Observatório espacial da China detecta mais de 200 explosões solares

Lançado em outubro do ano passado, o Observatório Solar Avançado Baseado no Espaço (ASO-S), primeira espaçonave da China dedicada a estudar a nossa estrela, já detectou mais de 200 explosões solares até agora.

Apelidado de Kuafu-1 (em referência a um lendário gigante e herói divino que, segundo a mitologia chinesa, tentava domar o Sol), o equipamento fez seu primeiro registro do astro poucos dias após chegar ao destino.

De acordo com Gan Weiqun, cientista-chefe do projeto na Academia Chinesa de Ciências (CAS), dados do observatório foram disponibilizados para uso experimental na China e no exterior.

Imagem de raio-X de uma erupção solar obtida pelo instrumento HXI da sonda solar Kuafu-1 em 11 de novembro de 2022. Crédito: Centro Nacional de Ciências Espaciais da China

Instrumentos da sonda solar da China

Ele é dotado de três instrumentos: o Lyman-alpha Solar Telescope (LST), o Hard X-ray Imager (HXI) e o Full-disk Vector MagnetoGraph (FMG). Desses, segundo Gan, o HXI é o que tem o melhor desempenho em órbita, sendo responsável pela obtenção da única imagem no mundo de raios-X hard do Sol de uma perspectiva próxima à Terra.

Segundo a NASA, são chamados de hard (duros) os raios-X de energia mais elevada, enquanto os raios-X de energia mais baixa são designados soft (suaves). Embora a distinção entre eles não esteja bem definida, de um modo geral, os raios-X duros são tipicamente aqueles com energias superiores a cerca de 10 keV (abreviatura de mil elétrons-volt).

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“Os detalhes da distribuição de radiação não térmica das explosões solares capturados pelo HXI são bastante raros, superando as expectativas anteriores”, disse Gan à Xinhua, agência estatal de notícias da China.

Por sua vez, o FMG realizou a primeira observação da China de um campo magnético solar a partir do espaço. Com capacidade para observações de maior amplitude, o LST fez capturas do Sol de disco inteiro, detectando algumas raras explosões de luz branca e várias linhas Lyman-alfa em proeminências solares.

A banda de onda de Lyman-alfa, que representa os espectros de hidrogênio neutro liberados por mais de 70% da massa solar, é conhecida por ser a linha de emissão ultravioleta mais forte que afeta a ionosfera da Terra.

Segundo Gan, em seis meses de comissionamento em órbita, a sonda Kuafu-1 obteve uma grande quantidade de dados brutos de observação solar e está progredindo bem, com potencial para ajudar físicos da China e do resto do mundo em pesquisas aprofundadas no futuro.

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