus A380 como concorrente, este com mais capacidade de transporte de passageiros. Vale dizer, porém, que a “disputa” foi curta – o A380 foi produzido entre 2005 e 2021.

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Confira abaixo toda a história desse gigante dos ares.

Construção acelerada

Foram apenas 16 meses de desenvolvimento, sendo o primeiro voo do Jumbo em 9 de fevereiro de 1969. Seu tamanho se deveu aos jatos, que surgiram dez anos antes, e à queda no preço das passagens, permitindo a mais pessoas voarem e, assim, mais pessoas poderiam ser comportadas no novo avião.

Tamanho

Já que o governo dos EUA não escolheu a Boeing para ter seu próprio avião militar de grande porte, a fabricante resolveu criar seu próprio modelo desse tipo, totalmente diferente do que o mundo já tinha visto anteriormente.

O tamanho diferenciado, com dois andares, permitia o serviço de dois aviões menores em viagens nacionais – isso permitia às companhias aéreas a contratação de menos tripulantes e equipe similar nos aeroportos.

Quatro modelos diferentes

Quando a concepção final do 747 veio à publico, soube-se que haviam quatro versões distintas:

747-100/-200 – As primeiras versões do 747, com capacidade para até 490 passageiros;Boeing 747SP – Versão menor do 747 original;Boeing 747-400 – Lançado em 1988, tinha asas maiores e capacidade para levar até 660 passageiros;Boeing 747-8 – Capaz de voar até 14.310 km sem precisar parar para reabastecer.

Recorde no Guinness

De modo a comportar sua fabricação, a Boeing criou instalação específica para sua linha de montagem em Everett. A instalação é reconhecida pelo Guinness Book como o maior edifício em volume do mundo, com 13,4 milhões m³ internos.

Avião do presidente dos EUA

É amplamente sabido que o presidente dos EUA tem seu próprio avião – é um 747-200 adaptado para fins militares. Possui medidas de contra-ataque, é blindado e resiste a pulsos de explosões nucleares.

O chamado “avião do juízo final” dos EUA é outro 747 adaptado. Entre suas características, estão poder ficar vários dias voando sem pousar (precisando apenas de reabastecimento no ar) e comida e água a bordo.

Imagem: Divulgação/Matt Hecht/Força Aérea dos EUA

Maior missão do 747

O 747 já teve grandes missões além das quais foi desenhado. A NASA já transportou ônibus espaciais em dois modelos modificados até o Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

Todo o interior da aeronave foi removido e sua traseira foi alterada para que melhorasse o voo com a carga hiper pesada.

Imagem: Divulgação/Supertanker

Supertanker – combate a incêndios

Alguns dos 747 que foram aposentados chegaram a ser adaptados para combate a incêndios. Passaram a ser chamados de Supertanker e são os maiores desse tipo no mundo.

Eles despejam até 72 mil litros de água de uma única vez nos locais incendiados. Após cada voo, o 747 é reabastecido e em meia hora já pode voar novamente. Internamente, ele possui 14 assentos de primeira classe e dois beliches.

Dois 747 no maior acidente da história

Em 1977, o maior acidente aéreo da história envolveu dois Boeings 747 em Tenerife, Espanha. Na oportunidade, 583 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.

Observatório espacial da NASA

Durante 26 anos, um 747 serviu à NASA como observatório estratosférico de astronomia infravermelha. O Sofia, como era chamado, possuía grande porta na lateral de sua fuselagem e expunha telescópio com 2,7 m de diâmetro.

Destruidor de mísseis

Um 747 também já foi responsável por destruir mísseis em sua fase de aceleração. O YAL-1 obteve êxito em 2010, mas o programa foi cancelado no ano seguinte.

Imagem: Divulgação/18.abr.2013/Bryan Jones

Cargueiro especial Dreamlifter

O 747 também teve uma versão de carga, o Dreamlifter. Quatro unidades transportavam peças do 787 até a linha de montagem da empresa.

Ficha técnica

Boeing 747

Unidades produzidas: 1.574Primeiro voo: 9 de fevereiro de 1969Carga máxima: 133,1 toneladas (Último 747-8F – cargueiro)

Medidas (referentes ao modelo 747-8)

Capacidade: 410 passageiros (na configuração de três classes)Autonomia: Até 14.310 km de distância de vooComprimento: 76,3 metrosEnvergadura (distância de ponta a ponta da asa): 68,4 metros Altura: 19,4 metrosMotores: Quatro GEnx-2B

Via UOL

Imagem destacada: Paul Weatherman/Boeing

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