Impressão 3D pode ser utilizada para reparar lesões cerebrais, mostra estudo

Uma técnica desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford demonstrou potencial em fornecer reparos personalizados em lesões cerebrais utilizando células neurais feitas com impressão 3D.

Cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com lesão cerebral traumática (TCE, na sigla em inglês), sendo 4,8 milhões casos graves ou fatais, segundo um estudo de 2018 publicado no Journal of Neurosurgery;Esses casos se tornam perigosos pela falta de tratamentos eficazes para lesões cerebrais;Como lembra a publicação da Universidade Oxford, as terapias generativas de tecidos podem ser uma via promissora para tratar lesões cerebrais, no entanto, ainda não existe nenhum método para garantir que células-tronco implantadas imitem a arquitetura cerebral;Com isso em vista, as células neurais fabricadas por impressão 3D podem compor tecidos danificados do córtex cerebral, parte responsável por funções como linguagem, memória, raciocínio e tomadas de decisão.

No estudo, publicado na revista Nature, os pesquisadores fabricaram um tecido cerebral de duas camadas com impressão 3D de células-tronco neurais humanas. Nos testes, as células impressas foram implantadas em fatias cerebrais de camundongos e conseguiram demonstrar uma “integração estrutural e funcional” com o tecido hospedeiro.

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Como explica a EuroNews, o estudo utilizou uma técnica de “impressão de gotículas” a partir de células-tronco para criar duas “biotintas” — células vivas e hidrogéis impressos em 3D.

Ao serem implantadas em fatias de cérebro dos camundongos, os tecidos impressos mostraram forte integração dos processos neurais ao migrar neurônios, como demonstra a projeção (imagem abaixo). De acordo com a publicação de Oxford, o material implantado conseguiu se comunicar com as células cerebrais do animal, “demonstrando integração funcional e estrutural”.

(Crédito: Yongcheng Jin/ Universidade de Oxford)

Este avanço marca um passo significativo em direção à fabricação de materiais com toda a estrutura e função dos tecidos cerebrais naturais.

O trabalho proporcionará uma oportunidade única para explorar o funcionamento do córtex humano e, a longo prazo, oferecerá esperança aos indivíduos que sofrem lesões cerebrais.

Dr. Yongcheng Jin, do Departamento de Química da Universidade de Oxford, principal autor do estudo.

A partir das descobertas feitas nesse estudo, os pesquisadores pretendem melhorar a técnica de impressão para criar tecidos mais complexos do córtex cerebral com múltiplas camadas que imitem a arquitetura do cérebro humano.

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