O que falta para nossas cidades se tornarem inteligentes?

Viver em um lugar que seja inteligente, sustentável, eficiente, seguro e que proporcione qualidade de vida para todos os seus habitantes pode parecer algo distante, quase utópico. No entanto, esse conceito já é uma realidade em muitas partes do mundo e tem um nome próprio: cidades inteligentes, ou smart cities.

As cidades inteligentes fazem uso de uma ampla gama de tecnologias para coletar dados em tempo real sobre o funcionamento da cidade. Sensores estrategicamente instalados em ruas, edifícios e veículos capturam informações valiosas, que são posteriormente analisadas para embasar decisões informadas. ]

Um exemplo prático é a adaptação dos semáforos, que podem ajustar os tempos de sinalização com base no tráfego atual, minimizando congestionamentos e melhorando o fluxo de veículos.

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Segundo um estudo da IDC, a previsão é que os investimentos em cidades inteligentes ultrapassem a marca de 200 bilhões de dólares em todo o mundo até 2024. Além disso, a pesquisa indica que cerca de 30% das cidades planejam adotar automação de processos, Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e gêmeos digitais (modelos virtuais de um objeto físico) até 2025, visando aprimorar a gestão remota da infraestrutura urbana e dos serviços digitais.

A automação de processos desempenha um papel crucial na construção das cidades inteligentes do futuro. Ela não apenas aprimora a eficiência e a qualidade de vida dos cidadãos, mas também contribui para a sustentabilidade e uma gestão responsável dos recursos urbanos.

Transporte e mobilidade

No setor de transporte e mobilidade, a automação tem a capacidade de gerenciar o tráfego, coordenar o transporte público e até mesmo operar veículos autônomos. Esse conjunto de medidas não apenas reduz o congestionamento, mas também aumenta a segurança nas estradas, tornando a locomoção mais segura e eficiente.

No Brasil, um exemplo notável é Florianópolis, em Santa Catarina, que já adotou semáforos automatizados, sistema de bilhetagem eletrônica no transporte público e possui uma longa rede de ciclovias, com 28,3 km para cada 100 mil habitantes. Essas iniciativas renderam à cidade o título de mais inteligente do Brasil.

Imagem: Antônio Salaverry/Shuttestock

Edifícios Inteligentes

Outra área em que a automação tem grande potencial nas cidades inteligentes é a gestão de edifícios. Ela permite o controle automatizado de iluminação e temperatura, resultando em economia significativa de energia. Essa gestão inteligente da energia pode também balancear a demanda elétrica durante os horários de pico, evitando sobrecargas na rede elétrica.

Um exemplo inspirador é o Sello Shopping Center, localizado na Finlândia. O centro utiliza sistemas de monitoramento de energia para ajustar o consumo em ambientes menos frequentados, resultando em uma redução de 27% no consumo de eletricidade. Além disso, a utilização de energia termoelétrica, proveniente da queima de combustíveis, caiu em impressionantes 15%.

(Imagem: Vinícius de Melo/Agência Brasília)

Monitoramento e Segurança

As câmeras de vigilância automatizadas e os sistemas de reconhecimento de padrões também desempenham um papel fundamental nas cidades inteligentes, contribuindo para a segurança pública. Elas monitoram áreas públicas, identificam atividades suspeitas e permitem uma resposta mais ágil a incidentes.

Em várias cidades brasileiras, câmeras automatizadas estão estrategicamente posicionadas em locais como praças, parques e estações de transporte público, atuando não apenas como um elemento de dissuasão criminal, mas também como ferramentas de identificação e resposta rápida a eventos adversos.

Por fim, as cidades inteligentes não só melhoram a eficiência e a qualidade de vida dos cidadãos, mas também contribuem para a sustentabilidade e a gestão responsável dos recursos urbanos. Para os próximos anos, podemos esperar mais cidades adotando abordagens inteligentes e automatizadas para enfrentar os desafios urbanos desse século.

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