Covid-19: bebês têm resposta imune melhor do que adultos, diz estudo

Uma das principais dúvidas relacionadas à Covid-19 era se os bebês e recém-nascidos possuem anticorpos suficientes para combater a doença em caso de infecção. Para responder esse questionamento, cientistas promoveram, pela primeira vez, um estudo em larga escala sobre a resposta do organismo contra o SARS-CoV-2 nessa faixa etária. A pesquisa foi publicada na revista Cell.

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Resposta de anticorpos dos bebês foi melhor do que a dos adultos

Os pesquisadores descobriram que o organismo humano possui, já nos primeiros meses de vida, com anticorpos muito eficientes na proteção contra a Covid-19.Essa resposta imune, segundo o estudo, pode durar até 300 dias após o nascimento.O que chamou a atenção é que bebês e recém-nascidos apresentaram respostas mais robustas do que os adultos.A descoberta pode auxiliar no desenvolvimento de novas vacinas contra a doença.

Vírus da Covid-19 (Imagem: Nhemz/Shutterstock)

Proteção contra a Covid-19 por até 300 dias

Durante o estudo, foram coletadas amostras de sangue e da mucosa nasal de bebês e adultos de diversos hospitais e centros médicos universitários dos Estados Unidos. No total, participaram da pesquisa 54 bebês infectados pela Covi-19, com 27 deles tendo amostras pré-contaminação, e outros 27 saudáveis, que testaram negativo para a doença desde o nascimento até a coleta.

Além disso, foram analisadas 62 amostras de sangue de 48 adultos infectados e 10 saudáveis, além de 41 mães com casos moderados de Covid-19, três com amostras pré-infecção e mais três saudáveis.

A conclusão foi que a resposta dos anticorpos dos bebês e recém-nascidos foi mais robusta e longa do que a dos adultos. Foi observada uma concentração alta dos agentes imunes ao longo de 300 dias. Depois disso, no entanto, a resposta do organismo começou a perder força rapidamente.

No sangue, houve aumento de marcadores de ativação de glóbulos brancos, mas não foi notado aumento nas citocinas inflamatórias, que mediam a inflamação em resposta a infecções.

Os linfócitos B e T de memória, ativados após uma infecção e resposta imune correspondente, apareceram significativamente menos nos infantes em relação aos adultos. Outras células importantes para regulação imune, no entanto, apareceram em maior número nos bebês, como as Th17, responsáveis pelo combate à infecção em mucosas, mas também relacionadas a doenças autoimunes e inflamatórias.

Agora, os pesquisadores querem usar as descobertas para a criação de vacinas específicas que se aproveitem da proteção natural dos bebês após o nascimento. Esses imunizantes podem evitar também outros problemas, como doenças autoimunes.

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