Carro popular: com a inflação, quanto custaria um Uno 1994 hoje?

Com descontos nos impostos e bônus oferecidos pelas montadoras, o conceito de “carro popular” voltou com tudo em 2023.

Apesar do apelido antigo, os incentivos de hoje são bem diferentes que no passado. Nos anos 1990, por exemplo, era comum encontrar modelos icônicos como o Fiat Uno na faixa de R$ 8 mil na versão ELX (o Gol “bolinha” 1995, a segunda geração do hatch da VW, saia por cerca de R$ 12 mil).

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Assim como o Gol, o Uno não passou ileso dos reajustes no preço. A versão mais básica do carro ficou quase 6 vezes mais cara, culminando na aposentadoria do modelo que marcou a indústria automotiva nacional nos seus 37 anos de história e mais de 4,3 milhões de unidades vendidas.

Quanto custaria o mesmo Uno hoje

A proposta do Uno era a mesma do Gol: oferecer ao consumidor com menos poder aquisitivo um carro com um conjunto mais simples de equipamentos por um preço mais baixo.O Uno Mille ELX lançado em 1994 custava pouco mais de R$ 8 mil.Em 2023, considerando a inflação corrigida, o mesmo Fiat Uno sairia por mais de R$ 56 mil (R$ 56.249,64)Curiosamente, o valor corrigido ainda fica R$ 2,7 mil abaixo da dupla de carros novos menos caros do momento — o “primo” Fiat Mobi e o Renault Kwid estão saindo por R$ 58.990 com os descontos do governo e das montadoras.

Kwid, da Renault, e Mobi, da Fiat, são os carros novos mais baratos do momento. (Imagem: Pedro Spadoni/Olhar Digital)

O que vinha no Uno Mille ELX 1994?

O Uno Mille EXL chegou em 1994 com opcionais inéditos, um deles era o ar-condicionado, item comum hoje até em carros de entrada.Outra curiosidade era que até os vidros e travas elétricas vinham como opcionais.O motor 1.0 acompanhava o conjunto e também era bem modesto, gerando apenas 56 cavalos. Número até razoável para o seu tempo, mas bem abaixo do padrão atual.

Fiat Uno Mille ELX 1994. Imagem: Divulgação/Fiat

O Uno Attractive 1.0 é o modelo moderno com o preço tabelado mais baixo da família: R$ 46,5 mil. A diferença é que a versão já conta com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, airbags frontais e freios ABS de série. O motor 1.0 Fire também ficou mais “esperto”, entregante até 75 cavalos rodando no etanol.

Afinal, por que o Uno ficou tão caro?

Além do reajuste da inflação, é importante lembrar que nos anos 1990 era muito comum encontrar carros que saiam de fábrica com o mínimo possível em recursos de segurança. Equipamentos que são obrigatórios hoje, como os airbags, eram vistos apenas em carros mais caros.

Nos últimos anos isso mudou com a nova legislação de trânsito. Mesmo automóveis considerados populares, como o próprio Uno, Kwid e o Mobi, saem de fábrica equipados com pacotes de segurança mais completos, sem contar novas tecnologias, como rádio com Bluetooth, portas USB e controles de estabilidade e tração (algo impensável nos anos em que o Fiat Uno e o Gol dominaram as vendas de veículos no país).

No fim, tudo isso naturalmente deixou o “carro popular” moderno mais caro.

Poder de compra

Outro motivo para a queda nas vendas de carros considerados de entrada é o poder de compra dos brasileiros, que despencou nos últimos anos.

Mesmo com os incentivos do governo e os descontos das montadoras, o trabalhador que recebe um salário mínimo (atualmente em R$ 1.320) precisaria de quase quatro anos de serviço (3,7 anos) para juntar o valor mínimo necessário para comprar um Renault Kwid ou Fiat Mobi novo. 

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