Câncer de mama: seio biônico pode restaurar sensação de toque para pacientes

Um novo seio biônico, que está em fase de testes, pode ser liberado para uso em pacientes que passaram pelo tratamento de câncer de mama. A previsão de liberação da tecnologia é para esta década. O dispositivo é implantado na pele do peito e conta com sensores de pressão artificiais. O trabalho recebeu aproximadamente US$ 4 milhões, cerca de R$ 20 milhões na cotação atual, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos através dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH).

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Perda da sensação do toque

Centenas de milhares de mulheres têm um ou dois seios removidos todos os anos para evitar o retorno do câncer de mama.A cirurgia também pode ser realizada como tratamento preventivo para quem possui risco genético alto de ter a doença.O procedimento reconstrutivo geralmente inclui implantes ou tecidos retirados de outras partes do corpo, mas sem a possibilidade de restaurar os nervos conectados ao peito e mamilos. Isso significa que muitas pacientes acabam perdendo a sensação de toque, prejudicando a qualidade da vida sexual e também trazendo impactos negativos na saúde mental.

Câncer de mama afeta milhares de mulheres todos os anos (Imagem: Alejandro_Munoz/Shutterstock)

Como funciona o seio biônico?

A cientista responsável pelo seio biônico é a ginecologista e obstetra da Universidade de Chicago Stacey Lindau. Ela diz que teve a ideia de construir o dispositivo após acompanhar a recuperação da cirurgia reconstrutiva de diversas pacientes.

Um exemplo foi a impossibilidade de sentir o calor e aperto dos abraços dos amigos advinda da falta de sensibilidade pós-cirurgia. Segundo a médica, os seios são um órgão sexual importante para muitas mulheres, e perder a sensibilidade no local seria, para algumas, tão perturbador quanto perder o pênis para os portadores do órgão.

A tecnologia conta com sensores de pressão artificiais implantados sob a pele do seio reconstruído. Quando estimulados, estes dispositivos mandam sinais a eletrodos posicionados abaixo dos braços, que, por sua vez, estimulam nervos intercostais que passam entre as costelas. Esses nervos enviam os sinais ao cérebro, que interpretaria eles como um toque.

O seio biônico será testado em oito pacientes passando pelo processo de mastectomia e reconstrução dos órgãos para garantir que o caminho biônico realmente conseguirá levar os sinais elétricos até os nervos através dos eletrodos. Bioengenheiros também atuam no desenvolvimento dos sensores de pressão artificiais a partir de materiais poliméricos cuja sensação seja próxima à dos tecidos dos seios. O objetivo é garantir que os sensores não irão causar respostas imunes prejudiciais após o implante.

Os pesquisadores esperam usar a tecnologia para além dos pacientes de câncer de mama, podendo aplicar o método em outros membros prostéticos e situações onde pessoas acabem tendo perda de funções sensoriais, devolvendo o toque e a sensação de calor a quem há muito não consegue mais sentir.

As informações são da Live Science.

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