Alerta: surtos da doença do vírus de Marburg ocorrem na Guiné Equatorial e Tanzânia

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) emitiram um alerta da Rede de Alerta de Saúde (HAN) para informar médicos e departamentos de saúde pública nos Estados Unidos sobre dois surtos confirmados da doença causada pelo vírus de Marburg (MVD), um na Guiné Equatorial e um na Tanzânia.

Atualmente, não há evidências que sugiram que esses dois surtos estejam relacionados; a maioria dos especialistas concorda que representam dois eventos independentes de transbordamento animal para humano.

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Até o momento, nenhum caso confirmado de MVD relacionado a esses surtos foi relatado nos Estados Unidos ou em outros países fora da Guiné Equatorial e Tanzânia. Este Alerta de Saúde fornece informações sobre esses surtos para aumentar a conscientização sobre o risco de casos importados nos Estados Unidos. Além disso, o documento também resume as recomendações do CDC para identificação de casos, testes e considerações de biossegurança em laboratório clínico nos Estados Unidos.

O que é a doença e o vírus de Marburg e seus antecedentes

A doença do vírus de Marburg é uma febre hemorrágica viral rara, mas altamente fatal, causada por dois vírus zoonóticos, o vírus de Marburg e o vírus Ravn, intimamente relacionados aos ebolavírus dentro da família Filoviridae.

Em fevereiro e março de 2023, dois surtos distintos de vírus Marburg foram relatados na Guiné Equatorial e na Tanzânia. Esses surtos marcam a primeira vez que o vírus de Marburg foi identificado na Guiné Equatorial ou na Tanzânia, embora o vírus tenha sido identificado anteriormente em países vizinhos e seu vetor, o morcego da fruta egípcio, seja conhecido por estar presente em ambos os países. Informações disponíveis sugerem que esses surtos podem ter se originado separadamente em cada país.

Até o momento, não há evidências de que esses dois surtos estejam epidemiologicamente relacionados. A sequenciação genética viral da Tanzânia está em andamento; esses resultados, juntamente com os dados de sequência disponíveis da Guiné Equatorial, informarão ainda mais se os surtos surgiram separadamente por meio de eventos distintos de transbordamento animal para humano.

(Imagem: Andrea Rego Barros/Prefeitura de Recife)

Contágio e sintomas

Uma pessoa com MVD não é contagiosa até que os sintomas apareçam. Os sintomas podem incluir febre, dor de cabeça, dor muscular e articular, fadiga, perda de apetite, sintomas gastrointestinais ou sangramento inexplicável.

O vírus de Marburg é transmitido através do contato (por meio de pele danificada ou membranas mucosas) com o sangue ou outros fluidos corporais (incluindo urina, saliva, suor, fezes, vômito, leite materno, líquido amniótico ou sêmen) de uma pessoa doente com ou que morreu de MVD, com fluidos corporais de animais infectados ou com agulhas ou outros fômites contaminados com o vírus. O vírus de Marburg não é transmitido pelo ar.

Atualmente, não há vacina ou tratamento aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) para MVD. Na ausência de diagnóstico precoce e tratamento adequado, a doença pelo vírus de Marburg tem uma taxa de mortalidade que varia de 24% a 88%, dependendo do surto e do acesso aos cuidados médicos.

O tratamento inclui terapia de suporte, como fluidoterapia intravenosa, equilíbrio eletrolítico, oxigênio e tratamento dos sintomas específicos, conforme necessário. Pesquisas sobre vacinas e tratamentos antivirais estão em andamento, mas ainda não estão disponíveis para uso generalizado.

Recomendações do CDC para profissionais de saúde dos EUA

Os CDC recomendam que os profissionais de saúde nos Estados Unidos estejam atentos aos possíveis casos de doença pelo vírus de Marburg em pacientes que viajaram recentemente para áreas afetadas na Guiné Equatorial ou Tanzânia e apresentem sintomas compatíveis com a MVD. A detecção precoce e o isolamento adequado dos pacientes são fundamentais para prevenir a disseminação da doença.

Os médicos que suspeitam de um caso de MVD devem entrar em contato com o departamento de saúde local ou estadual para obter orientação sobre testes, coleta de amostras e transporte de espécimes. Os laboratórios clínicos devem seguir as precauções padrão e tratar todas as amostras de sangue e outros fluidos corporais como potencialmente infecciosos. A manipulação de amostras de pacientes suspeitos de ter MVD deve ser realizada em laboratórios de contenção biológica de nível 3 ou superior.

Viajantes

Os viajantes para áreas afetadas devem tomar precauções, como evitar o contato com morcegos e animais doentes ou mortos, e evitar o consumo de carne de caça. Os viajantes que retornam de áreas afetadas e apresentam sintomas de MVD devem procurar atendimento médico imediato e informar seu histórico de viagens ao médico.

Conclusão

Embora não haja casos confirmados de MVD relacionados a esses surtos nos Estados Unidos, é importante que os profissionais de saúde estejam cientes dos surtos na Guiné Equatorial e Tanzânia e estejam preparados para identificar e responder a possíveis casos importados. O CDC continuará a monitorar a situação e fornecer atualizações e orientações conforme necessário.

Fonte: CDC

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