Jato de plasma canibal ejetado pelo Sol agrava tempestade geomagnética esperada na Terra
Na terça-feira (28), o Olhar Digital noticiou que três ejeções de massa coronal (CMEs) – jatos de plasma disparados pela alta concentração energética na superfície do Sol – devem chegar à Terra até sexta-feira (1º). No entanto, um novo evento do tipo, muito mais poderoso que os anteriores, foi detectado no astro e revelado poucas horas depois do anúncio.
De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, esse jato de plasma mais potente deve “canibalizar” os três primeiros a caminho da Terra, podendo reagir com a magnetosfera do planeta formando tempestades geomagnéticas de classe G3 (e não mais G2, como era esperado) – considerado forte em uma escala que vai de G1 a G5.
Vamos entender:
Na segunda-feira (27), um filamento magnético do Sol entrou em erupção, abrindo uma espécie de “cânion de fogo” na estrela;Essa fenda disparou uma ejeção de massa coronal (CME) em direção à Terra;CMEs são jatos de plasma solar magnetizado que podem levar até três dias para chegar ao planeta;Dependendo da potência com que chegam por aqui, as CMEs desencadeiam tempestades geomagnéticas ao reagirem com a magnetosfera;No mesmo dia, outros dois eventos do tipo arremessaram mais jatos de plasma solar contra o planeta;A chegada coletiva desse material está prevista entre quinta (30) e sexta-feira (1º), podendo causar tempestades geomagnéticas da classe G2;Ocorre que na terça-feira (28), uma explosão na mancha solar AR3500, de classe M.9 (quase um X, que é o tipo mais forte), disparou ainda mais material na mesma direção;Esse poderoso vento solar deve integrar os três anteriores, como um jato canibal, e provocar tempestades geomagnéticas G3, mais fortes que as aguardadas até então.
Saiba mais sobre o jato de plasma solar canibal que vai atingir a Terra
Ao concentrar energia magnética demais, a mancha solar AR3500 entrou em erupção, produzindo uma explosão solar da classe M9.8 (apenas pontos percentuais abaixo da categoria X, a mais violenta). O evento foi registrado pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA.
Crédito: SDO/NASA
Em consequência, uma hora após o surto, um pulso de radiação ultravioleta extrema interrompeu as comunicações de rádio de ondas curtas em todo o Oceano Pacífico Sul e partes das Américas (confira no mapa).
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No filme coronagráfico abaixo, obtido pelo Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA), mostra um halo se expandindo a mais de 800 km/s em direção à Terra.
Crédito: Observatório Solar e Heliosférico (SOHO) via Spaceweather.com
Se as coisas saírem de acordo com o previsto, e esse jato canibalizar os três anteriores, é possível que o evento tenha força o suficiente para romper a magnetosfera da Terra e produzir tempestades G3.
Caso isso se concretize, as possíveis consequências são:
Sistema elétrico: correções de voltagens podem ser necessárias;Operação de satélites: pode ocorrer sobrecarga estática nos componentes de superfície e aumento do arrasto sobre os equipamentos de baixa órbita, podendo se fazer necessárias correções para os problemas de orientação;Outros sistemas: podem ocorrer problemas intermitentes nas comunicações por satélite e navegação em baixa‐frequencia, e a comunicação via rádio HF pode ficar intermitente;Auroras: formação de auroras muito mais distante dos polos do que normalmente se vê.
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