Afinal, em qual idade estamos no auge?

Quando estamos em nossa fase mais rápida, forte e criativa?

Nadadores e nadadoras a atingem no começo dos 20 anos; levantadores e levantadoras de peso, aos 35; cavaleiros e amazonas, ainda mais tarde, na média.

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Picos de criatividade ocorrem ou muito cedo em nossas carreiras, ou mais tarde, dependendo de como pensamos. Nossa habilidade para absorver rapidamente os fatos atinge seu ápice no fim de nossa adolescência, enquanto nossas habilidades de vocabulário chega ao alto da crista quando atingimos os 60 anos.

Economistas, cientistas esportivos e psicólogos analisaram desempenhos olímpicos e partidas de xadrez, além de milhares de quizzes online;Eles fizeram essas análises para determinar a média de idade na qual as pessoas atingem o ápice mental e físicamente;Os pesquisadores tentam entender como nosso cérebro e nossos corpos funcionam e se há lições sobre como fortalecer cada um deles.

As boas notícias é que, enquanto talvez cheguemos ao pico em um desses esforços, estamos provavelmente melhorando em outro. “Em cada idade, você está melhorando em algumas coisas e piorando em outras”, diz Joshua Hartshorne, professor-assistente de psicologia no Boston College, que pesquisa como várias funções cognitivas mudam com o avançar da idade.

As pessoas alcançam seus vários picos físicos em diferentes momentos e por diferentes razões, segundo os estudos. Rápidas contrações de fibras musculares ajudam com velocidade e força, e são mais prevalentes em nossos músculos quando somos jovens. Contrações lentas das fibras musculares, que são as relacionadas com a resistência, prevalecem mais quando somos mais velhos.

Atributos físicos podem desempenhar um papel, também. Mulheres têm menos músculos a perder, e seu auge chega mais cedo do que em homens que fazem esportes de alta intensidade, como natação.

A ciência por trás de nosso auge físico

Rafal Chomik, economista australiano do Centro de Excelência em Pesquisa de Envelhecimento Populacional ARC, liderou pesquisa de desempenhos físicos de pico entre atletas olímpicos e profissionais, buscando descobrir quão diferentes são os desempenhos de diversos grupos de idades em diferentes esportes.

Para esportes, como corrida, que requer velocidade, força e máximo consumo de oxigênio, os atletas tendem a atingir o pico com seus 20 e poucos anos. Em esportes de resistência, como as maratonas, o pico é tipicamente alcançado aos 40. Em esportes táticos de baixo impacto, como navegação e competições a cavalo, os atletas competem em níveis excelentes aos 50.

Isso bate com descobertas sobre capacidade cognitiva, indica Chomik, percebendo que pessoas jovens são melhores em tarefas que requerem poder de processamento bruto, enquanto outras pessoas se destacam em estratégia.

Outra descoberta da pesquisa dá conta de que as idades de pico de desempenho para atletas de elite estão aumentando. A idade média dos 100 melhores tenistas masculinos e femininos é de quatro a seis anos a mais, respectivamente, do que era na década de 1980. Os atletas estão competindo por mais tempo, em parte por conta dos avanços nos treinamentos, equipamentos e ciência esportiva.

Idade não é documento

Um bom exemplo disso é Steffen Peters, cavaleiro que live em San Diego, EUA, que participou de cinco Olimpíadas e saiu com duas medalhas de bronze: uma em 1996 e outra em 2016. Porém, ele afirma que sua melhor atuação foi em 2020, em Tóquio, Japão (disputada em 2021 por conta da pandemia de Covid-19). Aos 56 anos, ele fez parte da equipe de adestramento dos EUA, que levou a medalha de prata para casa.

“Quando eu era mais novo, eu tinha mais energia”, conta Peters. “Mas acho que, mais velho, tive mais sabedoria que vai muito longe.” O cavaleiro planeja participar das Olimpíadas de 2024 e 2028.

Chegando ao ápice mental

Picos mentais também vêm em diferentes idades, segundo o estudo. Muitas pessoas associam criatividade com juventude, mas isso depende do tipo de criatividade, afirma Bruce Weinberg, professor de economia na Ohio State University.

“Inovação tende a seguir dois padrões distintos”, pontua Weinberg, que co-escreveu um estudo que analisou a idade em que 31 ganhadores do Prêmio Nobel de Economia publicaram suas pesquisas mais importantes e significativas (definida a partir da quantidade de citações). Um padrão de pensamento é conceitual e o outro é experimental.

Economistas que desafiaram saberes e pensamentos tradicionais e pensaram de forma mais abstrata publicaram seu artigo mais significativo aos 25 anos; eles seriam considerados pensadores conceituais;Já os que tendem a refinar seu trabalho baseado em conhecimento e experiência acumulados, publicaram seu melhor artigo com mais de 50 anos; esses são considerados pensadores experimentais.

Aqueles dois padrões de inovação apareceram em estudos de escritores e artistas, de acordo com Weinberg. O pintor Pablo Picasso, considerado um artista conceitual, pintou algumas de suas mais importantes obras quando tinha 20 e poucos anos.

O poeta Robert Frost, um inovador mais experimental, Escreveu por anos antes que seu primeiro livro de poesias fosse publicado, quando ele tinha cerca de 40 anos.

Outro estudo de desempenho de pico mental envolveu o xadrez. O jogo é considerado um bom parâmetro por “desempenho em tarefa cognitivamente exigente”, destaca Uwe Sunde, professor de economia na Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha.

Ele e seus colegas analisaram 24 mil partidas profissionais de xadrez para documentar o desempenho dos melhores jogadores.

Os pesquisadores compararam um movimento individual gravado com os melhores movimentos sugeridos por um computador moderno programado para jogar xadrez, para entenderem como o desempenho de um jogador mudou ao longo dos anos e quando eles atingiram seu ápice.

As performances individuais subiram de forma acentuada aos 20 anos e atingiram seu máximo aos 35 aproximadamente, explica Sunde.

Nem todas as habilidades de pensamento atingem o ápice na mesma idade, afirma Hartshorne. A velocidade de processamento (habilidade de pensar rapidamente e lembrar de informações, como nomes), por exemplo, atinge seu pico por volta dos 18 anos, segundo informações de QIs padronizados e testes de internet.

Já a informação cristalizada (acúmulo de fatos e conhecimento) chega ao ápice mais tarde. Como dito mais acima, habilidades de vocabulário chega ao seu máximo em torno dos 65.

Em outro estudo liderado pelo pesquisador, usando resultados de quizzes online de gramática, ele descobriu que gramática e habilidades de aprendizagem de idiomas segue sendo desenvolvido por cerca de 30 anos.

Para uma língua nativa, o período de 30 anos de aprendizagem começa aproximadamente após o nascimento. Para um segundo idioma, a contagem se inicia tão logo a pessoa começa a aprender tal idioma. Por exemplo, se você começou a aprender inglês aos 16 anos, seu período de aprendizagem de inglês vai até seus 46 anos, mais ou menos.

Mude-se para Paris e comece a falar francês aos 30; você pode esperar melhora contínua até os 60. Aprender vai mais longe do que talvez esperássemos.

Joshua Hartshorne, professor-assistente de psicologia no Boston College

Com informações de The Wall Street Journal

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