IA pode acabar com dublês e figurantes de filmes?

Entre os temores gerados pelo avanço da inteligência artificial está a possibilidade da tecnologia acabar com alguns empregos. Entre eles, os dublês de filmes. Os estúdios já estão pedindo aos coadjuvantes que participem de “escaneamentos corporais” tridimensionais de alta tecnologia, sem explicar como, ou quando, as imagens serão usadas.

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Usos da inteligência artificial no cinema

De séries como “Game of Thrones” aos mais recentes filmes de super-heróis da Marvel, os estúdios estão reduzindo custos ao usar figuras humanas geradas por computador para diminuir o número de atores necessários nas cenas, especialmente de batalhas.A ascensão da IA permite explorar técnicas mais baratas e potentes para criar mais sequências de ação de alta complexidade, como perseguições de carros e tiroteios, sem precisar contratar humanos. “A tecnologia está ficando exponencialmente melhor e mais rápida. De verdade, agora é um momento assustador”, afirma Freddy Bouciegues, coordenador de dublês de filmes como “Free Guy: assumindo o controle” e “O Exterminador do Futuro: destino sombrio”.Com os avanços tecnológicos, é possível usar as semelhanças físicas para criar “réplicas digitais” detalhadas e realistas, capazes de realizar qualquer ação.Outra opção é utilizar essas “cópias” para diálogos em cena, como afirma reportagem de O Globo.“Pode haver um mundo em que eles digam: ‘Não, não queremos trazer esses 10 caras (…) só vamos adicioná-los depois com efeitos e IA’. Agora esses caras não têm trabalho”, destaca Bouciegues sobre a possibilidade do fim do uso dos dublês.De acordo com Neill Blomkamp, diretor do filme “Gran Turismo” que chega aos cinemas no próximo dia 25, o papel que a IA desempenhará em breve na geração de imagens a partir do zero é “difícil de calcular”.Ele prevê que, em até 12 meses, será possível gerar sequências realistas, como acidentes em alta velocidade, com base apenas nas instruções do diretor.

IA e a greve de Hollywood

Os problemas em torno da inteligência artificial são um dos principais pontos ligados à greve do Sindicato dos Atores de Cinema (SAG-AFTRA) e dos roteiristas de Hollywood.Já são mais de 100 dias de paralisação.No mês passado, o SAG-AFTRA alertou que os estúdios estavam tentando criar réplicas digitais realistas de atores para usá-las “pelo resto da eternidade em qualquer projeto que quisessem”. Os estúdios negam a acusação e afirmam que ofereceram regras que incluem consentimento informado e compensação.

E o elemento humano?

Mas alguns especialistas defendem que a IA não pode substituir um fator considerado chave no sucesso de filmes.Para Bouciegues, mesmo que a tecnologia seja capaz de replicar perfeitamente batalhas, explosões, ou acidentes, ela não pode substituir o elemento humano vital para qualquer filme de ação de sucesso.Hoje, o melhor resultado ainda é obtido misturando-se o trabalho de atores humanos com efeitos visuais e IA para conseguir sequências que poderiam ser muito perigosas se feitas apenas com as velhas técnicas. Mas o futuro é uma grande incógnita para o setor, e certamente será tema de intensos debates pelos próximos meses ou anos.

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