Tempo para combater o aquecimento global está acabando; quanto ainda nos resta?

Limitar o aumento da temperatura da Terra a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Essa foi a meta proposta no Acordo de Paris, assinado em 2015, para combater o aquecimento global. No entanto, ela parece cada vez mais distante. Para piorar, cientistas alertam que essa marca deve ser ultrapassada até 2030, desencadeando efeitos cada vez mais devastadores para o planeta e, consequentemente, para a humanidade.

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Estamos ficando sem tempo, alerta estudo

O estudo publicado na revista Nature Climate Change alerta que temos pouco mais de seis anos para tentar reverter o quadro do aquecimento global.Atualmente, emitimos quase 40 gigatoneladas de CO2 na atmosfera todos os anos.Os pesquisadores calcularam que nesse ritmo, se emitirmos mais de 276 gigatoneladas (250 gigatoneladas métricas) de dióxido de carbono, atingiremos temperaturas 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais até o final desta década.O trabalho dos cientistas é baseado em dados usados em um relatório recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.Os pesquisadores, no entanto, revisaram os métodos para contabilizar as emissões mais recentes e as emissões históricas de aerossóis, pequenas partículas suspensas no ar que podem refletir a luz solar, compensando parcialmente os efeitos de aquecimento dos gases de efeito estufa.As informações são da Live Science.

(Imagem: VladisChern/Shutterstock)

Ações contra o aquecimento global precisam ser imediatas

O novo estudo indica que o “orçamento” de carbono restante para manter o aquecimento abaixo de 1,5ºC foi reduzido de 550 gigatoneladas (500 gigatoneladas métricas) de CO2 para 276 gigatoneladas. Em outras palavras, os esforços para conter as mudanças climáticas precisam ser maiores e mais rápidos.

A equipe também calculou que temos 1.323 gigatoneladas (1.200 gigatoneladas métricas) de CO2 restantes para emitir antes de violarmos o Acordo de Paris. Essas estimativas vêm acompanhadas de grandes incertezas ligadas aos efeitos de outros gases de efeito estufa, como o metano.

Outros pontos que os pesquisadores não conseguem prever com exatidão são o aumento do crescimento da vegetação em certas regiões, que poderia absorver grandes quantidades de CO2 e compensar algum aquecimento, e as mudanças na circulação oceânica e derretimento das camadas de gelo, que poderiam acelerar o aquecimento.

Nossa descoberta confirma o que já sabemos – não estamos fazendo o suficiente para manter o aquecimento abaixo de 1,5ºC. Podemos ter cada vez mais certeza de que a janela para manter o aquecimento em níveis seguros está se fechando rapidamente.

Robin Lamboll, pesquisador do Centro de Política Ambiental do Imperial College London e principal autor do estudo

Especialistas afirmam que os resultados do estudo não significam que o aumento de 1,5ºC será alcançado obrigatoriamente nos próximos 6 anos. Eles explicam que há um intervalo de tempo entre a liberação das emissões e os efeitos do aquecimento que serão sentidos no planeta. E lembram que as temperaturas recordes registradas nos últimos meses são resultados de décadas de emissões de gases de efeito estufa.

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