Essa empresa injeta bilhões para impulsionar produção de chips nos EUA

A Micron, baseada em Idaho, é a única fabricante de chips de memória nos EUA. Embora seus chips de ponta atualmente sejam produzidos no Japão e Taiwan, a empresa planeja iniciar a produção deles nos EUA a partir de 2026, com a inauguração de uma fábrica de US$ 15 bilhões (R$ 75 bilhões) em Boise, Idaho.

Para quem tem pressa:

A Micron, única fabricante de chips de memória nos EUA, planeja iniciar a produção de chips de ponta em uma nova fábrica em Boise, Idaho, a partir de 2026, investindo US$ 15 bilhões para isso;Além disso, a empresa planeja alocar US$ 100 bilhões ao longo de duas décadas para a construção de quatro grandes fábricas de chips em Nova York, no que se tornará o maior projeto de chips na história dos EUA;Os chips de memória são vitais para a operação de dispositivos, desde celulares até servidores, além de alimentar modelos de IA avançados;Atualmente, mais de 90% da produção global de chips de memória é controlada por três grandes empresas, incluindo a Micron – a única dos EUA.A expansão da produção de chips pela Micron visa fortalecer sua posição no mercado e responder a restrições impostas pela China em relação às tecnologias dos EUA, além de impulsionar a economia do país.

O investimento não para por aí. A Micron planeja realizar o maior projeto de chips da história dos EUA, alocando US$ 100 bilhões ao longo de duas décadas para a construção de quatro fábricas de chips gigantescas em Nova York.

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EUA e chips

(Imagem: William Potter/Shutterstock)

Os chips de memória são essenciais para o funcionamento de dispositivos e, por isso, estão no epicentro da tecnologia moderna. Eles facilitam o armazenamento e acesso aos dados em smartphones, computadores e servidores, alimentando até mesmo os modelos de inteligência artificial (IA) mais avançados.

A produção global de mais de 90% dos chips de memória de acesso aleatório dinâmico (DRAM), por exemplo, é controlada por apenas três gigantes do setor. Enquanto a Samsung e a SK Hynix têm sede na Coreia do Sul, a Micron é a única dos EUA.

Aproximadamente um quarto da receita da Micron vem da China, e “cerca da metade dessa receita está em risco”, disse o CEO da Micron, Sanjay Mehrotra, à CNBC numa entrevista. Ele se referia às restrições impostas pelo país asiático em relação às tecnologias dos EUA

Atualmente, a participação dos EUA na produção de DRAM é de apenas 2%, mas a Micron almeja aumentá-la significativamente. A empresa conta com o apoio de leis que oferecem bilhões de dólares em incentivos para promover a produção nacional.

A aposta da Micron não é apenas um movimento estratégico para garantir sua posição no mercado, mas também uma forma de responder a um desafio específico. A China impôs proibições às vendas da Micron para projetos de infraestrutura-chave, citando questões de segurança cibernética.

Esta também não é a primeira vez que a Micron está no centro das tensões entre EUA e China. Em 2018, os EUA acusaram a empresa chinesa de chips Fujian Jinhua de roubar propriedade intelectual da Micron, uma acusação que a empresa chinesa negou.

A Micron

(Imagem: deepsonic/Flickr)

A empresa, fundada em 1978, tem uma longa trajetória na produção de chips. Desde então, a Micron tem se mantido competitiva, mesmo em um campo que já foi lotado e hoje é dominado por poucos players globais.

Ao contrário de muitos tipos de chips, a memória não estava em falta durante a escassez de chips. A Micron e seus concorrentes viram um grande aumento no boom impulsionado pela pandemia de eletrônicos de consumo.

Os lucros da Micron então caíram significativamente devido à demanda enfraquecida por PCs e smartphones e ao excesso de oferta de chips, que levou a preços mais baixos. É uma queda que afetou grande parte da indústria de chips.

Mesmo em meio à desaceleração, o CEO é otimista em relação ao crescimento do negócio de smartphones da Micron. Ela fornece memória para telefones da Apple, Motorola, Asus e outros.

A Micron também está focada em mercados de crescimento rápido, como automotivo e IA. A próxima geração de seu produto mais avançado, a High Bandwidth Memory (HBM), está programada para produção em massa em 2024.

A HBM ajuda modelos de IA, como o ChatGPT, a lembrar de conversas passadas e preferências do usuário para gerar respostas mais semelhantes à como as pessoas falam.

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