Arquivo diário: março 26, 2023

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Imagens falsas mostram Papa Francisco de casaco branco ‘estiloso’ e viralizam

Montagens foram feitas por meio de inteligência artificial. Nesta semana, fotos fake de Donald Trump também viralizaram. Imagem falsa criada por IA mostra o Papa Francisco
Twitter/Reprodução
Imagens falsas do Papa Francisco usando um gigante casaco branco têm viralizado nas redes sociais. As fotografias foram criadas através do Midjourney, uma inteligência artificial que gera artes a partir de uma descrição textual (veja mais abaixo).
Nas imagens, o Papa aparece de perfil em falsos cliques e até mesmo cantando enquanto segura empolgadamente um microfone e usa um óculos amarelo.
⚠️ Todas essas imagens são fake, mas, de tão realistas, chegaram a enganar alguns usuários nas redes sociais. “O Papa é pop e estiloso!”, tuitou um perfil.
A imagem que mais repercutiu, um “clique” do pontífice com o casaco e um crucifixo por cima, foi postada há 2 dias no perfil do Reddit do programa de inteligência artificial.
Nesta semana, imagens falsas criadas pela mesma plataforma mostraram o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sendo preso, e também viralizaram.
A maioria dos registros falsos exibe Trump reagindo com truculência. Uma delas mostra o ex-presidente fugindo dos agentes policiais. Em outra, o americano aparece sendo segurado para não “escapar” (veja abaixo).
Imagens falsas criadas pela IA
Imagem falsa criada por IA mostra o Papa Francisco
Twitter/Reprodução
Imagem falsa criada por IA mostra o Papa Francisco
Twitter/Reprodução
Imagem falsa criada por IA mostra o Papa Francisco
Twitter/Reprodução
Imagem falsa criada por IA mostra o Papa Francisco
Twitter/Reprodução
Imagem falsa criada por IA mostra o Papa Francisco
Twitter/Reprodução
Imagem falsa criada por IA mostra o Papa Francisco
Twittir/Reprodução
Imagens falsas criadas por IA mostram Donald Trump sendo preso
Reprodução/Twitter
Imagem falsa criada por IA de Donald Trump sendo preso
Reprodução/Twitter
Imagem falsa criada por IA de Donald Trump sendo preso
Reprodução/Twitter

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Por que governos estão preocupados com o TikTok

Apelos nos EUA pela proibição do TikTok reacenderam o debate global sobre os riscos desse popular aplicativo à segurança cibernética. Estande do TikTok em uma conferência na China
GETTY IMAGES via BBC
Os apelos pela proibição do TikTok nos Estados Unidos reacenderam o debate global sobre os riscos à cibersegurança do aplicativo.
Esta semana, o CEO (diretor-executivo) do TikTok foi questionado durante mais de quatro horas na sua primeira audiência no Congresso dos EUA, em meio a crescentes pedidos de proibição em todo o país do aplicativo que, para algumas pessoas, é uma preocupação de segurança nacional.
Quem é Shou Zi Chew, o discreto ‘chefão’ do TikTok
TikTok promete transferir todos os dados de americanos para servidores nos EUA
Shou Zi Chew vem defendendo há meses que a plataforma chinesa de compartilhamento de vídeos é segura, apesar de uma onda de proibições junto a autoridades do governo dos EUA, Reino Unido, Canadá e vários países europeus, que o eliminaram dos telefones celulares dos seus funcionários.
A China acusou os Estados Unidos de exagerarem os temores de cibersegurança para reprimir a empresa, que atravessa uma fase de rápido crescimento. Mas vem crescendo o ímpeto para forçar sua venda nos Estados Unidos ou pela sua completa proibição, frente às alegações de que a rede social poderia ser usada como instrumento de espionagem.
Presidente do TikTok presta depoimento no congresso dos EUA
Vamos pensar um pouco nos executivos do TikTok.
Em 2020, eles escaparam por pouco de ver seu aplicativo, de imenso sucesso, ser proibido nos Estados Unidos pelo então presidente Donald Trump. E enfrentaram uma enxurrada diária de perguntas sobre os riscos à cibersegurança impostos pelo TikTok.
Graças a inúmeros e complexos processos legais, o debate praticamente se extinguiu – e acabou sendo encerrado em 2021, quando o presidente Joe Biden revogou a proposta de Trump.
Você quase pode ouvir um suspiro coletivo de alívio, tanto do próprio TikTok, quanto dos milhões de influenciadores que dependem do aplicativo de rede social para ganhar a vida.
Mas, agora, em uma ironia que imita o formato de looping da logomarca do aplicativo de vídeo, estamos de volta ao ponto de partida. Com uma exceção: os riscos atuais são ainda maiores.
Quando Trump propôs a proibição do aplicativo, três anos atrás, o TikTok havia sido baixado cerca de 800 milhões de vezes em todo o mundo. Atualmente, são 3,5 bilhões de downloads, segundo a companhia de análise de aplicativos Sensor Tower.
Quais são as três preocupações sobre a cibersegurança do TikTok que voltam a surgir e como a empresa respondeu a elas?
1. O TikTok coleta uma quantidade ‘excessiva’ de dados
Uma porta-voz do TikTok declarou à BBC que a coleta de dados do aplicativo está “de acordo com as práticas do setor”.
Os críticos costumam acusar o TikTok de coletar enormes quantidades de dados dos usuários.
Um relatório de cibersegurança publicado em julho de 2022 por pesquisadores da empresa australiana de tecnologia Internet 2.0 é frequentemente mencionado como prova. Os pesquisadores estudaram o código fonte do aplicativo e concluíram que ele faz “coleta de dados excessiva”.
Analistas afirmam que o TikTok coleta detalhes como a localização do usuário, qual aparelho específico ele está usando e quais outros aplicativos estão instalados no aparelho.
Mas um teste similar conduzido pelo Citizen Lab, da Universidade de Toronto, no Canadá, concluiu que “em comparação com outras plataformas populares de redes sociais, o TikTok coleta tipos similares de dados para rastrear o comportamento dos usuários”.
Da mesma forma, um relatório do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, afirmou em janeiro que “o fato principal aqui é que a maioria dos outros aplicativos de celulares e de redes sociais faz as mesmas coisas”.
2. O TikTok poderia ser usado pelo governo chinês para espionar os usuários
A porta-voz do TikTok declarou à BBC que a empresa é totalmente independente e “não forneceu dados de usuários ao governo chinês e nem o faria se fosse solicitada.”
Mesmo com a irritação dos especialistas em segurança, a maioria de nós aceita que entregar grandes quantidades de dados particulares é parte do acordo que fazemos com as redes sociais. Em troca dos seus serviços gratuitos, eles coletam conhecimento sobre nós, que usam para vender publicidade na sua plataforma – ou vendem nossos dados para outras empresas que tentam fazer anúncios para nós em outros lugares da internet.
A questão dos críticos com relação ao TikTok é que o dono do aplicativo é a gigante da tecnologia ByteDance, com sede em Pequim. Ou seja, ele é o único dos principais aplicativos que não é americano.
Facebook, Instagram, Snapchat e YouTube, por exemplo, coletam quantidades similares de dados, mas todas são empresas fundadas nos Estados Unidos.
Os legisladores norte-americanos e da maioria dos demais países consideram há anos que existe um nível de confiança – que os dados coletados por estas plataformas não serão usados por razões desonestas que possam colocar a segurança nacional em risco.
O decreto de Donald Trump, de 2020, alegou que a coleta de dados pelo TikTok poderia potencialmente permitir à China “rastrear a localização de funcionários públicos e terceirizados, formar dossiês de informações pessoais para chantagem e realizar espionagem comercial”.
Até o momento, as evidências indicam que este é apenas um risco teórico, mas os receios são intensificados por uma vaga lei chinesa aprovada em 2017. O artigo sétimo da Lei de Inteligência Nacional da China estabelece que todas as empresas e cidadãos chineses devem “apoiar, assistir e cooperar” com os esforços chineses de inteligência.
Este artigo, muitas vezes, é mencionado por pessoas que suspeitam não apenas do TikTok, mas de todas as empresas chinesas. Mas os pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia defendem que ele foi retirado de contexto. Eles observam que a lei também inclui ressalvas que protegem os direitos dos usuários e das empresas privadas.
Desde 2020, os executivos do TikTok tentaram repetidamente garantir às pessoas que os funcionários chineses não têm acesso aos dados dos usuários de fora da China. Mas, em dezembro, a ByteDance admitiu que diversos dos seus funcionários em Pequim tiveram acesso aos dados de pelo menos dois jornalistas norte-americanos e de um “pequeno número” de outros, para rastrear suas localizações e verificar se eles estavam se reunindo com funcionários do TikTok suspeitos de vazar informações para a imprensa.
A porta-voz do TikTok afirma que os funcionários que tiveram acesso aos dados foram demitidos em dezembro.
A empresa insiste que os dados dos usuários são mantidos nos Estados Unidos e em Cingapura, nunca tendo sido armazenados na China. Ela afirma que está também em processo de criar armazéns de dados em outros lugares, como a Irlanda, onde planeja processar todos os dados do Reino Unido e da União Europeia até 2024.
3. O TikTok poderia ser usado como instrumento de ‘lavagem cerebral’
A porta-voz do TikTok afirmou: “Nossas Normas da Comunidade proíbem desinformação que possa prejudicar nossa comunidade ou o público em geral, o que inclui a prática de comportamento não autêntico coordenado.”
Em novembro de 2022, o diretor do FBI Christopher Wray afirmou aos legisladores norte-americanos: “o governo chinês poderia… controlar o algoritmo de recomendações, o que poderia ser usado para influenciar operações.”
Estas preocupações são ainda intensificadas pela forte censura imposta ao aplicativo irmão do TikTok, o Douyin – disponível apenas na China. E relatos indicam que ele foi elaborado para fazer viralizar material seguro e educacional com mais facilidade.
Todas as redes sociais sofrem forte censura na China por um exército de policiais da internet, que excluem conteúdo criticando o governo ou convocando perturbações políticas.
No início da ascensão do TikTok, houve casos significativos de censura no aplicativo. Uma usuária dos Estados Unidos teve sua conta suspensa por discutir o tratamento dos muçulmanos em Xinjiang, na China, pelo governo de Pequim. Após intensa reação negativa do público, o TikTok se desculpou e reativou a conta.
Desde então, tem havido alguns casos de censura, diferentes das controversas decisões de moderação que todas as plataformas precisam enfrentar.
Pesquisadores do Citizen Lab compararam o TikTok com o Douyin. Eles concluíram que o TikTok não usa o mesmo tipo de censura política da sua versão para o público chinês. Para os pesquisadores, “a plataforma não pratica censura óbvia das postagens”.
Analistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia também pesquisaram temas como a independência de Taiwan e brincadeiras com o líder chinês Xi Jinping. Sua conclusão foi: “vídeos de todas essas categorias podem ser facilmente encontrados no TikTok. Muitos são populares e amplamente compartilhados.”
Risco teórico
O quadro geral, portanto, é de receios teóricos – e de riscos teóricos.
Os críticos argumentam que o TikTok é um “cavalo de Troia” – ou seja, parece inofensivo, mas pode vir a ser uma arma poderosa em tempos de conflito, por exemplo.
O TikTok já foi proibido na Índia, que tomou ações contra o aplicativo e dezenas de outras plataformas chinesas em 2020. Mas a proibição do TikTok nos Estados Unidos pode ter enorme impacto sobre a plataforma, já que os aliados americanos tipicamente acompanham essas decisões.
Isso ficou evidente quando os Estados Unidos lideraram, com sucesso, os apelos para bloquear a gigante chinesa das telecomunicações Huawei do desenvolvimento da infraestrutura 5G – também neste caso, com base em riscos teóricos.
E é preciso observar, naturalmente, que estes riscos são uma via de mão única. A China não precisa se preocupar com os aplicativos norte-americanos porque o seu acesso para os cidadãos chineses já foi bloqueado há vários anos.

Celular roubado? Saiba como proteger seus dados antes e o que fazer caso perca o aparelho 0

Celular roubado? Saiba como proteger seus dados antes e o que fazer caso perca o aparelho

Fazer backup, usar senhas fortes e proteger aplicativos com biometria são algumas dicas para aumentar segurança. VÍDEO: Saiba o que fazer se seu celular for roubado
Um levantamento publicado pelo g1 neste domingo (26) mostra que mais de 200 mil celulares foram roubados ou furtados na cidade de São Paulo em 2022.
ENTENDA:
Cidade de SP tem um registro de celular roubado ou furtado a cada 3 minutos
Samsung e Apple são as marcas de celular mais roubadas em SP
Além do prejuízo do valor do aparelho, é cada vez mais comum que criminosos usem os aplicativos e dados pessoais da vítima para limpar contas bancárias, fazer empréstimos e até aplicar golpes.
Especialistas compartilharam dicas para você proteger o celular antes e depois, caso seja vítima:
Proteja seus dados
☁️ Faça backup dos seus dados: Envie arquivos do seu celular para a nuvem. “Isso evitará que você perca contatos importantes, fotos e outros arquivos”, diz Heliezer Viana, sócio da área de cibersegurança da Mazars, especializada em consultoria empresarial e auditoria;
🔑 Cuidado com senhas: Procure usar senhas fortes e não repetir o código de acesso ao seu banco para uso em outros aplicativos, e-mail ou sites de compras. Jamais anote senhas em blocos de notas, e-mails, mensagens de WhatsApp ou outros locais do celular; usar gerenciadores de senhas é mais aconselhável.
🤨 Biometria e reconhecimento facial: Utilize ferramentas de segurança adicionais como biometria e reconhecimento facial em apps importantes e também no e-mail;
📩 E-mail: Não deixar o e-mail utilizado para recuperação de senhas salvo no celular;
🔐 Autenticação de dois fatores (2FA): ative essa função em cada app do celular. Mesmo se o criminoso localizar a sua senha, ele terá que passar por mais uma camada de proteção: digitar os números de autenticação, que são aleatórios, gerados por apps de 2FA (mas evite a opção por SMS);
📲 Anote o IMEI: é a sigla em inglês para “Identidade Internacional de Equipamento Móvel”, uma espécie de “RG” que identifica cada aparelho. Esse código pode te ajudar na hora de bloquear o acesso do celular à rede das operadoras, o que garante que ele não volte a ser usado como telefone, e será fundamental caso exista alguma chance de rastreio.
🔢 Proteja o chip: Coloque um PIN também no chip do celular. Dessa forma, se o aparelho for reiniciado, será necessário inserir o código pessoal para uso da linha e envio e recebimento de SMS.
🔄 Atualizações que aumentam segurança: Mantenha o sistema operacional do celular atualizado e verifique sempre se há atualizações de aplicativos pendentes;
Deu ruim… E agora?
📞 Avise seu banco: entre em contato imediatamente com o seu banco, assim eles podem tomar medidas de segurança, como bloquear o app, para que o criminoso não tenha acesso ao seu dinheiro;
🔎 Tente localizar o celular: a Apple (iPhone) e o Android têm soluções que permitem localização seu celular mesmo distante. Essas funcionalidades são nativas, ou seja, oficiais dessas marcas e já vêm instaladas no aparelho;
🧹Limpe os dados: as funcionalidades “Apagar Dispositivo” (iPhone) e “Limpar dispositivo” (Android) possibilitam que você apague todos os dados do celular mesmo longe, caso o aparelho esteja conectado à internet. Isso impede instantaneamente os criminosos de acessar qualquer dado que estivesse salvo no aparelho, como senhas, logins de apps, etc;
📵 Desative o chip: após bloquear o acesso aos seus dados, entre em contato com a sua operadora e solicite o bloqueio do chip e da linha. Assim, o criminoso não pode usar o seu número. Não faça isso antes de apagar seus dados, pois, se linha for cancelada e seu smartphone ficar sem internet, o comando para limpar o dispositivo não vai chegar;
🔑 Senhas: Troque todas as senhas das contas cadastradas em seu smartphone, incluindo redes sociais e e-mail.
👮‍♂️ Faça Boletim de Ocorrência: procure o site da delegacia eletrônica do seu estado e faça um BO;
🧾Consulte o Banco Central: Acesse a ferramenta Registrato do Banco Central para verificar se os seus dados não foram utilizados para abertura de contas ou empréstimos;
💸 Contestação: Peça a contestação das compras ou transferências indevidas feitas após o roubo. Se não conseguir diretamente com o banco, é aconselhável acionar o Procon.

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Um restaurante onde as avós são as estrelas

“Nonnas” se revezam na cozinha da Enoteca Maria, em Nova York, encantando os frequentadores. Entre elas, há até uma brasileira Maria Gialanella, de 88 anos, há uma década na cozinha da Enoteca Maria
Divulgação: Cortesia da Enoteca Maria
Recentemente, a chef Roberta Sudbrack postou em rede social que procura mão de obra sênior para seu novo empreendimento gastronômico: o Da Roberta, bar de comida em rua em Botafogo, na Zona Sul carioca. Para vagas na cozinha e no salão, um convite: “se você já passou dos 40, 50, 60, 70, 80, é você que estamos procurando!”. No livro “Um tal cheiro de ambrosia”, que lançou ano passado, fez uma homenagem póstuma à avó, Iracema, que é sua maior inspiração. Roberta não está sozinha em incensar a figura da avó. Na Enoteca Maria, um pequeno restaurante para 30 pessoas em State Island (Nova York) e que funciona apenas de sexta a domingo, 27 “nonnas” são a atração do lugar.
A cantina tem um cardápio italiano, mas avós de diferentes países se revezam e preparam pratos de suas terras natais. Da Algéria à Grécia, da Argentina à Síria, passando pelo Brasil, as receitas dessas mulheres encantam os fregueses.
O conceito é simples: feita com amor, a comida da vovó é sempre mais gostosa. A maioria das “chefs” visitantes cozinha uma vez por mês, outras são assíduas. Maria Gialanella, de 88 anos, por exemplo, coleciona elogios há uma década. Quem acessa o site do restaurante pode conferir o calendário e saber quem vai comandar as panelas. No dia 31, por exemplo, “nonna” Fatma, da Turquia, será a estrela da noite; no dia 1º. de abril, “nonna” Carmen, da Argentina; no dia 8, “nonna” Rosa, do Peru. Também é possível ter aulas para aprender seus segredos culinários e, para quem não tem como visitar o local, há um livro virtual para compartilhar fotos e receitas.
A “nonna” brasileira Lucia de Fátima: rabada e camarão na moranga estão entre os pratos mais pedidos
Acervo pessoal
A mineira Lucia de Fátima Amaral Álvares Dutra, de 58 anos, está nos EUA há mais de 20 anos, para onde se mudou com o marido e os três filhos – a família cresceu e hoje ela tem cinco netos. Dois anos antes da pandemia, fez um teste e virou uma “nonna”, experiência que adora:
“Faço dois pratos na minha noite e os mais apreciados são rabada, camarão na moranga e frango com quiabo e polenta. O ambiente é muito bom e os clientes elogiam bastante. No Natal, fazemos uma grande confraternização e cada ‘nonna’ leva um prato típico do seu país”.
Jody Scaravella abriu o restaurante em 2007 querendo homenagear a mãe, Maria, cujo nome batizou o lugar, a avó e a irmã, todas falecidas. No começo, apenas avós italianas complementavam o menu da casa mas, a partir de 2015, a iniciativa foi ampliada e passou a se chamar “Nonnas of the world” (“Avós do mundo”). Por e-mail, conversou com o blog:
“Muitas senhoras ficaram viúvas e seus filhos se mudaram para outros lugares. Serem reconhecidas por seu trabalho no restaurante lhes dá um propósito. Para mim, não se trata de um negócio, e sim de aumentar a consciência sobre a diversidade cultural”.
Roberta Sudbrack: convite para a mão de obra sênior
Divulgação
Roberta Sudbrack diz que admira o projeto das “nonnas” e pretende jantar lá assim que puder. A chef lida com equipes intergeracionais há algum tempo e lembra que, até os 95 anos, a avó tinha uma energia admirável. No restaurante Sud, o Pássaro Verde, o time reúne gente dos 20 aos 70 anos, como explica:
“Adoro trabalhar com pessoas jovens, assim como com as mais velhas. Cada uma tem um jeito diferente de somar e contribuir”. Sempre tive um grande carinho pelos idosos. Com a partida da vó Iracema, me senti meio órfã e aproveito todas as oportunidades que tenho para estar perto dessas pessoas, para ouvir e aprender. É claro que temos que ter o cuidado de entender os limites de cada um, e saber cuidar uns dos outros, mas isso torna tudo mais humano e afetivo, o que é fundamental!”.