Microsoft está apostando suas fichas em fusão nuclear; entenda

A Microsoft assinou um contrato para comprar eletricidade de um gerador de fusão nuclear, anunciado na manhã desta quarta-feira (10). Chamada de Santo Graal da energia, a fusão nuclear é uma fonte potencialmente ilimitada de energia limpa que os cientistas estão correndo atrás há anos. O projeto, porém, não tem garantias de que funcionará tão cedo.

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O risco da Microsoft

A big tech fechou um contrato com uma empresa chamada Helion Energy, que acha que pode entregar a energia proveniente de fusão nuclear até 2028.

A intenção da Microsoft é conectar o gerador de fusão comercial a uma rede elétrica de Washington e gerar pelo menos 50 megawatts de energia. Essa quantidade é relativamente pequena, mas significativamente maior do que os 42 megawatts que os dois parques eólicos dos Estados Unidos estão gerando hoje.

A empreitada, porém, é uma tarefa no mínimo difícil.

Esperançosos demais?

Especialistas no assunto estimam que, para o mundo presenciar a primeira usina de fusão nuclear, pode demorar até o final dessa década — no cenário mais otimista.

Para suceder e cumprir com seu acordo com a Microsoft, a Helion Energy precisa ter uma série de avanços notáveis em um período de tempo muito curto. Além disso, após conseguir construir o gerador, a empresa precisará descobrir como comercializá-lo de forma competitiva com outras fontes de energia.

O CEO da companhia, David Kirtley, se mostrou confiante em entrevista ao site The Verge e citou penalidades financeiras caso o acordo com a Microsoft não seja cumprido.

Essa é a versão final de um dos protótipos de gerador da Helion Energy (Foto: Helion/Reprodução)

Como funciona um sistema de fusão nuclear

O processo de fusão nuclear imita a forma com que estrelas criam sua própria luz e calor, a partir da fusão dos núcleos de hidrogênio, criando hélio e gerando uma quantidade enorme de energia.Tentativas de recriar esse processo de maneira controlada acontecem desde 1950.Temos alguns exemplos de como esse procedimento acontece de maneira descontrolada: as bombas atômicas de hidrogênio.As bombas funcionam do modo oposto: ao invés de realizarem fusão, os átomos passam por uma fissão, em que se separaram para gerar energia.Ao contrário do processo de fissão, a fusão não gera resíduos radioativos e evita o problema do lixo.As tentativas mais avançadas de replicar o processo de forma controlada consistem em disparar feixes de laser em um alvo minúsculo ou utilizar campos magnéticos para confinar a matéria superaquecida (conhecida como plasma).

Como a Helion Energy fará fusão nuclear

A Helion não usa esses métodos. A empresa está desenvolvendo uma máquina de 12 metros de altura chamada “acelerador de plasma”. Nela, o combustível é aquecido a 100 milhões de graus Celsius. O equipamento esquenta o deutério (que é um isótopo do hidrogênio) e hélio-3 em um plasma, para, então, comprimi-lo em um campo magnético até que a fusão comece a acontecer.

A companhia espera que o dispositivo seja capaz de recapturar a eletricidade usada para desencadear a reação. Depois, essa energia seria reaproveitada.

A Helion divulgou um vídeo de como a máquina funcionará:

Financiamento

Um dos financiadores da Helion Energy é o CEO da OpenAI, Sam Altman.Recentemente, a Microsoft investiu bilhões na empresa de Altman para integrar suas ferramentas ao ChatGPT.Assim, não é improvável imaginar que o CEO esteja envolvido na intermediação entre as duas companhias.Com o anúncio da parceria, Kirtley afirmou que a empresa está em constante contato com a Microsoft para entender suas demandas de energia e deixá-la o mais confortável possível com a tecnologia da Helion.Segundo o presidente da Microsoft, Brad Smith, o acordo vai ao encontro das metas de energia limpa a longo prazo da big tech.

Com informações de The Verge

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