Jato de plasma canibal ejetado pelo Sol agrava tempestade geomagnética esperada na Terra

Na terça-feira (28), o Olhar Digital noticiou que três ejeções de massa coronal (CMEs) – jatos de plasma disparados pela alta concentração energética na superfície do Sol – devem chegar à Terra até sexta-feira (1º). No entanto, um novo evento do tipo, muito mais poderoso que os anteriores, foi detectado no astro e revelado poucas horas depois do anúncio. 

De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, esse jato de plasma mais potente deve “canibalizar” os três primeiros a caminho da Terra, podendo reagir com a magnetosfera do planeta formando tempestades geomagnéticas de classe G3 (e não mais G2, como era esperado) – considerado forte em uma escala que vai de G1 a G5.

Sun news for November 29, 2023: An almost X-flare sends a blob of sun our way Today’s top news: Bam! The sun almost reached X flare levels with an M9.8 released at 19:50 UTC on November 29, 2023. This came from AR3500 near disk center, sending a coronal mass ejection (CME) straight toward Earth. Space weather forecasters at NOAA predict this blob of sun stuff will reach Earth on November 30. This CME is traveling behind the CME released from the sun on November 27, which is expected to reach us on late November 29, 2023. Together, these two solar storms may provoke G1 (minor) to G2 (moderate) geomagnetic storms at Earth. This means substantial auroras at higher latitudes. Get your equipment ready and clear skies. Stay tuned for any updates. MORE at EarthSky: bit.ly/sunactivity

Publicado por The Sun Today: Solar Facts and Space Weather em Quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Vamos entender:

Na segunda-feira (27), um filamento magnético do Sol entrou em erupção, abrindo uma espécie de “cânion de fogo” na estrela;Essa fenda disparou uma ejeção de massa coronal (CME) em direção à Terra;CMEs são jatos de plasma solar magnetizado que podem levar até três dias para chegar ao planeta;Dependendo da potência com que chegam por aqui, as CMEs desencadeiam tempestades geomagnéticas ao reagirem com a magnetosfera;No mesmo dia, outros dois eventos do tipo arremessaram mais jatos de plasma solar contra o planeta;A chegada coletiva desse material está prevista entre quinta (30) e sexta-feira (1º), podendo causar tempestades geomagnéticas da classe G2;Ocorre que na terça-feira (28), uma explosão na mancha solar AR3500, de classe M.9 (quase um X, que é o tipo mais forte), disparou ainda mais material na mesma direção;Esse poderoso vento solar deve integrar os três anteriores, como um jato canibal, e provocar tempestades geomagnéticas G3, mais fortes que as aguardadas até então.

Saiba mais sobre o jato de plasma solar canibal que vai atingir a Terra 

Ao concentrar energia magnética demais, a mancha solar AR3500 entrou em erupção, produzindo uma explosão solar da classe M9.8 (apenas pontos percentuais abaixo da categoria X, a mais violenta). O evento foi registrado pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA.

Crédito: SDO/NASA

Em consequência, uma hora após o surto, um pulso de radiação ultravioleta extrema interrompeu as comunicações de rádio de ondas curtas em todo o Oceano Pacífico Sul e partes das Américas (confira no mapa). 

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No filme coronagráfico abaixo, obtido pelo Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA), mostra um halo se expandindo a mais de 800 km/s em direção à Terra.

Crédito: Observatório Solar e Heliosférico (SOHO) via Spaceweather.com

Se as coisas saírem de acordo com o previsto, e esse jato canibalizar os três anteriores, é possível que o evento tenha força o suficiente para romper a magnetosfera da Terra e produzir tempestades G3.

Caso isso se concretize, as possíveis consequências são:

Sistema elétrico: correções de voltagens podem ser necessárias;Operação de satélites: pode ocorrer sobrecarga estática nos componentes de superfície e aumento do arrasto sobre os equipamentos de baixa órbita, podendo se fazer necessárias correções para os problemas de orientação;Outros sistemas: podem ocorrer problemas intermitentes nas comunicações por satélite e navegação em baixa‐frequencia, e a comunicação via rádio HF pode ficar intermitente;Auroras: formação de auroras muito mais distante dos polos do que normalmente se vê.

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