Novo atlas mapeia quase 400 mil galáxias próximas

Um grupo de astrônomos criou um atlas cósmico detalhado da nossa vizinhança, que conta com quase 400 mil galáxias. A ideia é auxiliar pesquisadores e permitir que o público geral explore os arredores da Via Láctea.

Chamado de Siena Galaxy Atlas (SGA), ele foi construído a partir de dados ópticos e infravermelhos coletados pelos telescópios NOIRLab, da National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos, durante três pesquisas. Os estudos, que aconteceram entre 2014 e 2017, investigaram a energia escura. Além disso, o atlas conta com dados adicionais coletados pelo satélite Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE), da NASA.

Ao todo, foram mapeados cerca de 20 mil graus quadrados, equivalendo a quase metade do céu noturno, e faz desse atlas uma das maiores pesquisas sobre galáxias. Assim, em um só lugar, o SGA oferece informações sobre localização, formas e tamanhos de centenas de milhares de grandes galáxias relativamente próximas.

As grandes galáxias próximas são importantes porque podemos estudá-las com mais detalhes do que quaisquer outras galáxias no Universo; são as nossas vizinhas cósmicas. Elas não são apenas incrivelmente bonitas, mas também possuem a chave para a compreensão de como as galáxias se formam e evoluem, incluindo a nossa própria galáxia, a Via Láctea.

John Moustakas, líder do projeto do SGA, em resposta à Phys

Mosaico contendo 42 das quase 400 mil galaxias catalogadas no Siena Galaxy Atlas (SGA) (Crédito: CTIO/NOIRLab/DOE/NSF/AURA/J. Moustakas)

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Os atlas do cosmos

Há muito tempo os pesquisadores tentam mapear o céu noturno para entender o nosso lugar no cosmos e apoiar investigações. Essas compilações permitem que astrônomos entendam os padrões de distribuição dos objetos e identifiquem alvos para observações mais detalhadas. Muitos atlas cósmicos foram publicados nas últimas duas décadas, mas esses compilados já existem há algum tempo.O Catálogo de Nebulosas e Aglomerados de Estrela, de 1774, do astrônomo Charles Messier, foi um marco para astronomia;Depois disso, em 1888, John Louis Emil Dreyer atualizou o compilado com o Novo Catálogo Geral de Nebulosas e Aglomerados de Estrelas (NGC);Mais recentemente, em 1991, o Terceiro Catálogo de Referência de Galáxias Brilhantes (RC3) foi publicado por astrônomos, sendo base para outros atlas posteriores.

Progresso

Agora, no entanto, o SGA utiliza dados coletados por sensores ultra-sensíveis e com um número muito maior de galáxias observadas. Além disso, o atlas conta com uma qualidade e integridade dos dados muito maior, permitindo até mesmo observar os perfis de luz galácticos.

As compilações anteriores de galáxias foram atormentadas por posições, tamanhos e formas incorretas de galáxias, e também continham entradas que não eram galáxias, mas estrelas ou artefatos. O SGA limpa tudo isso para uma grande parte do céu. Ele também fornece as melhores medições de brilho para galáxias, algo que não tínhamos antes para uma amostra deste tamanho.

Arjun Dey, astrônomo do NOIRLab envolvido no projeto.

O SGA permitirá melhorias nas investigações sobre os padrões de formação estelar em diferentes galáxias. Além disso, será possível apurar como a distribuição galáctica está relacionada à forma como a matéria escura se espalha pelo Universo. Por fim, como um mapa, ele ajudará a identificar a fonte de sinais, como ondas gravitacionais, e os eventos que os originaram.

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