Crise climática “abriu as portas do inferno”, diz secretário-geral da ONU

Os recentes eventos climáticos extremos, como as inundações na Líbia, o terremoto no Marrocos, os incêndios florestais no Havaí e as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, são mais um sinal das mudanças climáticas. Todos eles foram citados na Cúpula da Ambição Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova York. Durante o encontro, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que a crise climática provocada pela atividade humana “abriu as portas do inferno”.

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ONU: novos apelos e críticas

Durante o encontro, Guterres voltou a fazer um apelo por esforços globais na tentativa de diminuir a temperatura do planeta. E criticou a desunião mundial em torno do tema.

O futuro não está decidido, cabe a líderes como você escrevê-lo. Ainda podemos limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C e construir um mundo de ar limpo, empregos verdes e energia limpa e acessível para todos. Devemos recuperar o tempo perdido por causa da lentidão, as pressões e a ganância dos interesses arraigados que ganham bilhões com os combustíveis fósseis.

António Guterres, secretário-geral da ONU

Apesar das fortes declarações, nenhuma decisão prática é tomada durante esse tipo de evento. A cúpula da ONU tem como objetivo debater o tema. Mas neste ano contou com ausências importantes.

Entre os 30 países anunciados não estiveram nem os Estados Unidos, embora o presidente Joe Biden esteja em Nova York, onde falou na Assembleia-Geral, nem a China. Os dois países são os maiores poluidores do mundo.

Outra ausência importante foi a do Reino Unido. O primeiro-ministro Rishi Sunak, não viajou para os Estados Unidos. Além disso, anunciou o adiamento da proibição de carros a combustão de 2030 para 2035, provocando críticas de ambientalistas (veja mais sobre o assunto clicando aqui).

Secretário-geral da ONU pediu maior comprometimento dos países para combater o aquecimento global (Imagem: 24Novembers/Shutterstock)

Países mais ricos precisam assumir a responsabilidade

Guterres propôs um Pacto de Solidariedade Climática para que os principais emissores, que são os que mais se beneficiaram dos combustíveis fósseis, reduzam as emissões e apoiem as economias emergentes para que façam isso. E pediu aos governos que avancem no ritmo para que os países desenvolvidos alcancem zero emissão líquida o mais próximo possível de 2040, e as economias emergentes, o mais perto possível de 2050.

Muitas das nações mais pobres têm todo o direito de estarem irritadas, porque são elas que mais sofrem as consequências de uma crise climática que eles não provocaram, porque não receberam o financiamento prometido e porque seus custos de financiamento estão nas alturas.

António Guterres, secretário-geral da ONU

Os países desenvolvidos devem cumprir o compromisso de US$ 100 bilhões, cerca de R$ 485 bilhões, para ajudar os países do Sul Global, repor o Fundo Verde para o Clima e duplicar o financiamento para a adaptação. As informações são da Folha de São Paulo.

O que disse o Brasil

O governo brasileiro foi representado no encontro da ONU pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva. Na sessão, ela leu discurso escrito pelo presidente Lula.O texto destacou a redução do desmatamento na Amazônia e do garimpo na território yanomami e confirmou que o Brasil voltará às metas climáticas propostas na assinatura do Acordo de Paris, em 2015.Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) houve uma modificação nos termos, fazendo com que a quantidade de emissões de carbono permitidas no compromisso se tornasse maior para o país.

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