O ciclo do nitrogênio não é bem como você aprendeu na escola, indica novo estudo

Uma nova pesquisa mostrou que as áreas do oceano ricas em vida marinha possuem um impacto maior do que se pensava no ciclo do nitrogênio e ureia, importante no nosso ecossistema e no clima.

O nitrogênio é essencial para os seres vivos por estar presente na formação de proteínas, ácidos nucleicos, clorofila e outros metabolismos secundários. Apesar de a atmosfera ser 78% composta de N2, a maioria dos seres vivos não pode retirá-lo diretamente do ar, sendo necessário passar por um complexo ciclo antes de chegar até nós.

Durante o metabolismo do nitrogênio, um produto tóxico é formado: a amônia. Nos ambientes marinhos, esse composto é secretado pelos peixes diretamente para ser diluído e voltar à atmosfera. Já nos animais terrestres, a amônia é secretada por meio da ureia, passa pela amonização (quando em contato com a água do solo) e depois também volta para o ar. Em uma linguagem mais técnica, na amonização, a amônia cai no ambiente e se combina com a água. Como resultado, temos a formação do hidróxido de amônio (NH4OH), que se ioniza e produz o íon amônio (NH4+) e a hidroxila (OH-). 

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Ureia no oceano e na atmosfera

Agora, no novo estudo, os pesquisadores notaram que a principal fonte da ureia vem do oceano. A origem exata ainda é desconhecida, mas o composto acaba percorrendo longas distâncias. E os resultados disso podem ter consequências com o passar do tempo para a produtividade marinha e a estabilidade climática. 

Nossas observações fornecem novos insights sobre as complexas interações entre a atmosfera, o oceano e os ecossistemas. Entender o comportamento e o impacto da ureia na atmosfera é vital para o avanço do nosso conhecimento de como os produtos químicos e substâncias são transferidos através do nosso ambiente e pode nos ajudar a informar estratégias para lidar com as mudanças climáticas.

Emily Matthews, cientista atmosférica e uma das autoras do estudo, em resposta a Phys

Implicações no ciclo do nitrogênio

A presença do composto na atmosfera foi percebida após voos realizados sobre o Oceano Atlântico Norte para medir e conseguir dados detalhados sobre a composição e propriedades dos aerossóis e gases no ar.

Com a descoberta, os pesquisadores apontam que é necessário avaliar as implicações da presença da ureia na atmosfera.

Agora, sabemos que também [o oceano] é uma fonte significativa de ureia na atmosfera durante a maior parte do ano, o que significa que precisamos modificar os processos e fatores envolvidos no ciclo do nitrogênio para explicar a recém-descoberta importância da ureia

Emily Matthews

A explicação para a presença da ureia gasosa na atmosfera ainda é um mistério e mais pesquisas são necessárias para entender como o composto está relacionado com o ciclo do nitrogênio conhecido atualmente.

Estudar como esse processo se dá pode ser importante para entender como acontece o transporte do nitrogênio para regiões distantes e com o solo pobre nesse nutriente.

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