EUA estão perdendo corrida dos veículos elétricos para China

A disputa pelo mercado dos veículos elétricos coloca frente à frente, mais uma vez, Estados Unidos e China. Uma corrida que nenhum dos dois países quer perder e que é considerada como uma questão de segurança nacional.

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Transição precisa ser suave

O assunto é tema de debate, inclusive, dentro da política americana. Para a deputada Debbie Dingell, os EUA precisam garantir uma transição suave para veículos elétricos, mas sem deixar de ficar de olho nos rivais chineses.A parlamentar representa Detroit, lar de uma tradicional e hoje decadente indústria automobilística.

Veículos elétricos ainda não são acessíveis nos EUA

Em entrevista à The Verge, Dingell disse acreditar que o principal desafio dos Estados Unidos neste momento é tornar os carros elétricos mais acessíveis para a população, garantindo também a estrutura necessária de recarga desses veículos.

“O Capitólio dos Estados Unidos não tem estações de carregamento. Eu não tenho a disponibilidade de carregamento com as restrições de tempo na minha mão. Isso é um problema. Sabe quantas casas não têm garagens neste país? Cinquenta por cento das casas neste país não têm garagens. Temos de ser realistas, mas continuar a avançar”.

Debbie Dingell, deputada dos EUA

A deputada lembra que existe uma proposta de regulamentação do setor que prevê que dois terços dos veículos elétricos vendidos no país sejam elétricos até 2032. “Várias coisas têm que acontecer antes que isso seja realista. Não acho que a base esteja no lugar”, defende ela.

EUA ainda não contam com estações suficientes de recargas de carros elétricos (Imagem: Blue Planet Studio/ShutterstocK)

Carros elétricos, Tesla e o perigo envolvendo a China

Debbie Dingell ainda se mostra muito preocupada em relação à China. Hoje, destaca, o país asiático é a fonte de provavelmente 80% dos minerais que estão sendo usados nas baterias dos carros elétricos, o que torna o mundo dependente dos chineses.

“Não quero deixá-los sair na frente, mas eles provavelmente têm um pouco mais de know-how. Nós temos que desenvolver essa propriedade intelectual aqui neste país. Colocamos o mundo sobre rodas. Somos a casa da mobilidade. Não vou separar nossa liderança de nenhum outro país, muito menos da China. Essa é uma questão econômica competitiva, e é uma questão de segurança nacional”.

Debbie Dingell, deputada dos EUA

Ela critica o fato de a China estar autorizada a testar seus veículos autônomos nas estradas americanas. E lembra que o oposto não é realidade.

Outra preocupação é com a fuga de empregos. “Os veículos elétricos são um exemplo de produto em que não podemos ceder a nossa liderança à China. Temos que ficar na vanguarda porque o transporte é fundamental para tantas coisas que fazemos neste país”, destaca.

Tesla expandiu suas atividades na China, o que gera temores dentro da política americana (Imagem: Sheila Fitzgerald/Shutterstock)

Questionada sobre a atividade da Tesla na China, a deputada fez elogios à empresa de Elon Musk. Mas afirmou que quer a fabricante de veículos elétricos produzindo dentro dos Estados Unidos.

“Só não vou apoiar ninguém produzindo na China. Eu quero ver a produção aqui neste país, e eu vou lutar para ter produtos feitos neste país por trabalhadores americanos e trabalhadores sindicais quando eu puder ajudar isso a ter sucesso”.

Debbie Dingell, deputada dos EUA

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