Apple acha força na Índia após queda nas vendas

A Apple relatou seu segundo trimestre consecutivo de queda na receita, mas disse que as vendas do iPhone aumentaram devido à forte demanda nos mercados emergentes, um sinal de resiliência, já que a gigante da tecnologia continua enfrentando incertezas econômicas.

Esta é a terceira vez em uma década que a fabricante do iPhone registra trimestres consecutivos de queda na receita. A receita da gigante da tecnologia nos três meses encerrados em 1º de abril foi de US$ 94,8 bilhões, queda de 3% em relação ao período do ano anterior.

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O lucro líquido caiu 3% ano a ano, para US$ 24,2 bilhões. A Apple superou as expectativas dos analistas, segundo a FactSet, de US$ 92,9 bilhões em vendas e US$ 22,6 bilhões em receita líquida para o segundo trimestre fiscal.

O diretor financeiro da Apple, Luca Maestri, disse em entrevista que a empresa experimentou ambiente difícil para a demanda do consumidor, refletido na queda nas vendas de Mac e iPad, mas o iPhone se saiu particularmente bem nos mercados em desenvolvimento.

O iPhone é realmente um produto global e estamos indo bem nos mercados emergentes agora. Isso nos ajudou a compensar alguns desafios macroeconômicos.

Luca Maestri, diretor financeiro da Apple

Em particular, a Apple registrou forte crescimento do iPhone em lugares, como Índia, Indonésia, América Latina e Oriente Médio, disse Maestri.

Ele observou que a Apple está indo bem em lugares, como a Índia, em parte devido a seus recentes investimentos no país, com novas lojas de varejo e foco na construção da comunidade de desenvolvedores de aplicativos por lá. Os planos de parcelamento e os programas de troca da Apple estão tornando seus produtos mais acessíveis nesses países.

Maestri disse que as taxas de câmbio continuaram a desafiar a empresa e que a companhia cresceu em termos de moeda constante.

Investimentos na Índia

No mês passado, a Apple abriu sua primeira loja de varejo na Índia, o que pode ajudar a acelerar a demanda de novos iPhones para o ano, disseram analistas.

A empresa está olhando para a Índia como local importante em potencial para diversificar ainda mais sua cadeia de suprimentos fora da China. O principal parceiro de fabricação da Apple, a Foxconn, também está considerando grande expansão na Índia, informou recentemente o The Wall Street Journal.

O mercado emergente foi grande impulsionador, especialmente com o enfraquecimento do dólar. A vantagem no exterior é muito, muito boa.

Hal Eddins, vice-presidente da Apple Investor Capital Investment Companies

Em teleconferência com analistas, o presidente-executivo da Apple, Tim Cook, disse: “O que vejo na Índia é muita gente entrando na classe média, e tenho esperança de que possamos convencer alguns deles a comprar um iPhone.”

As vendas do iPhone cresceram cerca de 1,5%, para US$ 51,3 bilhões, bem acima dos US$ 48,7 bilhões esperados pelos analistas.

As vendas do principal produto da Apple aumentaram à medida que a demanda do consumidor continua a gravitar em torno do telefone mais caro da empresa, o iPhone 14 Pro Max, respondendo por 24% de todas as vendas do iPhone, segundo a Consumer Intelligence Research Partners.

O iPhone 14 Pro seguiu logo atrás, com 22% de todas as vendas do trimestre, segundo a empresa de pesquisa.

iPhone Pro e a estratégia da Apple

As vendas premium do iPhone Pro são cruciais para a estratégia da Apple nos últimos anos de impulsionar o crescimento da receita enquanto o crescimento das remessas desacelerou.

A demanda por modelos Pro ajudou a elevar o preço médio de venda do iPhone para US$ 988 no trimestre de janeiro a março, de US$ 802 no mesmo trimestre de 2019, segundo a Consumer Intelligence Research Partners.

Mesmo em meio ao alerta de Maestri sobre a demanda do consumidor, alguns investidores da Apple interpretaram os resultados como sinal positivo sobre o sentimento econômico geral.

A Apple tem base tão ampla de usuários que você consegue entender bem como são os eletrônicos de consumo, disse. Com a forte receita do iPhone da Apple, devo dizer que o consumidor não está morto.

Dan Morgan, gerente sênior de portfólio da Synovus Trust, investidor da Apple

As ações da empresa subiram cerca de 2% nas negociações pós-mercado. A Apple disse que aumentou o dividendo em 4% e que seu conselho autorizou US$ 90 bilhões adicionais em recompras.

A Apple recomprou US$ 89,4 bilhões em ações no ano fiscal encerrado em setembro e pagou aos investidores US$ 14,8 bilhões em dividendos, segundo a FactSet.

A Apple é a última das principais empresas de tecnologia ocidentais a divulgar seus resultados. Na semana passada, os investidores receberam calorosamente os resultados modestos da maioria dos pares da empresa, refletindo o interesse renovado do mercado nas grandes empresas de tecnologia.

A Meta deu sinais de melhora na publicidade digital. A Alphabet, dona do Google, relatou queda nas vendas de anúncios, enquanto a Microsoft observou arrefecimento na demanda corporativa por seus serviços em nuvem. As ações subiram acentuadamente para todas as três empresas, pois superaram as previsões dos analistas.

A Apple conseguiu evitar, na maioria, algumas das maiores incertezas macroeconômicas decorrentes da pandemia que atingiu seus grandes rivais de tecnologia.

A Apple se tornou indicador significativo do que está acontecendo na economia, tanto doméstica quanto globalmente.

Trip Miller, sócio-gerente do investidor da Apple Gullane Capital Partners

No primeiro trimestre da Apple, encerrado em 31 de dezembro, a empresa lutou para atender à demanda pelo iPhone 14 Pro, já que sua cadeia de suprimentos na China foi atingida por interrupções.

A receita caiu 5% ano a ano no período, sua primeira queda em quase quatro anos. Os analistas esperavam que grande parte dessa demanda não atendida pelos iPhones premium mais recentes mudasse para o trimestre encerrado em 1º de abril.

No segundo trimestre fiscal, os negócios de serviços da Apple cresceram cerca de 5,5%, em linha com as expectativas, mas uma taxa de crescimento mais lenta, já que analistas disseram que a empresa enfrentou mercado de publicidade digital mais fraco e menos gastos com videogames portáteis.

No próximo mês, a Apple sediará sua conferência anual de desenvolvedores, onde se espera anunciar novo software para seus dispositivos, incluindo aplicativo de registro em potencial para os usuários acompanharem suas vidas diárias.

Na conversa com analistas, Cook foi questionado sobre a empolgação em torno dos avanços na chamada inteligência artificial generativa, impulsionada pelo ChatGPT.

Acho que é muito importante ser deliberado e cuidadoso em como você aborda essas coisas, e há uma série de questões que precisam ser resolvidas. Mas o potencial é certamente muito interessante.

Tim Cook, CEO da Apple

Na conferência de desenvolvedores, a Apple está pronta para revelar seu primeiro grande produto em quase uma década: um headset que combina realidade virtual e aumentada em um único dispositivo. Não se espera que o produto seja grande contribuinte financeiro em futuro próximo, disseram analistas.

Com informações de The Wall Street Journal

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