Arquivo diário: março 11, 2023

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Silicon Valley Bank: o que se sabe sobre a maior falência de um banco nos EUA desde 2008

Especialistas em economia norte-americanos afirmam não acreditar que encerramento das atividades do banco cause um efeito dominó semelhante ao que levou à crise financeira de 2008. Agência fechada do SVB em Menlo Park, na Califórnia.
Reuters via BBC
Autoridades americanas anunciaram na sexta-feira (10) o encerramento das atividades do Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups. A notícia da falência, a segunda maior do setor bancários dos EUA, provocou apreensão entre os clientes do SVB que não conseguiram movimentar o dinheiro aplicado no banco.
O impacto do fim do SVB ainda não está claro, mas especialistas em economia dos EUA afirmam não acreditar que a falência do banco cause um efeito dominó semelhante ao que levou à crise financeira de 2008.
O g1 explica abaixo o que se sabe sobre o caso e quais reflexos a falência pode ter nos EUA.
O que aconteceu?
Qual o tamanho e a importância do SVB?
A falência já impactou o mercado?
Os clientes terão acesso ao dinheiro aplicado?
O que aconteceu?
A mídia americana relata que um dos fatores que resultou na falência do SVB é o aumento na taxa de juros dos EUA, que passou de 0,25%, em 2020, para 4,75%, em fevereiro deste ano, em uma tentativa do Banco Central americano de controlar a inflação.
O SVB atendia principalmente startups e financiadores. Como o setor de tecnologia começou a desacelerar nos últimos meses, com os constantes aumentos na taxa de juros para frear a inflação, as empresas atendidas pelo SVB começaram a retirar dinheiro mais rápido do que o esperado.
Além da queda nos recursos, o SVB também viu novos investimentos minguarem. Com isso, o banco foi ficando sem dinheiro.
Para piorar a situação, o banco havia realizado uma série de investimentos no Tesouro dos EUA e em títulos de dívida pública ligados ao governo. Com o aumento da taxa de juros, os valores desses títulos foram caindo.
A imprensa americana relatou que, na quarta-feira (6), o SVB anunciou a venda de diversos títulos com prejuízo.
Em uma tentativa de equilibrar as contas, o SVB afirmou que venderia US$ 2,25 bilhões em novas ações. Entretanto, o anúncio gerou pânico em empresas de capital de risco, fazendo com que investidores retirassem dinheiro do banco.
Na quinta-feira (9), o presidente-executivo do banco, Greg Becker, pediu para os clientes manterem a calma. No entanto, muitos investidores não confiaram no pedido de Becker, e as ações despencaram 60%, fazendo o SVB perder quase US$ 10 bilhões, segundo a Bloomberg.
De acordo com a imprensa americana, houve uma corrida entre investidores para a retirada de dinheiro do banco nas últimas 48 horas, tornando o SVB praticamente insolvente.
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Qual o tamanho e a importância do SVB?
O SVB é a maior instituição a quebrar desde o colapso no sistema financeiro americano em 2008, que, à época, gerou uma crise mundial.
O Silicon Valley Bank tinha cerca de US$ 209 bilhões em ativos até o fim de 2022, o que o tornava o 16º maior banco dos EUA, segundo o Federal Reserve – o banco central norte-americano.
Além disso, o branco é credor fundamental para empresas em estágio inicial e é parceiro bancário de quase metade das empresas americanas de tecnologia e saúde apoiadas por capital de risco listadas nas bolsas de valores no ano passado.
A falência já impactou o mercado?
Após anunciar na quinta-feira (9) que estava tentando levantar US$ 2,25 bilhões (R$ 11 bilhões) para cobrir uma perda causada pela venda de ativos, as ações do SVB tiveram sua maior queda, de mais de 60%, em um dia.
Preocupações de que outros bancos possam enfrentar problemas semelhantes levaram à venda generalizada de ações de bancos em todo o mundo na quinta-feira e no início da sexta-feira.
Bolsas ao redor do mundo registraram quedas no final de sexta: a Nasdaq de 1,7%, S&P 500 1,4% e Dow Jones 1%. Os principais índices europeus e asiáticos também fecharam em baixa, com a FTSE 100 caindo 1,6%.
As ações de alguns dos maiores bancos dos EUA se recuperaram na sexta, mas os bancos menores continuaram sendo atingidos.
Os clientes terão acesso ao dinheiro aplicado?
A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), que normalmente protege depósitos de até US$ 250 mil, disse que assumiu o controle de cerca de US$ 175 bilhões (cerca de RS 900 bilhões) em depósitos mantidos no banco.
Os escritórios e agências do banco devem ser reabertos “até segunda-feira de manhã”, quando clientes com depósitos segurados poderão ter acesso aos fundos. Ainda de acordo com a FDIC, o dinheiro obtido com a venda dos ativos do banco irá para depositantes não segurados.
Os funcionários do banco receberam neste sábado (11) uma proposta da FDIC para trabalharem por 45 dias de trabalho por 1,5 vez o salário. Os colaboradores foram instruídos a continuar trabalhando de forma remota, exceto trabalhadores essenciais e funcionários das filiais.

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Funcionários do Silicon Valley Bank recebem oferta para trabalharem por mais 45 dias

Regulador que assumiu banco falido está oferecendo salário 1,5 vezes maior para esses dias de trabalho. Instituição financeira fundada em 1980 concedia empréstimos a startups. Silicon Valley Bank, banco financiador de startups, quebra nos EUA
Reuters
Funcionários do Silicon Valley Bank, banco financiador de startups que quebrou nos EUA, receberam uma proposta para trabalharem por 45 dias de trabalho por 1,5 vezes o salário.
A oferta foi feita pelo Federal Deposit Insurance Corp (FIDC), regulador que assumiu o controle do banco falido na sexta-feira (10), de acordo com um e-mail que a Reuters teve acesso, cujo assunto era “Retenção de funcionários”.
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Os trabalhadores devem receber mais informações no fim de semana pelo FDIC. Já os detalhes sobre os planos de saúde serão fornecidos pela controladora SVB Financial Group SIVB.
A SVB contava com 8.528 funcionários no final do ano passado.
Os funcionários foram instruídos a continuar trabalhando de forma remota, exceto trabalhadores essenciais e funcionários das filiais.
O FDIC não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
O que aconteceu
Autoridades americanas anunciaram na sexta-feira (10) que encerraram as atividades do Silicon Valley Bank (SVB), um banco que trabalha apoiando o setor tecnológico. Ele foi criado em 1983 e fornecia crédito a várias startups.
De acordo com o “The Wall Street Journal”, essa foi a segunda maior falência bancária da história dos Estados Unidos. Além disso, a instituição é a maior a quebrar desde o colapso no sistema financeiro americano em 2008, que, à época, gerou uma crise mundial.
O Silicon Valley Bank tinha cerca de US$ 209 bilhões em ativos até o fim de 2022, o que o tornava o 16º maior banco dos EUA, segundo o Federal Reserve – o banco central norte-americano.
Especialistas em economia dos EUA afirmam não acreditar que a falência do SVB cause um efeito dominó semelhante ao que levou à crise financeira de 2008.
No entanto, os especialistas avaliam que instituições financeiras menores, fortemente ligadas a criptomoedas, por exemplo, podem enfrentar dificuldades nas próximas semanas.
A imprensa americana relata que os investidores estão preocupados com bancos que possuem o mesmo perfil que o SVB. Essas instituições financeiras estão vendo as ações caírem rapidamente nos últimos dias.
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Por que o SVB quebrou?
A mídia americana relata que um dos fatores que resultou na falência do SVB é o aumento na taxa de juros dos EUA, que passou de 0,25%, em 2020, para 4,75%, em fevereiro deste ano.
O banco atendia principalmente startups e financiadores. Como o setor de tecnologia começou a desacelerar nos últimos meses, com os constantes aumentos na taxa de juros para frear a inflação, as empresas atendidas pelo SVB começaram a retirar dinheiro mais rápido do que o esperado.
Além da queda nos recursos, o SVB também viu novos investimentos minguarem. Com isso, o banco foi ficando sem dinheiro.
Para piorar a situação, o banco havia realizado uma série de investimentos no Tesouro dos EUA e em títulos de dívida pública ligados ao governo. Com o aumento da taxa de juros, os valores desses títulos foi caindo.
A imprensa americana relatou que, na quarta-feira (6), o SVB anunciou a venda de diversos títulos com prejuízo.
Em uma tentativa de equilibrar as contas, o SVB afirmou que venderia US$ 2,25 bilhões em novas ações. Entretanto, o anúncio gerou pânico em empresas de capital de risco, fazendo com que investidores retirassem dinheiro do banco.
Na quinta-feira (9), o presidente-executivo do banco, Greg Becker, pediu para os clientes manterem a calma. No entanto, muitos investidores não confiaram no pedido de Becker, e as ações despencaram 60%, fazendo o SVB perder quase US$ 10 bilhões, segundo a Bloomberg.
De acordo com a imprensa americana, houve uma corrida entre investidores para a retirada de dinheiro do banco nas últimas 48 horas, tornando o SVB praticamente insolvente.
Os índices de Wall Street caíram nesta sexta, com investidores estressados sobre a saúde dos bancos dos EUA. A Nasdaq fechou em queda de 1,76%. Já o índice Dow Jones recuou 1,07%.
No Brasil, o Ibovespa fechou em queda de 1,38%.
Banco para inovação
Segundo o “The New York Times”, o banco se apresentava como “parceiro para a economia da inovação”, mas passou a tomar decisões consideradas “antiquadas”.
O Valley Bank é a primeira instituição a falhar este ano segurada pela Federal Deposit Insurance Corp (FDIC), órgão regulador do governo norte-americano. A Almena State Bank, no Kansas, foi a última instituição segurada pelo FDIC fechada, em 23 de outubro de 2020.
O escritório principal e todas as filiais do Silicon Valley Bank reabrirá em 13 de março, e todos os depositantes segurados terão acesso total aos seus depósitos, disse o FDIC.
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Silicon Valley Bank: reguladores assumem banco atingido pela maior falência dos EUA desde 2008

Segundo reguladores bancários da Califórnia, onde a empresa tem sua sede, o Silicon Valley Bank enfrentou “liquidez inadequada e insolvência”. Agência fechada do SVB em Menlo Park, na Califórnia.
Reuters via BBC
Órgãos reguladores dos Estados Unidos fecharam o Silicon Valley Bank (SVB) e assumiram o controle dos depósitos de clientes na maior falência de um banco no país desde 2008, quando o Washington Mutual colapsou.
O SVB, importante credor para a área de tecnologia e de inovação em saúde, teve dificuldade em obter dinheiro para cobrir a perda com a venda de ativos afetados pela alta na taxa de juros. Os problemas levaram a uma onda de saques por clientes.
As autoridades disseram que agiram para “proteger os depositantes segurados”.
Segundo reguladores bancários da Califórnia, onde a empresa tem sua sede, o Silicon Valley Bank enfrentou “liquidez inadequada e insolvência”.
A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), que normalmente protege depósitos de até US$ 250.000, disse que assumiu o controle de cerca de US$ 175 bilhões (cerca de RS 900 bilhões) em depósitos mantidos no banco, o 16º maior dos EUA.
Os escritórios e agências do banco devem ser reabertos “até segunda-feira de manhã”, quando clientes com depósitos segurados poderão ter acesso aos fundos. Ainda de acordo com a FDIC, o dinheiro obtido com a venda dos ativos do banco irá para depositantes não segurados.
Com muitos dos clientes nessa posição, empresas com dinheiro preso no banco estão preocupadas com seu futuro.
“Estou a caminho da agência para pegar meu dinheiro agora. Tentei transferi-lo ontem e não funcionou. Sabe aqueles momentos em que você pode estar realmente ferrado, mas não tem certeza? Este é um deles”, disse o fundador de uma startup à BBC.
Outro fundador de uma startup na área de saúde contou: “Literalmente, três dias atrás, atingimos um milhão de dólares em nossa conta bancária… E então, isso acontece.”
Ele conseguiu transferir o dinheiro para uma conta diferente 40 minutos antes do fechamento das operações. “Mas conheço outras pessoas que fizeram a mesma coisa minutos depois de mim e não conseguiram concluir a transferência.”
O SVB não respondeu ao pedido de posicionamento da reportagem.
Situação pode se alastrar?
O colapso ocorreu depois que o SVB anunciou que estava tentando levantar US$ 2,25 bilhões (R$ 11 bilhões) para cobrir uma perda causada pela venda de ativos, principalmente títulos do governo dos EUA, que foram afetados por taxas de juros mais altas.
A notícia fez com que investidores e clientes fugissem do banco. As ações tiveram sua maior queda, de mais de 60%, em um dia na quinta-feira (09).
Preocupações de que outros bancos possam enfrentar problemas semelhantes levaram à venda generalizada de ações de bancos em todo o mundo na quinta-feira e no início da sexta-feira.
Bolsas ao redor do mundo registraram quedas no final de sexta: a Nasdaq de 1,7%, S&P 500 1,4% e Dow Jones 1%.
Os principais índices europeus e asiáticos também fecharam em baixa, com a FTSE 100 caindo 1,6%.
Clientes tentando acessar agência do Silicon Valley Bank em Nova York.
Reuters via BBC
Credor fundamental para empresas em estágio inicial, o Silicon Valley Bank é parceiro bancário de quase metade das empresas americanas de tecnologia e saúde apoiadas por capital de risco listadas nas bolsas de valores no ano passado.
O banco, que começou na Califórnia em 1983, expandiu-se rapidamente na última década. Ele agora emprega mais de 8.500 pessoas em todo o mundo, embora a maioria de suas operações esteja nos EUA.
Além de ser um grande choque para a indústria de tecnologia, o colapso do SVB levantou preocupações sobre os riscos enfrentados por outros bancos, à medida que os rápidos aumentos nas taxas de juros atingem os mercados de títulos.
Os bancos centrais de todo o mundo — incluindo o Federal Reserve dos EUA e o Bank of England — aumentaram acentuadamente os custos dos empréstimos ao longo do ano passado, tentando conter a inflação.
Mas à medida que as taxas sobem, o valor das carteiras de títulos existentes geralmente diminui.
Essas quedas significam que muitos bancos estão enfrentando perdas potenciais significativas.
As ações de alguns dos maiores bancos dos EUA se recuperaram nesta sexta-feira, mas os bancos menores continuaram sendo atingidos — o que forçou a paralisação de negociações de nomes como o Signature Bank.
Alexander Yokum, analista da consultoria CFRA, explica que bancos especializados em setores específicos são vistos como vulneráveis a saques rápidos, como os que atingiram o SVB.
“O Silicon Valley Bank não teria perdido valor se não tivesse ficado sem dinheiro para fornecer a seus clientes”, disse. “A questão é que as pessoas queriam dinheiro e não havia — o que tinha foi investido, e os investimentos estavam em baixa.”
“Sei que há muito temor por aí, mas definitivamente esse problema foi específico desta empresa”, garantiu.