Julgamento do Google: Apple usa Bing como ‘moeda de troca’ para negociar

A Apple nunca escondeu sua preferência pelo mecanismo de busca do Google em seus dispositivos. Mas manter a possibilidade de trocar pelo Bing foi uma “moeda de troca” estratégica para extrair concessões financeiras da gigante das buscas, disse um executivo da Microsoft em depoimento no julgamento do Google.

Para quem tem pressa:

A Microsoft afirmou que manter o Bing como uma opção de mecanismo de busca nos dispositivos da Apple foi uma estratégia para obter concessões financeiras do Google;Segundo Mikhail Parakhin, chefe de publicidade e serviços web da Microsoft, o Bing é mais lucrativo para a Apple do que para a própria Microsoft;Estima-se que a Apple receba entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões anualmente em pagamentos do Google em troca do padrão de busca em seus dispositivos;O Departamento de Justiça dos EUA acusa o Google de usar acordos para sufocar a concorrência, bloqueando outros mecanismos de busca como Bing e Yahoo;A defesa do Google argumenta que a IA avançada pode impulsionar os resultados de busca sem depender tanto dos dados do usuário.

No Tribunal Distrital dos EUA em Washington (EUA), Mikhail Parakhin, chefe de publicidade e serviços web da Microsoft, destacou que o Bing é mais lucrativo para a Apple do que para a própria Microsoft. Seu depoimento fez parte do julgamento antitruste que o Google enfrenta.

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Estima-se que a Apple receba entre US$ 15 bilhões (aproximadamente R$ 75 bilhões) e US$ 20 bilhões (R$ 100 bilhões) anualmente em pagamentos do Google em troca do padrão de busca em seus dispositivos, uma receita derivada de cliques em anúncios nos resultados de busca.

Julgamento do Google

(Imagem: Potashev Aleksandr/Shutterstock)

Outra testemunha no caso foi Alexander Austin, fundador da startup Branch Metrics, que relatou que os contratos exclusivos do Google com empresas de telefonia e fabricantes de equipamentos prejudicaram os esforços de sua empresa para comercializar um mecanismo de busca para aplicativos em smartphones.

A Branch Metrics, sediada na Califórnia, almejava replicar para aplicativos de smartphone o sucesso do Google na busca na internet, buscando receitas publicitárias quando usuários clicassem em aplicativos como o DoorDash.

No entanto, as limitações impostas pelos acordos com o Google impediram a monetização do mecanismo de busca de aplicativos, deixando a Branch Metrics frustrada com a sensação de injustiça.

O Departamento de Justiça dos EUA acusa o Google de usar acordos semelhantes para sufocar a concorrência, bloqueando outros mecanismos de busca como Bing e Yahoo. O julgamento, que se estende até novembro, busca esclarecer se a prática da gigante das buscas é anticompetitiva.

Lados do caso

O advogado do Google, Ken Smurzynski, tentou contestar um argumento-chave do governo de que a dominância do Google no mercado permite a coleta excessiva de dados do usuário.

A defesa do Google alega que a IA avançada pode impulsionar os resultados de busca sem depender tanto dos dados do usuário, citando o CEO da Microsoft, Satya Nadella, que ressaltou a transformação que a IA trará para a busca.

Por sua vez, o chefe de publicidade e serviços web da Microsoft comparou a IA a carros autônomos, dizendo que ainda não estão prontos para assumir o protagonismo. Ele afirmou que, embora algumas empresas tenham tentado construir mecanismos de busca exclusivamente com aprendizado de máquina, nenhuma obteve sucesso.

O juiz Amit Mehta não deve emitir uma decisão antes do começo de 2024. E caso o Google seja considerado culpado, outro julgamento determinará as medidas para conter seu poder de mercado.

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