Qual seria o sotaque do ChatGPT?

Eis uma pergunta um pouco difícil de responder. Mas vamos tentar. A plataforma de e-learning Preply fez uma pesquisa com o ChatGPT para entender se ele entende as gírias e regionalismos do Brasil. Se houver uma compreensão maior de alguma parte do país, bingo! Saberemos que o ChatGPT pode ter um “sotaque” predominante. Afinal, até nós, seres humanos brasileiros, temos a nossa linguagem bastante atrelada aos lugares que moramos e crescemos.

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No teste, foi apresentada uma lista de expressões brasileiras à ferramenta. A empresa responsável constatou que o fenômeno tecnológico do momento é, sim, capaz de compreender inúmeros regionalismos, embora encare com imprecisão certos casos envolvendo a linguagem coloquial da população. Entenda quais são as palavras e um pouco mais sobre o bot a seguir!

Ele entende, mas nem tanto assim

De forma geral, ao ser apresentado a um conjunto de 100 jargões típicos de todas as regiões do Brasil, o ChatGPT demonstrou uma boa, mas limitada compreensão: entendeu 78% das palavras, retornando, por outro lado, três respostas erradas e um significado alternativo — não necessariamente incorreto, mas diferente de seu sentido mais comum — a 19% dos regionalismos testados.

Entre os termos mal explicados está “queixar”, que, ao contrário do que parece em muitos Estados, quer dizer “flertar” ou “chamar para sair” na Bahia. O ChatGPT, no entanto, se prendeu inicialmente ao significado padrão usado para quando alguém demonstra aborrecimento.

As expressões desconhecidas pela ferramenta

Como dito antes, durante o experimento, apenas três palavras entre as 100 não foram reconhecidas pela ferramenta ao longo do teste: “olada”, “moage” e “despombalecido”.

A primeira é originária do Rio Grande do Sul e, de modo geral, significa ocasião oportuna. Quando alguém está com muita sorte em jogos, por exemplo, diz-se que está “de olada”. Já “moage” não tem uma origem específica, mas é popularmente conhecida para chamar pessoas que estão de enrolação ou criando complicações. “Deixa de moage e vamos trabalhar”, por exemplo, é possível dizer para quem está fazendo corpo mole. Por fim, a gíria paraense “despombalecido” serve para se referir ao sujeito que está triste, com preguiça ou doente.

Por dentro do “raciocínio” do ChatGPT

A explicação para o rápido “raciocínio” do ChatGPT foi consultada na própria ferramenta, que compartilhou ter sido treinada com uma grande quantidade de textos e dados de linguagem natural para captar múltiplos diálogos e contextos.Na verdade, sabemos que os dados que constroem o chat vêm de livros, artigos de notícias, páginas da web, mídias sociais e por aí vai. Isso permite que a ferramenta entenda e reconheça muitas palavras comuns em diferentes contextos, incluindo gírias e expressões informais.Logo, quando alguém pergunta sobre o significado de uma gíria, ele rapidamente recorre ao conhecimento adquirido por meio do seu “treinamento” para responder. Em último caso, há uma espécie de nova varredura em fontes confiáveis ​​como dicionários, enciclopédias e outras referências online.Vale lembrar que a tecnologia criada pelo laboratório de pesquisa estadunidense OpenAI é semelhante à de assistentes virtuais como a Alexa, da Amazon, e o Google Assistant. Segundo o site da organização, seu desenvolvimento é pautado em redes neurais e machine learning com foco em diálogos virtuais.

Entretanto, é importante ressaltar que, por ser uma inteligência artificial, o chat está passível de cometer erros, como demonstrou a pesquisa.

Embora eu possa entender muitas gírias e expressões informais, minha capacidade de processar linguagem natural é limitada em relação à de um ser humano. Isso significa que posso não entender totalmente certas nuances culturais importantes para interpretar adequadamente a gíria.

ChatGPT, em pesquisa da Preply

Conclusão

Bom, como vimos, o ChatGPT não tem gírias favoritas. Os poucos erros estavam espalhados por expressões de diferentes regiões. Ou seja, como a própria ferramenta explica, ela pode ter qualquer sotaque. Resta saber como vai funcionar quando a gente tiver o ChatGPT incorporado em algum robô humanoide.

Metodologia

A partir de dicionários populares e fóruns digitais, entre os dias 30 e 31 de março de 2023, a Preply compilou 100 das gírias mais populares nas cinco regiões brasileiras. Em seguida, apresentou o conjunto de expressões e perguntou seus significados ao ChatGPT, registrando as diversas respostas geradas pela ferramenta — ou a falta delas.

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