Nokia G60 5G: intermediário competente e amigo do meio ambiente | Review

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A Nokia já foi rainha no mundo inteiro e no Brasil temos memória afetiva bastante generosa com a marca finlandesa, seja por bons aparelhos, ou mesmo por dispositivos robustos ao ponto de quebrar o chão, mas não o celular quando ele cai. Atualmente a situação não é exatamente essa e a empresa escorrega vez ou outra, mas o Nokia G60 tenta reforçar uma imagem bacana nos tempos atuais.

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Ele é um intermediário forte e sem muitos recursos empolgantes, mas é nos detalhes que ele surpreende. O primeiro ponto fica na sustentabilidade ao ter 60% do corpo de plástico feito a partir de material reciclado e o segundo, colaborando com o anterior, é a longevidade ao ter três anos de atualizações de sistema operacional e com updates mensais para corrigir brechas de segurança.

Ok, no papel tudo isso é bonito, mas e na prática? Eu passei as últimas semanas utilizando o Nokia G60 como meu único celular e te conto a experiência nos próximos parágrafos. Só, antes, é importante comentar que este smartphone foi cedido pela Nokia por doação e não será devolvido para a fabricante após os testes.

Por fora, nada de novo e tá tudo bem

No mercado de intermediários, onde cada centavo conta, você precisa tentar inovar sem fazer o preço disparar para os céus, mudando o aparelho de categoria sem querer. Pois bem, se você tem o Nokia G60 em mãos e o Motorola G52 ou G42 estão logo ao lado, não é fácil identificar quem é quem.

Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Seja pela traseira de cor única, ou principalmente por conta do conjunto de câmeras exatamente no mesmo alinhamento vertical, com uma espécie de degrau para um lado, onde fica o flash. O Nokia G60 só se difere pela textura áspera e granulada que está aqui para dar aquela cara de plástico reciclado – sabe aquele aspecto de papel mais áspero, quando ele é reciclado? Exatamente isso.

As semelhanças vão além, encostando nas bordas mais retas, com leitor de impressões digitais no botão liga/desliga que divide espaço do canto direito com os de volume.

Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Eu nomeei este tópico com “e tá tudo bem”, pois está mesmo. Plástico reciclado é mais caro que o mesmo material puro, saindo da fábrica. A Nokia precisou economizar no desenvolvimento do visual para deixar a conta mais folgada para a lista de componentes e deu certo.

Ao menos a Nokia não economizou no conector e utiliza USB-C por aqui, mantendo até mesmo a presença do plugue para fones de ouvido. Parabéns, pois seria incongruente ter uma pegada sustentável com a obrigatoriedade de jogar fora um headset ainda com cabo e comprar outro, só para escutar músicas por aqui.

Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

No frigir dos eggs, a pegada é confortável, o Nokia G60 é leve e não escorrega nas mãos. Este último ponto acontece justamente por conta da textura áspera e mais granulada.

Na tela a Nokia não economizou

Se no visual a Nokia resolveu deixar a conta mais econômica para manter a presença de materiais sustentáveis, na tela ela deixou o financeiro preocupado. Por aqui temos um painel com resolução Full HD de qualidade muito boa para o segmento, rodando taxa de atualização marcada em 120 Hz. Para você ter uma comparação desleal, mas ter, é a mesma do iPhone 14 Pro Max e Galaxy S23 Ultra.

As bordas laterais são finas, mas as do topo e de baixo são grossas. Mas, voltando a pensar no segmento, eu não vejo problemas com estes detalhes. Ter um painel menos avançado até nas bordas também faz parte da matemática do preço menor. Você pode querer elas mais finas? Sim e para ter isso precisará pagar mais. Simples, como um carro com bancos mais confortáveis que vai te custar um tanto extra.

Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Mesmo sendo tela menos avançada, não consegui notar aberrações cromáticas exageradas ao virar o celular para o lado. Claro que tem limite, mas ele é generoso e isso permite que amigos seus vejam o mesmo conteúdo, sem ter tonalidades trocadas por não estarem exatamente na frente do Nokia G60.

Por fim, os 120 Hz ajudam muito na sensação de desempenho extra, principalmente para um intermediário sem chip poderoso.

Desempenho agrada

O chip, já que falei dele no último parágrafo, é o competente Snapdragon 695 e no Brasil temos apenas a versão com 6 GB, o que ajuda muito no desempenho consistente. O armazenamento tem 128 GB e é suficiente para muita gente, mas se não for ainda é possível expandir com um cartão microSD – que você escolhe entre ele ou ter linha secundária.

Eu não encontrei engasgos nos aplicativos do cotidiano, como TikTok, Twitter, Instagram, Waze e Spotify, indo também para mensageiros como WhatsApp e Telegram. Em jogos, se você não buscar um Genshin Impact da vida, que é o mais pesado até o momento, vai ficar bem com o Nokia G60 nas mãos.

Olhando agora para o sistema operacional, este celular é um dos raríssimos modelos ainda com o Android One do Google. Ele tem cara de Android puro e vem com a versão 12 de fábrica, mas o update para o 13 apareceu justo na hora de tirar da caixa. Muito bem Nokia, parabéns.

Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Ter o Android One é a motivação por trás dos três anos de atualizações do sistema operacional e patches de segurança, além de interface muito mais leve e limpa. Geralmente este sistema operacional era utilizado em dispositivos mais simples do que o Nokia G60, então entenda que aqui ele roda com folga muito grande.

Isso acaba também entregando a longevidade prometida sem comprometer demais o desempenho. É comum o smartphone ficar menos veloz a cada atualização e como ele está solto por aqui, deve segurar firme por mais tempo. Este é o tipo de análise que não é possível fazer com o celular nas mãos por 15 dias, claro.

Câmeras entraram na economia

Quando você escuta que o Nokia G60 tem câmera principal com 50 megapixels, já dá pra sentir um sorriso no rosto, né? O número é grande, maior que a resolução do iPhone 14 Pro Max e a mesma do Galaxy Z Fold 4 até, mas na realidade ele não empolga tanto quanto os concorrentes.

Foto com a câmera principal do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto com a câmera ultrawide do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Isso significa que as câmeras do Nokia G60 são ruins? De fato não, principalmente a principal. Se o ambiente estiver bem iluminado, você nota claramente que existe muito detalhe, o contraste é competente, mas o HDR não acertou toda vez não. Em um dos testes ele manteve uma árvore, que estava no meio da imagem, quase sem informação para garantir o céu azul logo atrás.

Foto com a câmera principal do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto com a câmera ultrawide do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Não seria um problema, se os concorrentes diretos Galaxy A34 ou Moto G53 não fizessem melhor. E é bem melhor, não só um pouco. Na ultrawide a situação não ficou pior como tende a ser, mas ela reforça demais as cores mais quentes (representadas por tons mais amarelados) enquanto a lente principal faz isso com os frios (tons azulados).

Foto com a câmera ultrawide do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto com a câmera principal do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Eu notei que no degradê do céu azul, a câmera ultrawide forçou a amizade no pós processamento e deixou a visualização mais granulada, artificial. Ao menos não estão presentes os degraus do color bending, o que é excelente e para redes sociais ninguém vai perceber o ruído extra.

Foto com a câmera principal do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto com a câmera ultrawide do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Já de noite a situação piora muito. O Nokia G60 tem uma dificuldade imensa de manter o foco na foto, seja no modo noturno ou no automático mesmo. Em cerca de 90% das minhas fotos em ambientes escuros eu não consegui uma imagem nítida. Na ultrawide é ainda pior, com as bordas parecendo eu sem óculos – tenho miopia.

Foto com a câmera ultrawide do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto com a câmera principal do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Foto com a câmera principal do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Serve, ajuda e para redes sociais não vai fazer feio, mas volto a falar que todos os concorrentes entregam resultados muito superiores. Já em selfies a câmera de 8 megapixels é honesta com a proposta dela, mas sempre prefira ambientes bem iluminados, tá?

Foto com a câmera frontal do Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Bateria honesta, mas carrega devagar

Alimentando tudo isso, temos 4.500 mAh de energia no tanque e este é um número comum para o segmento intermediário, aparecendo até mesmo nos modelos mais completos do mercado. No meu uso, consegui terminar o dia inteiro com ele na rua e ainda me restavam 35%, permitindo o começo do segundo.

É, o começo e nada mais. A Nokia promete dois dias inteiros de uso e isso só é possível se você não utiliza mensageiros como o WhatsApp, não tira fotos e nem grava vídeos. Se pensar no Waze ou Google Maps, a autonomia cai ainda mais. Tenha em mente que ele segura perto de 20 horas fácil, mas nada além disso.

Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Ao menos o carregador vem na embalagem e ele é de 20 watts. A recarga leva duas horas para sair de 0% e chegar aos 100% mais uma vez. O tempo é meio exagerado, mas ao menos em meia hora você alcança cerca de 40% e pode sair para o bar sem muito medo.

Nokia G60: vale a pena?

Se você tem apego por temas sustentáveis, eu não consigo encontrar outro celular no mercado com avanços neste sentido, ao menos no nível do Nokia G60. Ele é um intermediário com força de sobra para o sistema operacional escolhido, certamente vai durar mais tempo com bom desempenho e tem atualização garantida até 2025.

Junte isso com mais da metade do plástico saindo de material reciclado e você tem um pacote condizente, mas é nos pontos negativos que mora o problema e eles são fortes. O primeiro é a câmera, visivelmente inferior aos concorrentes diretos e a gente sabe como este detalhe é importante, indo além da garantia do Android sempre atualizado.

Nokia G60 5G (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Já o segundo é o preço, pois no Brasil o Nokia G60 chegou por R$ 1.999, mas no varejo não é difícil encontrar o modelo por cerca de R$ 1,6 mil. Neste valor eu vejo o Galaxy A54, que é superior ao modelo finlandês em todos os aspectos e ainda tem o Samsung Pay.

O Moto G73 também circula nesta faixa e é superior ao Nokia G60 em todos os aspectos. Então fica claro que o smartphone sustentável é competente e eu gostei da experiência, mas a concorrência chega forte com valores mais amigáveis. E, pensando no consumidor, não imagino que ele esteja disposto a pagar mais caro só por usar plástico reciclado em um produto inferior.

Nokia G60 5G: ficha técnica

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