IA minimiza efeitos das mudanças climáticas, mas também pode aumentá-la; entenda

As mudanças climáticas e suas consequências terão impactos no dia a dia de diferentes formas, desde o aumento da temperatura global e do consumo de energia para suprir a demanda até uma possível crise na agricultura. Nesse segundo ponto, a volatilidade das temperaturas e de períodos de chuvas ou secas pode afetar negativamente plantações e desestabilizar a cadeia de abastecimento global.

Assim, a IA surge como uma alternativa para ajudar a prever variações e minimizar os efeitos das mudanças climáticas em diversos setores. Um exemplo é o aplicativo ClimateAi, que já auxiliou agricultores globalmente a adaptar suas condições às variações.

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IA na prática

Como relata a CNN, produtores de tomate da Índia passaram por dificuldades com as plantações devido às variações extremas no tempo, ora com períodos de seca, ora de chuvas. Isso levou à perda de safras e improdutividade.A ClimateAi foi a solução: trata-se de um app de inteligência artificial que usa dados sobre o clima, água e solo de um local para avaliar como as culturas são vulneráveis aos efeitos do aquecimento global nas próximas duas décadas. O caso na Índia aconteceu em 2021. Usando a IA, os agricultores descobriram que o calor extremo e a seca levariam a uma diminuição de cerca de 30% da produção e que os produtores deveriam mudar a estratégia.Então, como resposta, sugeriu um novo local de cultivo e sementes mais resistentes.Outro exemplo é no Ártico: a região está aquecendo quatro vezes mais rápido que o resto do mundo. No entanto, esse processo é mais ágil do que a coleta e interpretação dos dados, tornando impossível prever o que pode acontecer daqui a alguns anos ou décadas.Nisso, Anna Liljedahl, cientista do Woodwell Climate Research Center, contou ao site que a IA está ajudando a processar essas informações e possibilitar que os humanos foquem na interpretação quase em tempo real, propondo soluções.

IA pode ajudar a prever mudanças climáticas e minimizar seus efeitos (Créditos: nicostock/Shutterstock)

IA vs. mudanças climáticas

Os casos são exemplos de como a IA pode ser usada para minimizar os efeitos das mudanças climáticas.

Um professor da escola de engenharia da Universidade Cornell, Fengqi You, diz que o poder da inteligência artificial se dá pela capacidade preditiva dela e que, conforme as mudanças se ampliam, mais soluções nesse sentido são necessárias. Outros profissionais do setor destacam como a tecnologia aprende à medida que é usada, podendo melhorar ao longo do tempo ou conforme é alimentada com mais dados.

Ainda assim, é improvável que a IA substitua um trabalhador real porque, apesar da rapidez com que coleta e processa dados, ainda necessita da interpretação humana.

Do lado contrário, IA requer muita energia para funcionar (Foto: Photocreo Michal Bednarek/Shutterstock)

Prós e contras

Apesar das vantagens da IA, o próprio funcionamento da tecnologia requer grandes centros de processamento e, consequentemente, utiliza muita energia. Esta, por sua vez, depende em sua maioria de combustíveis fósseis.

A participação da inteligência artificial até pode ser pequena se comparada com outras atividades, como a aviação ou os transportes, mas, conforme de desenvolve e se torna mais popular, a tendência é que as emissões associadas a ela também cresçam.

Um estudo de outubro do pesquisador holandês Alex de Vries estimou que, no pior caso, os sistemas de IA apenas do Google podem eventualmente consumir tanta eletricidade quanto a Irlanda anualmente. Ou seja, ao mesmo tempo que a tecnologia pode corroborar em prol de um futuro sustentável, pode estar arriscando ele.

Alguns especialistas defendem o equilíbrio, usando IA onde ela é mais necessária e, nesses casos, compensando em outros setores de sustentabilidade. Além disso, eles também defendem que a inteligência artificial seja acessível a países de menor renda, para que estes possam aplicar soluções de forma igualitária contra a crise climática.

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