O que é o “sangue dourado” que salvou milhões de recém-nascidos
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Na Austrália, um cidadão chamado James Harrison doou sangue mais de mil vezes e ganhou um apelido curioso: o “homem do braço de ouro”. O termo veio pelo fato do seu sangue conter mais anticorpos usados na vacina Anti-D, que previne o desenvolvimento da doença de Rhesus (ou eritroblastose fetal) em gestantes.
A enfermidade faz com que o sangue das mães “ataque” os fetos por incompatibilidade do fator Rh, gerando danos cerebrais e até a morte do bebê.
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Como tudo começou
Harrison começou a doar sangue aos 18 anos após passar por uma cirurgia e precisar de transfusões para sobreviver.Alguns anos depois, foi descoberto que o seu sangue tinha mais anticorpos usados na vacina, o que o incentivou a continuar doando para auxiliar o máximo de pessoas.Para ter uma ideia, nos 60 anos de doação, Harrison salvou sozinho mais de 2,4 milhões de bebês na Austrália, segundo estimativas do Australian Red Cross Lifeblood. Até a própria filha de Harrison recebeu a vacina.Com o avanço da idade, sua última doação ocorreu em 2018, segundo o The Sydney Morning Herald.
O sangue de Harrison salvou milhões de bebês na Austrália. Imagem: Reprodução/Australian Red Cross Lifeblood
Sangue dourado: quando surgiu e o que é?
Segundo informações da página de biomedicina Mosaic, o tipo sanguíneo foi detectado primeiro em uma australiana em 1961 e recebeu o nome de “sangue dourado” por sua raridade. Cientificamente, é conhecido como Rh nulo (ou Rhesus null).Ele aparece em cerca de uma a cada seis milhões de pessoas, segundo pesquisadores.O lado ruim é que o “sangue dourado” só é compatível com transfusões de Rh nulo, o que pode gerar dificuldades para quem possui o tipo sanguíneo.
A vacina usa plasma de doadores para prevenir a doença de Rhesus em gestantes e a DHPN (Doença Hemolítica Perinatal), que pode causar complicações como anemia e a morte.
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