Combustíveis limpos: em 2050, acesso ainda será limitado

Pesquisadores da Universidade de Loughborough, na Inglaterra, usaram a inteligência artificial para criar um modelo computacional que prevê cenários futuros relacionados ao uso de combustíveis limpos ou poluentes no preparo de refeições. O resultado é alarmante: mais de um bilhão de pessoas não terão acesso ao que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica como “cozinha limpa” até 2050.

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Falta de acesso na África

Atualmente, cerca de 940 milhões de pessoas na África Subsaariana são obrigadas a cozinhar com combustíveis poluentes de biomassa, como carvão vegetal e madeira.Isso representa um grande desafio no combate às mudanças climáticas.Apesar do problema já ser enorme, ele deve se agravar, segundo a pesquisa publicada na revista Energy and AI.As informações são da Tech Xplore.

Falta de acesso á combustíveis limpos para preparar refeições já é realidade (Imagem: Peter Gudella/Shutterstock)

Sem combustíveis limpos para cozinhar

O modelo computacional prevê que mais de 840 milhões de pessoas africanas não terão acesso a combustíveis ou tecnologias limpas para o preparo de refeições em 2030. O número aumentará para mais de 1,1 bilhão de pessoas até 2050.

Os pesquisadores apontam que a situação vai melhorar em algumas partes do continente africano, mas isso ficará restrito a menos de 20% da população em 16 países, em 2030, e para 18 países em 2050.

O modelo, treinado em conjuntos de dados holísticos e históricos de cada país, analisa tendências de crescimento populacional e fatores que influenciam a acessibilidade à “cozinha limpa”, como disponibilidade de eletricidade e acessibilidade.

A pesquisa também aponta que que a geração de eletricidade projetada para 2030 precisa triplicar para que os países da África Subsaariana atinjam a meta desejada de permitir que mais de 80% da população tenha acesso ao uso de combustíveis limpos na hora de preparar refeições. Para que esse objetivo seja alcançado, estima-se que seja necessário um investimento de US$ 14,5 trilhões, mais de R$ 72 trilhões.

As descobertas deste estudo evidenciam a necessidade de uma rápida mudança de paradigma nas ciências energéticas do mundo em desenvolvimento para abordar a pobreza energética. A lenta taxa de acesso à “cozinha limpa” causa desmatamento, perda de habitat, poluição interna, desigualdade, sustenta baixas atividades econômicas e causa cerca de 3,2 milhões de mortes por ano, incluindo mais de 237.000 mortes de crianças menores de cinco anos em 2020.

Mulako Mukelabai, pesquisador da Universidade de Loughborough

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