Como a Mitsubishi quer se tornar a corretora de carbono do mundo

A Mitsubishi está envolvida em diversas indústrias altamente poluentes: produção de carros, plásticos, carvão, gás natural e petroquímicos. Como uma solução para empresas nesses setores, existe a compra de créditos de carbono, que compensa as emissões. Na prática, essa é uma forma simples continuar poluindo. Agora, a montadora quer se tornar a maior revendedora mundial de créditos.

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Mitsubishi e NextGen

Nesta semana, a Mitsubishi anunciou um consórcio com a desenvolvedora de projetos South Pole para estabelecer um portfólio mundial de créditos de carbono.Esses créditos equivalem a toneladas de dióxido de carbono retirados da atmosfera.O NextGen, nome dado para o projeto, pretende conectar empresas que poluem a projetos de remoção de carbono e compra de créditos, para compensar suas emissões.Uma iniciativa da Stripe, Alphabet, Meta, Shopify e McKinsey teve a mesma proposta no ano passado.O projeto é um grande investimento para a empresa (provavelmente na casa das dezenas de milhões de dólares) e a Mitsubishi disse que tem em mente um preço médio de US$ 200 por tonelada, o que é um valor muito baixo comparado com outros créditos.Entre os compradores do NetxGen estão o Boston Consulting Group, as empresas bancárias UBS e LGT, a seguradora Swiss RE e a marítima Mitsui OSK Lines.

Projetos sem eficácia comprovada

Apesar de a iniciativa parecer sustentável, o NextGen prometeu comprar 200 mil toneladas métricas de créditos de carbono. O número pode parecer alto, mas, na prática, equivale à emissão de uma única usina de carvão durante seis meses.

Além disso, a Mitsubishi está comprando os créditos de três tipos diferentes de projetos — todos eles com algum questionamento. A primeira é a Occidental Petroleum, que filtra o CO2 do ambiente para vender. A companhia vende o que chama de “petróleo líquido zero” por meio de um processo de injetar carbono em um campo de petróleo de difícil acesso.

O segundo projeto quer capturar CO2 para produzir etanol. A iniciativa já motivou protestos contra sua proposta de oleodutos de dióxido de carbono, que atravessariam plantações de milho nos Estados Unidos. Segundo pesquisas, o etanol tem sido mais prejudicial ao meio ambiente do país do que a gasolina por causa das emissões agrícolas.

O último tem sede na Finlândia e produz créditos de carbono a partir da produção de biochar, um tipo de carvão que pode ser feito aquecendo resíduos agrícolas e florestais. Porém, grupos ambientalistas já alertaram que não há evidências suficientes para mostrar que a prática pode lidar com as mudanças climáticas. Esse mesmo problema foi observado nos dois outros projetos.

Com informações de The Verge

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