Cientistas encontram povo na África que acreditavam ter sumido

A África Austral abriga uma região conhecida como berço da humanidade, local onde os primeiros hominídeos surgiram. Por causa disso, é possível encontrar a maior diversidade genética humana por lá. No entanto, quando algumas línguas deixaram de existir no deserto do Namibe, os pesquisadores pensaram que a população também havia sumido, junto com um pouco da diversidade. Mas agora, um novo estudo aponta que isso não é verdade.

É comum na biologia que o local onde uma espécie ou família se origina seja uma região mais geneticamente diversificada. Nos humanos, esse local é a África e a diversidade genética pode ser observada principalmente nos desertos do Kalahari e do Namibe, no sudeste do continente.

Durante muito tempo, a região onde está localizado o Namibe, que ocupa territórios na Namíbia, Angola e África do Sul, foi assolada por guerras, dificultando que os pesquisadores estudassem a diversidade genética. Quando elas acabaram, uma língua estava sumindo, a Kwadi, falada pelos Kwepe e que possuem mesma origem que as línguas khoe, fazendo acreditar que esse povo havia se juntado a populações vizinhas.

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A língua sumiu, mas a população não

A partir de análises genéticas e fonéticas, os cientistas conseguiram perceber que as diferenças genéticas eram comuns em grupos com diferentes costumes, como aqueles que praticam agricultura, ou pastoreio, ou possuem hábitos de caçadores-coletores. Assim, a língua Kwadi pode ter desaparecido, mas os descendentes dos Kwepes mantiveram a distinção dos seus genes.

Além disso, a pesquisa recentemente publicada na Science Advances  permitiu que os pesquisadores descobrissem mais sobre a migração das populações para a região. Os Kwepes chegaram no Namibe há 2 mil anos, provavelmente vindos da Tanzânia. Essa chegada foi meio tardia quando comparada aos falantes das línguas khoe, que também vivem por lá desde centenas de milhares de anos atrás.

Atualmente, os descendentes dos Kwepes falam bantu, uma língua que chegou há cerca de 200 a 500 anos atrasada na África Austral. A descoberta de que a diversidade genética continua intacta é mais uma peça no quebra-cabeça da história da humanidade.

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