Estudo de vulcão revela pista para encontrar novos depósitos de diamantes rosa

Ao examinar rochas do vulcão Argyle, na Austrália Ocidental, pesquisadores da Universidade Curtin identificaram um ingrediente-chave necessário para trazer valiosos diamantes rosa para a superfície da Terra, de onde podem ser extraídos. 

Isso pode ajudar muito na busca global por novos depósitos, de acordo com os autores do estudo, relatado em um artigo publicado na Nature Communications.

Sabe-se que para os diamantes se formarem é necessário que haja carbono nas profundezas da Terra, e para que esses diamantes se tornem rosa eles devem ser submetidos a forças de placas tectônicas em colisão. 

Diamante Lulo Rose tem 170 quilates e é o maior diamante rosa encontrado nos últimos 300 anos. Crédito: Lucapa Diamond Co.

Agora, o novo estudo descobriu o terceiro ingrediente necessário para a presença de diamantes rosa no nível da superfície, que são faixas de terra que foram “esticadas” durante o rompimento continental centenas de milhões de anos atrás.

Fendas na crosta terrestre

O pesquisador Hugo Olierook, do Centro de Pesquisa de Isótopos John De Laeter, de Curtin, disse que o “estiramento” das massas de terra criou lacunas na crosta terrestre através das quais o magma portador de diamantes poderia subir à superfície.

A equipe liderada por Olierook usou feixes de laser mais finos que um fio de cabelo em rochas do vulcão, descobrindo que ele tem 1,3 bilhão de anos. Segundo os cientistas, isso significa que Argyle é 100 milhões de anos mais velho do que se pensava anteriormente, o que sugere que provavelmente teria se formado como resultado de um antigo supercontinente se separando.

“Argyle está localizado no ponto onde a região de Kimberley e o resto do norte da Austrália se chocaram muitos anos antes, e esse tipo de colisão cria uma área danificada ou ‘ferimento’ na terra que nunca cicatrizará totalmente” diz o artigo.

Vídeo mostra o supercontinente Pangeia se separando até formar os continentes modernos

Olierook explica que, enquanto o continente que se tornaria a Austrália não se rompeu, a área onde o vulcão Argyle está situado foi esticada, inclusive ao longo da cicatriz, o que criou lacunas na crosta terrestre para o magma disparar até a superfície, trazendo consigo diamantes rosa.

“Enquanto esses três ingredientes estiverem presentes – carbono profundo, colisão continental e depois estiramento – então achamos que será possível encontrar o ‘próximo Argyle’, que já foi a maior fonte de diamantes naturais do mundo”, disse o pesquisador.

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Argyle produziu 90% dos diamantes rosa do mundo

Segundo ele, mesmo com o conhecimento desses três ingredientes, encontrar outra fonte de diamantes rosa não é assim tão simples. 

“A maioria dos depósitos de diamantes foi encontrada no meio de continentes antigos porque seus vulcões hospedeiros tendem a ser expostos na superfície para os exploradores encontrarem”, disse Olierook. “Argyle está na sutura de dois desses continentes antigos, e essas bordas são frequentemente cobertas por areia e solo, deixando a possibilidade de que vulcões semelhantes portadores de diamantes rosa ainda permaneçam desconhecidos, inclusive na Austrália”.

Argyle é responsável pela produção de mais de 90% dos diamantes rosa do mundo, tornando-se uma fonte incomparável dessas gemas raras e cobiçadas. “Conhecendo a idade do vulcão Argyle, com 1,3 bilhão de anos, e situado onde alguns dos primeiros continentes da Terra se fragmentaram, temos mais informações significativas sobre a formação desses diamantes”, disse o geólogo Murray Rayner, coautor do estudo e pesquisador da Escola de Ciências da Terra e Planetárias de Curtin.

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