Gases do efeito estufa pioram calorão, aponta pesquisa

Uma onda de calor atingiu diversas regiões do Brasil em novembro – e a emissão de gases do efeito estufa pode ter agravado o calorão. É o que aponta um relatório da ClimaMeter, ligada à Universidade Paris-Saclay, na França.

Para quem tem pressa:

Novembro registrou uma onda de calor em várias regiões do Brasil, com temperaturas de 1°C a 4°C acima das históricas, conforme relatório da ClimaMeter, ligada à Universidade Paris-Saclay, na França;Segundo o documento, a emissão de gases do efeito estufa pode ter agravado o calorão, com temperaturas mais quentes, menos umidade e maior pressão atmosférica, que dificulta a chegada de frentes frias com chuvas;O estudo destaca um aumento na frequência de ondas de calor em novembro, diferindo de padrões históricos associados mais a outubro e dezembro, com foco nas cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Corumbá (MT);Variações naturais nas temperaturas dos oceanos, como oscilações decadais do Pacífico e multidecadais do Atlântico, podem ter afetado a intensidade da onda de calor, influenciando a pressão atmosférica e padrões climáticos extremos;A onda de calor expôs desigualdades, com áreas urbanizadas e favelas enfrentando impactos desproporcionais, incluindo falta de energia elétrica e acesso à água, destacando a vulnerabilidade das populações urbanas a eventos climáticos extremos.

Segundo o documento, as temperaturas durante a onda de calor foram de 1°C a 4°C acima do que ocorreria no passado. E elas têm ficado mais quentes, secas e com menos vento. Além disso, uma pressão atmosférica maior impede a aproximação de frentes frias com umidade e chuvas.

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Calorão e mudanças climáticas

(Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A pesquisa também destaca um aumento na frequência de ondas de calor em novembro, contrastando com padrões históricos que os associavam mais a outubro e dezembro. A análise concentrou-se nas cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Corumbá (MT), considerando eventos separados em dois períodos: 1979 a 2000; e 2001 a 2022.

O relatório sugere que as variações naturais de temperatura nos oceanos, como as oscilações decadal do Pacífico e multidecadal do Atlântico, podem ter influenciado a intensidade da onda de calor, afetando a pressão atmosférica e gerando padrões climáticos extremos, como ciclones ou anticiclones (calorão com céu claro e tempo seco).

Quanto ao impacto humano, o relatório alinha-se às previsões do relatório de 2021 do Painel Intergovernamental de Mudança do Clima da ONU (IPCC, na sigla em inglês), apontando um aumento na frequência e intensidade de ondas de calor sobre a América do Sul, expondo populações urbanas a temperaturas extremas.

A desigualdade na resposta à onda de calor também foi evidenciada, com áreas urbanizadas, especialmente favelas, enfrentando impactos desproporcionais. Em São Paulo, protestos contra a falta de energia elétrica bloquearam vias, enquanto na maior favela do Rio de Janeiro, a Rocinha, moradores ficaram sem eletricidade por pelo menos dez dias, forçando-os a buscar água em fontes naturais no alto do morro.

O que é efeito estufa?

O efeito estufa é um fenômeno natural crucial para manter a Terra aquecida. Ele ocorre quando certos gases na atmosfera, como dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4), retêm parte do calor, impedindo que ele escape para o espaço. Assim, ele mantém a temperatura do planeta num nível adequado para a vida.

Qual a relação entre o efeito estufa e as mudanças climáticas?

Atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, aumentam a concentração de gases como CO2 e CH4, intensificando o efeito estufa e contribuindo para o aquecimento global – o que pode ter efeitos negativos no clima e no meio ambiente.

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