Executivos da plataforma se reuniram com a pasta para tratar sobre a repressão de crimes cometidos e incitados na internet. Empresa diz que forneceu dados a policiais que ajudaram na apreensão ou prisão de 300 pessoas ligadas a ataques planejados a escolas. Rede sem lei: no Discord, criminosos violentam e humilham meninas menores de idade
O Ministério da Justiça e da Segurança Pública e executivos representantes da plataforma Discord se reuniram na quinta-feira (13) em Brasília para discutir a segurança e moderação na rede social. A empresa divulgou nota reconhecendo a “colaboração contínua” que tem tido com o Ministério da Justiça.
O Discord é uma plataforma de comunicação on-line que permite que os usuários conversem por meio de mensagens de vídeo, texto e áudio. Popular entre os jogadores de videogames, a rede social também é usada por crianças e adolescentes para se comunicar com os amigos e participar de comunidades.
De acordo com o Ministério da Justiça, durante o encontro foi possível retomar questões que vem sendo debatidas com a empresa desde o início da Operação Escola Segura, que busca identificar perfis e conteúdos de ameaça a escolas.
A empresa informou que neste ano ela já forneceu dados que auxiliaram as autoridades policiais em prisões e apreensões de mais de 300 pessoas ligadas a ataques planejados a escolas, o que impediu que fossem realizados.
O Discord informou que cerca de 65 mil contas de brasileiros violaram as políticas da plataforma e foram removidos desde o início de 2023.
Nos últimos meses, reportagens do Fantástico (TV Globo) mostraram como o Discord virou uma ferramenta para envolver jovens em casos de violência extrema.
A pasta informou que, entre os pontos abordados, estão as “respostas às requisições policiais, incluindo as de emergências”, e o “aprimoramento nos processos de informações pelas autoridades de segurança”. O ministério também incluiu entre as demandas “medidas preventivas para além das respostas às solicitações no curso de investigações”.
Segundo a pasta, os representantes da plataforma, o diretor sênior Stephen Gikow e o gerente sênior Rolando Vega, apresentaram as políticas de moderação da rede, os esforços para a remoção de usuários e as colaborações com as autoridades brasileiras.
A empresa, segundo o ministério, também apresentou as medidas que têm sido estudadas para aprimorar a segurança dos usuários e atender às demandas dos órgãos de segurança pública.
Novo recurso do Discord permite que pais supervisionem contas de filhos adolescentes
Discord/Divulgação
Entre os exemplos de ação, foram citados o avanço nos recursos de controle dos pais dentro da plataforma, apresentado ainda na quarta-feira (12) e o aperfeiçoamento de requisições as autoridades, incluindo o lançamento de um guia em português.
Controle para os pais
Na quarta-feira (12), o Discrod lançou a ferramenta “Central da Família” (ou “Family Center”, em inglês), que permite que pais ou responsáveis sejam informados sobre parte das atividades de seus filhos na plataforma.
De acordo com a rede, a Central da Família foi apresentada para “ajudar a promover um diálogo produtivo sobre hábitos de internet mais seguros e criar maneiras mutuamente benéficas para pais e adolescentes se conectarem sobre experiências online”.
A ferramenta permite que os responsáveis saibam com quais usuários seu filho adolescente está conversando e de quais comunidades do Discord ele participa. No entanto, eles não poderão ver o conteúdo dessas conversas.
